terça-feira, 9 de junho de 2020

Oração de Preparação para a festa de Corpus Christi




A Solenidade de Corpus Christi (Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo) ressalta a nossa fé na presença real de Nosso Senhor nas espécies consagradas. Transcorridos os dias da Páscoa, a Igreja se une para reavivar e manifestar a nossa fé, pelo Sacramento da Eucaristia. Neste ano, a Solenidade está prevista para o dia onze (11) de junho de 2020.

Saudação a Santíssima Trindade (cantada)

Salmodiar as estrofes e cantar o refrão do canto a seguir:

A mesa tão grande e vazia
De amor e de paz, de paz!
Aonde há luxo de alguns
Alegria não há jamais!
A mesa da Eucaristia nos
Quer ensinar, ah, ah
Que a ordem de Deus
Nosso Pai é o pão partilhar

Pão em todas as mesas
Da Pascoa a nova certeza
A festa haverá
E o povo a cantar, aleluia!

As forças da morte, a injustiça
E a ganância de ter, de ter
Agindo naqueles que impedem
Ao pobre viver, viver
Sem terra, trabalho e
Comida a vida não há, não há
Quem deixa assim e não age
A festa não vai celebrar

Irmãos, companheiros na luta
Vamos dar as mãos, as mãos
Na grande corrente do amor
Na feliz comunhão, irmãos
Unindo a peleja e a certeza
Vamos construir, aqui
Na terra, o projeto de Deus todo povo a sorrir

Um dos pilares da Espiritualidade da Família Vicentina é a “Eucaristia”.  Em um dos escritos que aborda sobre a encarnação como um dos pilares dessa espiritualidade, São Vicente admite que na Eucaristia podemos encontrar tudo, onde ele mesmo nos escreveu:

“E porquanto, para venerar perfeitamente estes mistérios, [da Santíssima Trindade e da Encarnação] nenhum meio pode dar-se mais excelente do que o devido culto e bom uso da sagrada Eucaristia, quer a consideremos como sacramento quer como sacrifício, pois contém em si como que a suma dos outros mistérios da fé e por si mesma santifica e, finalmente, glorifica as almas dos que dignamente comungam e devidamente celebram, e daí resulta amplíssima glória a Deus Uno e Trino e ao Verbo Encarnado. Por isto nada teremos por mais recomendado do que rendermos a devida honra a este sacramento e sacrifício como também trabalharmos com todo o desvelo para que por todos lhe seja dada a mesma honra e reverência, o que procuraremos cumprir com todo o esforço, impedindo principalmente, quanto puder ser, que acerca dele algo se faça ou diga irreverentemente, e ensinando com diligência aos outros, o que devem crer deste tão soberano mistério e de que modo devem venerá-lo.[1]

Aclamação ao Evangelho (Jo 6,51-58)

Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça
E tudo mais vos será acrescentado, aleluia, aleluia
Nem só de pão o Homem viverá, mas de toda palavra
Que procede da boca de Deus aleluia, aleluia

Naquele tempo, disse Jesus às multidões dos judeus: 51 “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”. 52Os judeus discutiam entre si, dizendo: “Como é que ele pode dar a sua carne a comer?” 53Então Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. 54Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 55Porque a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue, verdadeira bebida. 56Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. 57Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim aquele que me recebe como alimento viverá por causa de mim. 58Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Oração Pessoal

Palavras do Superior Geral Tomaz Mavric, em 2018, sobre a Eucaristia:

