quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Maria na Espiritualidade Vicentina


Saudação Inicial: Louvado seja nosso senhor Jesus Cristo. Para sempre seja louvado. Iniciemos nossa oração saudando a trindade: Em nome do Pai do Filho e do Espirito Santo Amem.

Comentário: Nesse 2017, a Igreja do Brasil celebra 300 anos da aparição de Nossa Senhoras Aparecida, que como Mãe que é, não ficou indiferente aos sofrimentos e súplicas dos pobres ribeirinhos do Paraíba. Hoje também o Brasil está imergido em dificuldades diversas e queremos também como seus filhos e devotos pedir a proteção de Nossa Mae, Nossa Senhora Aparecida cantando! (Enquanto se canta, entra uma pessoa com a imagem de Nossa Senhora e põe no altar ao lado)

Mãe do Céu Morena - Padre Zezinho
Mãe do Céu Morena/ Senhora da América Latina/ De olhar e caridade tão divina/ De cor igual à cor de tantas raças. Virgem tão Serena/ Senhora destes povos tão sofridos/ Patrona dos pequenos e oprimidos/ Derrama sobre nós as tuas graças.
1.Derrama sobre os jovens tua luz/ Aos pobres vem mostrar o teu Jesus/ Ao mundo inteiro traz o teu amor de Mãe/ Ensina quem tem tudo a partilha/ Ensina quem tem pouco a não cansar/ E faz o nosso povo caminhar em paz
2.Derrama a esperança sobre nós/ Ensina o povo a não calar a voz/ Desperta o coração de quem não acordou/ Ensina que a justiça é condição/ De construir um mundo mais irmão/ E faz o nosso povo, conhecer, Jesus...!

Comentarista: Meditemos nesse momento a pessoa Maria na experiência espiritual de São Vicente de Paulo. Vicente de Paulo fixa sua atenção sobre três ícones, três mistérios que envolvem a vida de Maria e explicitam sua missão: a Imaculada Conceição, a Anunciação e a Visitação. A espiritualidade mariana de Vicente de Paulo situa-se no núcleo de sua experiência espiritual: dar-se a Deus para servir aos Pobres.

L1 - A Imaculada Conceição: São Vicente vê, no mistério da Imaculada Conceição, a Virgem humilde e casta, vazia de si mesma para acolher a Deus e deixar-se plenificar por ele. Atitudes fundamentais para os que querem esvaziar-se de si mesmo e revestir-se do espírito de Cristo: “Previu Deus, pois, que, como era preciso que seu Filho tomasse carne humana de uma mulher, era conveniente que a tomasse de uma mulher digna de recebê-lo, uma mulher que estivesse cheia de graça, vazia de pecado, enriquecida de piedade e preservada de todos os maus afetos. Apresentou, então, diante de seus olhos todas as mulheres que havia no mundo e não encontrou nenhuma tão digna desta grande obra como a puríssima e imaculada Virgem Maria. Por isso, se propôs, desde toda a eternidade, preparar esta morada, adorná-la com os mais admiráveis e dignos bens que pode receber uma criatura, a fim de que fosse um templo digno da divindade, um palácio digno de seu Filho. Se a previsão eterna pôs, desde então, seus olhos para descobrir este receptáculo do seu Filho e, depois de descobri-lo, adornou-o com todas as graças que podem embelezar uma criatura, como ele mesmo declarou pela boca do anjo que lhe enviou como embaixador, com maior razão haveremos de prever o dia e a disposição requerida para receber-lhe!” (SV XIII, 35).
Acolher a Deus, encher-nos de Deus, revestir-nos de Jesus Cristo, vazios de nós mesmo, como a Imaculada, tal é o primeiro desafio que Vicente de Paulo nos propõe, à luz do exemplo da Virgem Maria. 

