sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Carta do Assessor Nacional da JMV, Set. 2016

Belo Horizonte, 23 de setembro de 2016 

Amados irmãos e irmãs da Juventude Mariana Vicentina do Brasil: que a graça e a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo sejam abundantes em seus corações! 

É mês de setembro, um mês que nos convida à reflexão. Primeiro, porque nele celebramos com mais intensidade a Palavra de Deus. No mês da Palavra, quero convidá-lo e convidá-la a fazer a experiência de entrar com profundidade num processo de diálogo com o Senhor; através de sua Palavra que é vida. Deus quer conversar conosco, Ele quer estabelecer um diálogo amoroso com cada um de nós. Através de sua Palavra o desejo de Deus é que o conheçamos, que entremos em estado de profunda intimidade com Ele. Ao conhecê-lo bem descobriremos sua vontade e o projeto que tem para cada um de nós, individualmente e como grupos de Juventude Mariana Vicentina. Busquemos conhecer o Senhor através de sua Palavra. Permitamos que através dela possamos imprimir em nossa vida a consciência de Jesus, a mentalidade de Jesus e o seu caráter. Quanto mais nos parecermos a Jesus, mais capazes seremos de transformar as realidades de pobreza em realidades do Reino. Deixemo-nos moldar por sua Palavra. 

Em segundo lugar, setembro é um mês importante para nós, porque nele celebramos o grande santo da caridade, São Vicente de Paulo. No dia 27 de setembro a Família Vicentina de todo o mundo estará em festa e nós, como parte desta família, não poderemos ser indiferentes; com certeza, nossos corações se vestirão de alegria, pois será festa para nós. Ao pensar em Vicente de Paulo, este santo tão importante para nossa JMV, deveremos tomá-lo como modelo para o nosso estilo de vida e de trabalho. Cito aqui três motivações para que nos espelhemos nele: 

1. São Vicente foi um homem de fé. Ainda que saibamos que num primeiro momento São Vicente chegou a pautar sua vida em interesses pessoais e entrar para o clero com o interesse de obter sucesso e riqueza para si e para ajudar a sua família, não podemos dizer que não era um homem de fé. Foi um homem de fé, criado no seio de uma família honesta, religiosa, trabalhadora e rural. Por isto, podemos dizer que cresceu em um ambiente que lhe possibilitou cultivar a fé em Deus e a devoção à Virgem Maria. Não nos cabe julgar seus interesses; era um homem filho de seu tempo e dos sofrimentos de seu tempo. Não era um miserável, tinham uma casa e alguns alqueires de terra que cultivavam com suas mãos. A piedade, a candura e a inocência dos costumes supriam, ante Deus, o que faltava de riqueza frente aos homens. Um trabalho assíduo unido a uma vida muito frugal tomava o lugar de um patrimônio mais abundante e os colocava na posição de não serem um peso para ninguém, ao contrário, estavam na posição de poder ajudar aos que eram mais pobres que eles mesmos (Cf. COLLET, Pedro; Vida de San Vicente de Paúl Fundador de la Congregación de la Misión y de las Hijas de la Caridad; Traducido por P. Máximo Agustín, Barakaldo, 2008. [P. 13].).  Vivia modestamente com sua família, sem ter do que se presumir, além da força para trabalhar.

Podemos aprender algo de São Vicente que tão cedo começou a trabalhar pastoreando e ajudando a sua família camponesa. É necessário trabalhar, é necessário darmos de nós mesmos; cultivando o hábito sadio do trabalho, que também é espiritualidade e que também nos fala de Deus. Louis Abelly dizia que “parece que Deus quis por e fundar sobre esta humilde e pobre origem (a de Vicente de Paulo) o alicerce do edifício das virtudes, que mais adiante ergueu na alma de seu fiel servidor” (Cf. MESSIRE, Louis Abelly; Abelly: Vida de San Vicente de Paúl; Traducción de Martín Abaitua, CM, Editorial CEME, Salamanca, 1994. [P. 20].). O jovem desocupado abre espaços para as coisas supérfluas, para os maus pensamentos, para as crises de angustias e depressões, tão presentes em nossos tempos. O jovem que não trabalha não colabora para que em si se construam as virtudes que configurem sua vida de acordo com o Evangelho. Além do nosso trabalho em casa ou no serviço formal, é necessário doarmos tempo para o trabalho com as coisas de Deus. É necessário doar tempo para o trabalho com os Pobres. 

