terça-feira, 24 de maio de 2022

Bem aventurado Pedro Jorge Frassati

 Uma reflexão sobre as palavras do beato e patrono da juventude vicentina Pier Giorgio Frassati sobre a Sociedade de São Vicente de Paulo.Bem aventurado Pedro Jorge Frassati



Em apontamento para uma palestra , assim expunha seu pensamento sobre as conferências de São Vicente:


" É uma instituição simples, própria para estudantes, que não se implica grandes empenhos: Encontrar -se juntos uma vez por semana e visitar umas famílias. Os confrades, visitando aquelas famílias são instrumentos indignos da providência divina. Aproximando-nos dos pobres aos poucos , nos tornamos seus confidentes e conselheiros nos momentos mais terríveis desta terrena peregrinação. Insinuamos neles as palavras confortadoras que nos dita a fé e alcançamos, sem nosso mérito, levar para o reto caminho muita gente, que não por maldade se tinham afastado". E concluía a palestra com o seguinte apelo: " Vinde com entusiasmo a esta conferência. Vinde e todo vosso sacrifício vós será recompensado no céu porque Jesus Cristo prometeu, que tudo aquilo que nós fizermos aos pobres por seu amor, à Ele, o considera feito que por amor infinito da humanidade quis ser no sacramento da Eucaristia, nosso consolador, Pão de nossas almas ".


(Trecho do livro, Eucaristia e Pobres - Bem aventurado Pedro Jorge Frassati).


As palavras de Frassati são de fato consoladoras. Sabemos enquanto Vicentinos que de fato temos o privilégio de o que nesta vida fazermos em prol dos Pobres, a nós será recompensado no céu. Eis uma promessa de Cristo para nós.

Entretanto, há pontos que o beato cita dos quais não podemos jamais perder de vista. Afinal, os Pobres dos quais Deus nos confia, serão para nós um caminho para o céu, apenas se de fato assumirmos uma busca verdadeira pela santidade, que nos levará a servirmos aos Pobres e a eles também evangelizamos, como tanto dizia São Vicente de Paulo. Se quero o Céu para mim, quanto mais não quero para os Pobres.

Frassati Cita a simplicidade da Sociedade de São Vicente de Paulo que de fato existe, mas exclama: É preciso que visitemos estas famílias. 

Há ainda Vicentinos que por inúmeros motivos distintos, não enxergam a mística da visita aos Pobres que nada mais é do que um encontro pessoal com Cristo, e passam a ser como entregadores de cestas básicas. Sem a visita, não se chega a intimidade com os Pobres do qual cita Frassati. Sem a visita, não nos tornaremos amigos e conselheiros destes. Onde mais há a riqueza de ver Cristo nos Pobres e para eles ser o próprio Cristo consolador?

Com entusiasmo devemos buscar nas conferências vicentinas, apesar de nossa total indignidade, de nossos pecados e de nossas fraquezas, esta intimidade com os preferidos de Cristo. Intimidade essa que fará com que matemos a fome não só de pão, mas de Cristo que tanto tem muitos daqueles que visitamos.

Levemos estes como nos diz o santo, ao encontro daquele que nos amou tanto a ponto de por nós morrer na cruz e para a nossa salvação se tornar Pão eucarístico consolador de nossas almas.


Amemos, sirvamos e evangelizamos os Pobres.

segunda-feira, 9 de maio de 2022

Reflexão na Missa do Dia de Santa Luisa de Marillac

 


Ir. Michel Araújo, CM

Prezados irmãos e amigos é com muita alegria que a Igreja, especialmente a Família Vicentina, celebra, hoje (09 de maio), a festa, e, para nós, Família de São Vicente, a solenidade de Santa Luísa de Marillac. Mulher que, desde muito nova sonhou em se consagrar a Deus; estudou com as Dominicanas; desejou ser Capuchinha, mas depois levou uma vida de muito sofrimento até o dia em que o Senhor a consolou. A chamada Luz de Pentecostes.

 

As leituras que acabamos de ouvir (Is 58,1a.5-11; Tg 2, 14-19.26 e Mt 25, 31-46), e agora estamos meditando ilustram muito bem a caminhada espiritual desta grande santa. Ela, como dissemos, sempre sentiu forte o desejo de se consagrar ao Senhor e era uma mulher muito penitente, fazia muitos jejuns e vivia, verdadeiramente, uma vida de muita mortificação e oração. Até que, um dia, orientada por seu diretor espiritual, São Vicente de Paulo, descobriu que Deus queria mais que seus atos de piedade, queria que ela O servisse na pessoa dos desvalidos. Assim foi seu processo de amadurecimento espiritual, assim ela foi se santificando.

 

Luísa de Marillac tornou-se santa porque sempre teve os olhos fixos em Jesus (Hb 12, 2-3). Caberia a nós que, como ela, queremos nos santificar, perguntarmo-nos quem é Jesus para nós.

 

São Vicente delinea bem três marcas importantes de Jesus para as Filhas da Caridade que podem nos ajudar: Jesus é o Adorador do Pai, o Servo de seu desígnio de amor e o Evangelizador e Servidor dos Pobres.

 

"Adorador do Pai": o primeiro passo, para nós que, como ela, queremos viver uma vida santa é uma atitude de profunda intimidade com o Senhor. Escutando-O, amando-O e, evidentemente, adorando-O.

 

"Servo de seu desígnio de amor": o segundo passo é uma vida totalmente entregue nas suas mãos (Sl 31,6). Vivendo com docilidade os apelos da Providência Divina, deixando que Ele nos leve onde desejar e realize seus sonhos em nós e na nossa história.

 

"Evangelizador e Servidor dos Pobres": nossa fé deve ser vivida como uma cruz, com os olhos para o alto, votados para Deus, mas também com os olhos voltados para a frente, isso é, enxergando os irmãos, especialmente os sofredores. Assim, todo aquele que busca a santidade deverá ser um evangelizador e um servidor.

 

Ao celebrarmos Santa Luísa, peçamos ao Senhor que nos conceda uma vida vivida a exemplo dela e das suas seguidoras, as Filhas da Caridade que entregam suas vidas em prol da promoção dos oprimidos; uma vida de grande amor e serviço ao Senhor na pessoa dos crucificados do tempo presente.

 

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!