“São Vicente dava uma importância muito especial à Eucaristia, tanto na vida espiritual dos seus filhos e filhas espirituais, como também na pregação missionária. Para nós, hoje, ela deve manter este lugar central. Permitam-me compartilhar alguns pontos que, hoje, me parecem ter uma importância particular para a nossa vida espiritual e nosso apostolado. Esta primeira reflexão é direcionada especialmente na intenção dos sacerdotes. Gostaria de destacar um dado importante e, às vezes, negligenciado: quando nós, ministros da Eucaristia, celebramos a missa, nos fazemos um com Cristo, devido ao nosso sacerdócio ministerial: agindo em nome e na pessoa de Cristo, que é a Cabeça, entramos no “eu” do único grande sacerdote, Jesus. Nós lhe emprestamos nossa voz, nossas mãos e nosso coração para que, ao dizer na primeira pessoa as próprias palavras de Jesus “Este é o meu corpo… Este é o meu sangue”, ele mesmo realize a transformação do pão em seu Corpo e do vinho em seu Sangue. Assim, ocorre para nós, Padres, uma intimidade maior com o Cristo que devemos experimentar diariamente e através da qual um sentido muito profundo é dado a nossa identidade sacerdotal. Todos nós, Sacerdotes, Irmãos, Irmãs e leigos vicentinos, através do nosso batismo, para retomar a expressão do Concílio, somos “fiéis de Cristo”. Também, devido ao sacerdócio comum dos fiéis que compartilhamos, cabe a todos nós, sem distinção, oferecer ao Pai a nossa vida e a de todos que nos rodeiam, em união com a oblação eucarística de Cristo. Durante a missa, no momento do ofertório, ou mesmo durante a elevação, dediquemos tempo para associar a nossa vida, a vida do mundo e da Igreja à oferenda de Jesus a seu Pai para dar-Lhe glória e receber Dele graças e bênçãos. É desta maneira que nossa missa se reveste de uma densidade humana especial que é oferecida por Jesus Cristo a Deus Pai. Todos nós que, indistintamente, somos fiéis, recebemos a Comunhão, culminância da missa. As palavras de Jesus em São João, “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6,56), devem alimentar e orientar nossa ação de graças após a comunhão para fazer dela um momento de intimidade amorosa, no silêncio e no recolhimento, com o Cristo, sobre o qual João disse, em sua introdução à ceia pascal: “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (13,1b). O Cristo que nos amou até o fim tanto em sua Paixão como na Eucaristia, na qual Dele fazemos memória, espera nosso amor em resposta ao seu. É o momento, após a comunhão, de Lhe expressar em uma oração silenciosa e fervorosa. Nossa comunhão será tão válida quanto a nossa ação de graças. Finalmente, após a missa, ao invés de dizer adeus a Jesus, que deixaremos no silêncio do tabernáculo, partiremos com ele, “permaneceremos com Ele e Ele conosco”, para viver com Ele e Nele nosso dia, com seus encontros, alegrias, sofrimentos e responsabilidades. Partiremos com Ele em direção a todos com os quais convivemos e que nos foram confiados. Nós vicentinos, partimos para evangelizar os pobres, servi-los corporal e espiritualmente, anunciar-lhes a palavra da vida e estar a serviço de sua promoção humana, “seguindo Cristo evangelizador dos pobres” e em união com Ele”.

Preces espontâneas. Resposta:
Eis que sou o Pão da Vida
Eis que sou o Pão do céu
Faço-me vossa comida
Eu sou mais que leite e mel

Pai Nosso e Avé Maria

Oração Final - CEN
Ó Salvador do Mundo, no deserto, Deus Pai alimentou o povo com o maná e preparou na sua bondade uma mesa para o pobre.
Fazei que, neste Congresso Eucarístico Nacional, ao celebrarmos o  mistério da Palavra que se fez Carne e Pão da vida, vivamos em vós a comunhão e a partilha de nosso  pão de cada dia, para que não haja necessitados entre nós.
Vós, cheio de compaixão,  tomastes o pão, destes graças e o distribuístes à multidão com fome.
E, para permanecer entre nós o sacrifício da Nova Aliança, na última ceia, mandastes que o celebrássemos em memória de vós.
Concedei-nos que, ao participar do banquete do vosso Corpo e do vosso Sangue e adorando vossa presença na Eucaristia, continueis a vossa ação, em nós e através de nós, para que haja pão em todas as mesas.
À luz do Espírito Santo, pelo qual realizais hoje o memorial da vossa Páscoa na Igreja, façamos a opção evangélica pelos pobres, como consequência da fé que age pela caridade, e saiamos, com a Virgem Maria, proclamando que Deus saciou de bens os famintos, oferecendo a todos a vossa vida, pelo anúncio alegre do Evangelho.
Amém.

“São Vicente nos ensina a ver
Cristo no Pobre e o Pobre no Cristo.”

[1] Regras Comuns da Congregação da Missão, capítulo X, artigo 3.8 de novembro de 2017.

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