2. São Vicente foi um homem aberto a ação do Espírito. São Vicente de Paulo foi um homem de total abertura à ação do Espírito de Deus. Chegar onde chegou e tornar-se quem se tornou só foi possível porque deixou que Deus trabalhasse em sua vida. E Deus o fez; trabalhou a partir de sua humanidade sofrida, de suas inquietudes, de seus desejos humanos e de sua história concreta; enfim, Deus fez de Vicente o grande homem que se tornou porque obteve dele a abertura necessária para agir. Vicente de Paulo soube esvaziar-se de si mesmo para dar espaço à entrada de Deus em sua história e em sua vida; podendo, deste modo, concretizar em seu tempo aquilo que era vontade de Deus, para além da sua própria vontade. 

Somos convidados a abrir nossas vidas à ação do Espírito de Deus, que é capaz de nos transformar, fazendo com que criemos uma consciência pautada no projeto de Jesus Cristo Evangelizador dos Pobres, “nossos amos e senhores”. Somos convidados a abrir nossas vidas à vontade do Senhor e a colocá-la acima das nossas vontades. O que Ele quer de nós é que sejamos misericordiosos; que ousemos sair do nosso mundo para entrar em cheio no mundo dos pobres, nutrindo-nos dos sentimentos de compaixão, amor, caridade e deste modo participar do sofrimento dos deles, na luta pelo resgate das suas dignidades roubadas. O trabalho entre os Pobres revelou, aos poucos, a São Vicente de Paulo a pessoa de Jesus Cristo que incansavelmente não deixou de trabalhar, de fazer o bem, de desgastar-se para a construção do Reino de Deus. 

3. São Vicente foi um homem da misericórdia. Convicto de sua missão, Vicente de Paulo foi capaz de experimentar a misericórdia de Deus e de fazer-se misericórdia entre os mais pobres: “Quando visitarmos os pobres devemos entrar nos seus sentimentos para poder sofrer com eles e ter a mentalidade do grande apóstolo que disse: “Eu me tornei tudo para todos”. Então, não é para nós a queixa que o Senhor fez antigamente através de um profeta: “Esperei para ver se alguém podia participar do meu sofrimento, mas não houve ninguém”. Por isso nós devemos tentar fazer os nossos corações sensíveis e receptíveis para o sofrimento e para a miséria do pobre. Peçamos a Deus que Ele nos dê o verdadeiro espírito de Misericórdia, que é o espírito próprio de Deus. Pois, como a Igreja diz, o próprio de Deus é mostrar misericórdia e dar dela o espírito” (Conferência do dia 6 de agosto de 1656). De igual modo, somos convidados a experimentar a misericórdia de Deus para nos fazermos misericórdia no mundo sofrido dos nossos irmãos empobrecidos. Exorta-nos o Papa Francisco em Misericordiae Vultus, número 15: “O auxílio que invocamos é já o primeiro passo da misericórdia de Deus para conosco. Ele vem para nos salvar da condição de fraqueza em que vivemos. E a ajuda d’Ele consiste em fazer-nos sentir a sua presença e proximidade. Dia após dia, tocados pela sua compaixão, podemos também nós tornar-nos compassivos para com todos. ” 

Que neste mês vicentino a intercessão de Maria, Nossa Mãe milagrosa, e a intercessão e o testemunho de São Vicente de Paulo nos tornem mais dóceis à vontade de Deus. Que nos tornem mais disponíveis para o trabalho e que isso nos faça misericordiosos, como o Pai quer que sejamos. Às vésperas do aniversário dos 400 anos do carisma vicentino, que a nossa Juventude Mariana Vicentina do Brasil seja o espaço da misericórdia e da compaixão para que juntos possamos ir aos diversos rincões de pobreza do nosso país, para transformá-los em lugares de vida. 

Que Santa Catarina Labouré seja a nossa intercessora nesta luta! 

Abraço a cada um e a cada uma em nome de Jesus Cristo, com fraternidade vicentina. 

Pe. Denilson Matias, C.M 
Diretor Nacional da JMV-Brasil 

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

COMO INICIAR UM GRUPO DE JMV



Por, Cleber Teodosio - Estudante CM e Assessor da JMV

1.O que é a JMV?
A Juventude Mariana Vicentina – JMV é uma Associação de jovens, da Igreja Católica, com espiritualidade Mariana e carisma Vicentino, orientados para o serviço concreto aos jovens e aos mais pobres. Está presente em 66 países com mais de 100.000 membros.

2.Qual a origem da JMV?
A JMV se origina de um pedido que a Santíssima Vigem fez a então noviça Catarina Labouré na primeira aparição ocorrida na capela da Casa Mae das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo em paris França, em 18 de julho de 1830, dizendo: “Desejo que seja fundada uma Associação de Jovens, sobre a qual derramarei abundantes graças”, nascendo então a associação com o nome filhas de Maria.