L2 - A Anunciação: A humildade prepara e sustenta a oferta de si a Deus. Conhecer Deus e reconhecê-lo como único Senhor, saber-se pequeno diante dele, dar-se a ele para servir ao próximo, para realizar a sua obra, é o segundo movimento que Vicente descobre em Maria, a partir do ícone da Anunciação: “É preciso reconhecer a essência e a existência de Deus e ter algum conhecimento de suas perfeições antes de oferecer-lhe um sacrifício. Isso é natural, pois a quem ofereceis vossos presentes? Aos grandes, aos príncipes e aos reis. A esses é que rendeis vossa homenagem. Tão certo é isso que Deus observou esta mesma ordem na encarnação. Quando o anjo foi saudar a Virgem Maria, começou por reconhecer que estava cheia das graças do céu: Ave, gratia plena. Senhora, estás cheia e cumulada dos favores de Deus; Ave, gratia plena. Assim a reconhece e louva-a como cheia de graça. E o que faz em seguida? Aquele lindo presente da segunda pessoa da Santíssima Trindade. O Espírito Santo, reunindo o sangue mais puro da Santíssima Virgem, formou com ele um corpo; depois, Deus criou uma alma para informar aquele corpo e, em seguida, o Verbo se uniu àquela alma e àquele corpo por uma união admirável e, desta forma, o Espírito Santo realizou o mistério inefável da encarnação. O louvor precedeu o sacrifício” (SV XII, 226-227).
Como Maria na Anunciação, somos chamados a dar-nos inteiramente a Deus para realizar a sua obra: “Assim, pois, diz-se que é necessário buscar o Reino de Deus. Isso não é mais do que uma palavra, mas parece-me que diz muitas coisas. Quer dizer que temos de trabalhar de tal modo que aspiremos sempre ao que se nos recomenda, que trabalhemos incessantemente pelo Reino de Deus, sem ficarmos numa situação cômoda e parados (...). Buscai, buscai, isto quer dizer preocupação, isto quer dizer ação” (SV XI,131). A adesão de Maria à iniciativa de Deus serve-nos de estímulo na fidelidade ao dom da vocação.

L3 - A Visitação: Vazios de nós mesmos e entregues a Deus, nossa vida está a serviço dos pobres: “vós vos destes a Deus para o serviço dos pobres”, recordava, com insistência, nosso fundador. São Vicente descobre na Visitação de Maria a Isabel este terceiro movimento do caminho espiritual e propõe a prontidão e a solicitude de Maria na Visitação como modelo para o serviço dos pobres: “Honrarão a visita da Santíssima Virgem quando foi visitar sua prima com prontidão e alegria” (SV XIII, 419). E assim deduzirá as aplicações concretas para a vida da Filha da Caridade: “A Companhia das Filhas da Caridade foi fundada para amar a Deus, servi-lo e honrar Nosso Senhor, seu amo, e à Santíssima Virgem. E como o honrareis? Vossa Regra vos indica, fazendo-as reconhecer o plano de Deus em vossa fundação: para servir aos pobres enfermos, corporalmente, administrando-lhes tudo o que lhes é necessário; e espiritualmente, procurando que vivam e morram em bom estado” (SV IX, 20).

Em toda e qualquer circunstância, São Vicente sempre nos conduz aos pobres. Como Maria, nossa vida é doação total a Deus para o cuidado e a promoção dos irmãos mais pobres.

INSPIRAÇÃO BÍBLICA: Lc 1,26-38 (Anunciação) e Lc 1,39-56 (Visitação)

Comentário: Nesse dia 15 de novembro a Igreja do Paraná celebrou sua padroeira Nossa Senhora do Rocio, dirijamos a ela também nossa prece por meio do Angelus:

V. O Anjo do Senhor anunciou a Maria.
R. E Ela concebeu do Espírito Santo.
Ave Maria…

V. Eis a escrava do Senhor.
R. Faça-se em mim segundo a Vossa Palavra.
Ave Maria…

V. E o Verbo divino encarnou.
R. E habitou no meio de nós.
Ave Maria…

V. Rogai por nós Santa Mãe de Deus.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oremos.
Infundi, Senhor, como Vos pedimos, a Vossa graça nas nossas almas, para que nós, que pela Anunciação do Anjo conhecemos a Encarnação de Cristo, Vosso Filho, pela sua Paixão e Morte na Cruz, sejamos conduzidos à glória da ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Benção: (O Padre dá a bênção)

Dai-nos a benção, oh Mãe querida. Nossa Senhora Aparecida (2x)

V. Por intercessão de Nossa Senhora Apreciada, abençoe-nos o Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo. 

R. Amém.

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