O Projeto Makon é uma iniciativa do Seminário
Vicentino Nossa Senhora das Graças que há mais de 10 anos vem sendo
desenvolvido junto aos moradores de rua de Curitiba – PR, cujo objetivo
primeiro é matar a fome imediata dos moradores de rua, bem como aludir para a
ideia da existência de um Deus que não os abandona, buscando assim resgatar a
dignidade de ser pessoa de cada um deles.
Inicialmente as atividades se davam com entrega
de sopa, informalmente na Praça Tiradentes, no centro da Cidade. Ali também iam
outros grupos de denominações religiosas diversas, bem como ateus, organizações
não governamentais, etc. Observando aquela realidade, Arli Brasil, uma das pessoas
que com seus amigos também fazia esse tipo de atividade, reuniu representantes
de todas as entidades que entregavam sopa naquele local e traçaram uma proposta
de ação coletiva de distribuir alimentos em um local fixo, onde cada morador de
rua pudesse comer sossegado e não jogasse os restos de comida na rua, como
alguns faziam. A Prefeitura Municipal de Curitiba também ajudou nesse processo.
Antes de que se chegasse no atual prédio já se havia passado por dois outros.
Esse é denominado Centro Pop: João Dorvalino Barbosa, cujo nome é uma homenagem
a um empresário, amigo falecido de Arli, que não media esforços em ajudar os mais
pobres.
A atividade
principal dos seminaristas no projeto se dá nas segundas-feiras, onde um grupo
de até cinco deles, acompanhados de um ou mais leigos, dentre eles a senhora
Liduina, levam até o Centro Pop – localizado à Av. Visconde de Guarapuava,
2674, Centro Curitiba, utensílios de cozinha e alimentos. Ali preparam o jantar
do dia, para os assistidos durante toda a tarde. Antes de distribuir a comida, para
os aproximadamente 250 moradores de rua, faz-se com eles, uma pequena oração de
agradecimento pelo alimento que será tomado.
Nos demais dias da semana outras instituições
são responsáveis de fazer atividade semelhante a que fazem os seminaristas. Noutros
momentos do dia, os moradores de rua são atendidos pelos profissionais da FAS –
Fundação de Assistência Social, que conta com uma dezena de Educadores Sociais,
Pedagoga e Assistente Social. Ali os moradores de rua podem participar de
oficinas e mini-cursos diversos, bem como são encaminhados para mercado de
trabalho, retirada de documentos, ingresso em escolas regulares, ou a outros
benefícios sociais do governo.
Por dia, jantam aproximadamente 250 moradores
de rua, muitos também pedem, no final, “taps”, para levar comida a amigos ou
familiares. A experiência de servir os nossos amos e senhores é realizada de
forma rotativa pelos seminaristas da Filosofia e da Teologia. “É um trabalho gratificante oferecer para
aqueles pobres homens e mulheres um pouco de nossa atenção presença e alimento.
Para alguns, como nos orientou nosso fundador, temos que virar a medalha e
descobrir o que de bom e humano se esconde naqueles homens ásperos, intimidados
e coagidos dentre outras por ser um morador de rua; outros, saciados pelo que
oferecemos, se despedem agradecidos, como aquele um dos dez curados por Jesus
no texto sagrado. Não estamos ali pelas “gracias”, mas o prazer de ver aquele
sorriso discreto de um estomago saciado, nos faz voltar para casa satisfeitos,
sabendo que muito ainda se tem por fazer, mas feliz, porque naquele dia, o
Senhor nos ajudou mover nosso ser para fazer algo”. Relata, emocionado, um
seminarista.
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