3.A JMV tem aprovação da Igreja?
Associação das Filhas de Maria foi aprovada pelo Soberano Pontífice Pio IX, nos decretos de 20 de junho de 1847 e de 19 de julho de 1850, posteriormente confirmados por outras disposições da Santa Sé. Atualmente se chama Juventude Mariana Vicentina, e é constituída em fidelidade às orientações da Igreja e à luz das Diretrizes Pastorais da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

4.Quais são as características da JMV?
É uma associação Eclesial – porque é Igreja, Leiga – formada por membros leigos, Mariana – nasceu de um pedido de maria, Vicentina – tem sua origem em uma das fundações de São Vicente de Paulo e Missionária – como foi Cristo, Vicente e é a Igreja.  

5.Como nasce um grupo de JMV?
O grupo JMV nasce como uma experiência que leva aos jovens a abrir os olhos sobre a sua própria realidade. O grupo deve propor atividades concretas que permitam aos seus membros conhecer melhor os problemas e injustiças ao seu redor, de maneira que possa oferecer respostas adequadas e eficazes a realidade dos mais necessitados, segundo suas capacidades e possibilidades.        


6.Quais são os requisitos necessários?
1.       Dois ou mais jovens interessados na caminhada com o grupo;
2.       Que o grupo esteja caminhando à luz do Evangelho, seguindo o carisma mariano e vicentino;
3.       Um adulto com experiência madura na fé e com conhecimento e vivência profunda do carisma vicentino.

7.Quais são as ideias chaves para iniciar um grupo JMV?
1.       Responder as inquietações e interesses dos membros;
2.       Ajudar os membros a crescer integralmente, desde os valores da fé cristã. 
a.       Fraternidade
b.      Oração
c.       Compromisso
d.      Formação 
3.       Convidá-los a descobrir o mundo dos pobres, para evangelizá-los e servi-los.

8.Que passos seguir para implantar um grupo JMV?
Dado que JMV é uma Associação internacional de fiéis reconhecida pela Santa Sede, o nascimento de um grupo JMV em uma Igreja local deve seguir as normas estabelecidas pelo Código de Direito Canônico (C.285-290). Na maioria dos países, a JMV está estabelecida como uma Associação Laical (Leiga), especialmente vinculada à Companhia das Filhas da Caridade e à Congregação da Missão. Por isso a criação de um grupo deveria seguir o seguinte processo:

a)      Em um país onde já existe JMV proceder como se segue:
                i.     Dirigir-se ao responsável da pastoral do lugar, para expor seu propósito e obter sua aprovação; uma vez obtida a aprovação, convidar os jovens a participar do grupo e iniciar as reuniões e atividades;
              ii.     Depois de um período mínimo de seis meses, fazer um relatório informando as atividades realizadas pelo grupo e enviar ao Conselho Nacional, solicitando seu acompanhamento;
             iii.     Ao terminar o primeiro ano, apresentam sua petição de admissão ao Conselho Nacional, junto com o aval escrito do responsável da pastoral do lugar ou do Superior local, em caso de o grupo estar um uma casa da Congregação das Missões ou das Filhas da Caridade.
            iv.     Se o Conselho Nacional está de acordo, o Assessor Nacional (Cânon 312,2) enviará a ata de eleição do novo grupo, se este funcionar em uma casa das Filhas da Caridade ou na Congregação da Missão. Se o grupo não funcionar em uma casa da Congregação da Missão ou das Filhas da Caridade, o Assessor Nacional solicitará ao Bispo do lugar uma aprovação escrita. Logo que obtê-la, enviará a ata de eleição do novo grupo.

b)      Nota sobre celebração da caminhada de um ano do grupo e distintivo:
É aconselhável celebrar o final do primeiro ano de vida do grupo. Pode ser uma celebração simples com os seguintes elementos básicos: cantos, leitura da Palavra (Bíblia), entrega de uma lembrança e uma comemoração fraterna. A medida que o grupo cresça, recomenda-se marcar os momentos importantes da vida do grupo com alguma celebração mais especial. Vale salientar que o distintivo da associação é a Medalha Milagrosa, que pode ser entregue a cada membro na emissão da promessa depois do primeiro ano de grupo e/ou solenemente, na consagração – ver mais no estatuto

9.Como se dá o governo do grupo?
A coordenação de um grupo de JMV tem presidente, secretário e tesoureiro, com seus respectivos vices, assessorados por uma irmã, padre ou leigo adulto. Tal conselho observa as orientações dos conselhos regional, provincial, nacional e internacional, bem como seus estatutos. A associação não é uma ONG, pois é Igreja, e não tem fins lucrativos.

10. Quais são as funções básica da coordenação?
·         Animar e fortalecer a vida do grupo;
·         Ajudar os jovens a planejar anualmente as atividades do grupo;
·         Procurar a integração do grupo na vida paroquial e diocesana;
·         Informar aos organismos superiores sobre o andamento do grupo;
·         Conhecer a JMV seus documentos.



PARA SABER MAIS...

a)      Sugestão de metodologia de trabalho
Essa dinâmica pode ser aplicada a grupos de jovens que se reúnem uma vez por semana (periodicidade ideal, na opinião), de forma que pode se organizar mensalmente da seguinte maneira:
·         1ª semana/encontro: Espiritualidade - Cristã, Mariana, Vicentina, santos padroeiros, Oficio Divino da Juventude, etc.,
·         2ª semana/encontro: Formação - (Estudar um ponto da etapa que corresponde ao grupo, etc.). Orienta-se que os Encontros Semanais da JMV, principalmente os de formação, estejam estruturados na dinâmica do VER (a realidade atual), JULGAR (iluminação bíblica) e ATUAR (serviço concreto / compromisso). Um exemplo da eficácia do método é sua presença nos materiais oferecidos anualmente pela Campanha da Fraternidade;
·         Obs.: Fazer leituras de textos reflexivos, especialmente os que trazem histórias, a fim de melhor transmitir os valores para os jovens.
·         3ª semana/encontro: Ação - O grupo sai às quatro paredes e vai junto aos pobres – visitas domiciliares, colégios, hospitais, asilos de idosos, orfanato para crianças, casa de apoio, serviço a mulher marginalizada, drogadictos, imigrantes, etc. - Fazer um serviço concreto.
·         4ª semana/encontro: Celebração e/ou Lazer - Celebrar os aniversários do mês, o santo do mês, a vida – aniversário, ou um tema X, fazer algo de esporte - os jovens gostam muito, pequenas excursões, piquenique, etc.). Caso o mês haja uma 5ª semana, a 4ª para celebração e a 5ª para o Lazer.

b)      Cinco intervenções válidas:
                i.     Distribuir funções fixas e ou móveis ao maior número de jovens do grupo, ou seja, além dos cargos tradicionais da Associação, adicionar responsáveis e vices de comunicação, esportes, caridade, eventos, etc.
              ii.     Amizade é: profunda ressonância mutua, comunicação aberta, positividade, flexibilidade, durabilidade, liberdade, constância na alegria ou na dor (Rm 12, 15). Um amigo do peito deveria ser uma pessoa sábia, experiente e com uma fé profunda.
             iii.     Nada segura, marca, amadurece, sensibiliza, atrai o jovem para Cristo, Igreja, JMV que ricas experiências missionárias.
            iv.     Sintonia - Observar as agenda e diretrizes da JMV nas estâncias: eclesial (JMV e Igreja em geral) e social
              v.     São Vicente e muitos outros santos aprenderam a seguinte regra do Senhor: primeiro faça e depois ensine! Como seguir essa regra? Através das obras (obras de justiça e de misericórdia), das palavras (Verdade) e dos relacionamentos (seu um com outro – pobre). Resumindo através do testemunho.

c)       Etapas da vida do grupo:
·         Nascimento: (Iniciação) o grupo nasce como nasce a pessoa, e ao princípio é bastante dependente do(a) coordenador/a, necessita de muitos cuidados.
·         Infância: Pouco a pouco, o grupo vai crescendo e seus membros vão descobrindo que podem chegar a fazer algo em comum, aprofundam a comunicação, vão definindo objetivos e vislumbram os caminhos que podem seguir.
·         Adolescência: É o momento das crises de integração, de lutas pela liderança, de uma nova busca de sentido do grupo e dos caminhos concretos para realizar sua identidade.
·         Juventude: Superada a crise, o grupo alcança maior estabilidade, vai obtendo uma personalidade no grupo mais definida, adquire mais autonomia e respeito do Coordenador/a, aprofunda seus relacionamentos, assume compromissos com mais seriedade, se abre para a realidade social e começa a tomar opiniões importantes
·         Maturidade: Um grupo jovem é maduro quando seus membros decidem viver mais fortemente possível a experiência de comunidade, com objetivos muito claros e definidos, com níveis de comunicação profunda e com aceitação mútua incondicional, com um projeto de serviço realmente ligado em sua realidade.
·         Morte / Vida Nova: O grupo não pode permanecer para sempre, pois não é imortal... uma vez que encontram seu próprio caminho e fazem uma eleição na vida. Seus membros que já não são jovens, mas sim adultos, se dispersam...

PARABÉNS!!!
Os felicitamos pelo interesse de fundar um grupo JMV. Assim você começa a fazer parte dos milhões de homens e mulheres que apostam nos jovens, como motivo de esperança para o mundo.
Venha fazer parte desta família!


REFERÊNCIA
JMV, Como iniciar um grupo, Ed. La Milagrosa, Madrid, 2006 (Cadernos Vicentinos)
Estatuto da JMV Brasil aprovado pelo superior geral Pe. Gregory Gay, CM, Roma, 2011