quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Tríduo Preparatório para a Festa de São Vicente de Paulo

Unidos, na caridade e na missão. Ano da Colaboração da Família Vicentina.



1º Dia: São Vicente - Audácia a Serviço da Vida!

 

VENHA SER MISSIONÁRIO CONOSCO!

DEIXE-SE SER TOCADO POR DEUS

E PELO SOFRIMENTO DOS IRMÃOS!

 

D. Vicente de Paulo, homem simples do campo, homem do povo, homem de sonhos... Sonhos que começaram pequenos, como ambições pessoais, mas que foram atingidos pelo Espírito Santo, o transformador. Vicente de Paulo converte-se e assume o Caminho que um dia o atraíra ao sacerdócio. Com os olhos fixos em Jesus Cristo, este homem de audácia luta pela Vida em todos os níveis, deixando-se consumir pelo Serviço de Cristo nos Pobres, buscando a construção de uma sociedade mais justa onde haja Paz. Hoje celebramos a vida desse homem santo que inspira nossa caminhada.

 

CANTO: Fazer que Deus dos pobres seja amado (CD A Herança de São Vicente)

1) “Fazer que Deus dos pobres seja amado, com zelo anunciar-lhes Jesus Cristo!

      Dizer-lhes que o Reino já chegou: Oh! Como é sublime tudo isso (bis)

Refrão: “É missão de Jesus Cristo a missão que Deus nos deu:

É por nós que Deus faz hoje o que fez o Filho seu!”

2) “Louvores elevemos, meus irmãos!  a Deus que nos chamou a tal missão!

      Nós somos instrumentos do Amor!  De Cristo pelo pobre, meu irmão!” (bis)

3) “Ó que felicidade, meus irmãos!  Maior prazer jamais terá!

     Nem mesmo o Santo Padre pode ter a paz e o prazer que Deus nos dá” (bis)

 

D. A vida é um dom de Deus para todos. E Vicente de Paulo assumiu a defesa da vida em todos os seus atos. Defesa da vida de todos, mas, especialmente, a vida dos mais fragilizados, dos mais vulneráveis. Vicente de Paulo defendeu a vida de todos os pobres por que os filhos de Deus têm direito a uma vida digna.

T. “Virem a medalha e verão, à luz da fé, que o Filho de Deus que quis ser pobre, nos é representado por estres pobres” (SV, XI, 32).

L. “Cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres, para que possam integrar-se plenamente na sociedade; isto supõe estar docilmente atentos, para ouvir o clamor do pobre e socorrê-lo” (EG, 187).

T. “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10, 10).

D. Vicente de Paulo defendeu a vida das crianças abandonadas, muitas vezes expostas por mendigos que as mutilavam para obter ganhos com a compaixão dos passantes. Para isso, precisou enfrentar a mentalidade da época expressa pelas Damas da Caridade e pelas Irmãs que resistiram a assumir esse serviço por não quererem tocar naqueles que eram consideradas como fruto do pecado.

L. “Vemos com dor a situação de pobreza, de violência intrafamiliar (sobretudo em famílias irregulares ou desintegradas), de abuso sexual, pela qual passa bom número de nossas crianças: os setores de infância trabalhadora, crianças de rua, crianças portadoras do HIV, órfãos, meninos soldados, e crianças enganadas e expostas à pornografia e prostituição forçada, tanto virtual quanto real. Sobretudo a primeira infância (de 0 a 6 anos) requer cuidado e atenção especiais. Não se pode permanecer indiferente diante do sofrimento de tantas crianças inocentes” (Documento de Aparecida, 439).

T. “Tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber” (Mt 25, 35).

D. Vicente de Paulo defendeu a fé do pobre povo do campo, insistindo em que os Padres da Missão se dedicassem àqueles que foram abandonados à sua própria sorte e que corriam o risco de não se salvarem por falta de conhecimento das verdades da fé.

T. “Assim que Jesus desembarcou com seus discípulos, viu uma grande multidão e ficou tomado de compaixão por eles, pois estavam como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas (Mc 6, 34).

L. Ao fundar a Congregação da Missão, Vicente de Paulo tinha um objetivo claro: “Eles se dedicarão inteira e exclusivamente à salvação do pobre povo do campo, indo, a expensas de sua bolsa comum, de aldeia em aldeia, para pregar, instruir, exortar e catequizar a todos, levando-os a fazer uma boa confissão geral de toda a vida passada” (SV XIII, 197).

L. “Cada cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar esta chamada: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho” (EG, 20).

D. Vicente de Paulo lutou pelo povo vitimado pela guerra e forçado a deixar seus lares à procura de segurança ou de trabalho. Eram os refugiados, tornados vulneráveis pela guerra e expostos à mendicância para comer, especialmente porque pouco trabalho havia para oferecer-lhes.

L. “A violência se reveste de várias formas e tem diversos agentes: o crime organizado e o narcotráfico, grupos paramilitares, violência comum sobretudo na periferia das grandes cidades, violência de grupos juvenis e crescente violência intrafamiliar. Suas causas são múltiplas: a idolatria do dinheiro, o avanço de uma ideologia individualista e utilitarista, a falta de respeito pela dignidade de cada pessoa, a deterioração do tecido social, a corrupção inclusive nas forças da ordem e a falta de políticas públicas de equidade social” (Documento de Aparecida, 78).

T. “Era peregrino e me acolhestes, nu e me vestistes” (Mt 25,35-36).

D. Vicente de Paulo lutou para resgatar sua dignidade de pessoa humana dos galés. Conquistou para eles melhores condições de habitação, alimentação, convivência, para que pudessem cumprir seu tempo de reclusão com alguma dignidade.

L. “Que privilégio, minhas filhas, servir a esses pobres presos, abandonados nas mãos de pessoas que não têm piedade deles! Vi essa pobre gente tratada como animais. Isso foi o que fez com que Deus se enchesse de compaixão” (SV X, 125).

L. “Uma realidade que golpeia a todos os setores da população, mas principalmente o mais pobre, é a violência, produto das injustiças e outros males que durante longos anos vêm sendo semeados nas comunidades. Isso induz à criminalidade, e por conseguinte a que sejam muitas as pessoas que devem cumprir penas em recintos penitenciários desumanos, caracterizados pelo comércio de armas, drogas, aglomeração, torturas, ausência de programas de reabilitação, crime organizado que impede um processo de reeducação e de inserção na vida produtiva da sociedade. No momento atual, lamentavelmente os cárceres são com frequência escolas para aprender a delinquir” (Documento de Aparecida, 427).

T. “Estava na prisão e viestes a mim” (Mt 25, 36). 

D. Vicente de Paulo defendeu a vida dos enfermos, buscando obter para eles tratamento físico e suporte espiritual que lhes possibilitasse um caminho de conversão.

L. “Julgais por acaso, minhas filhas, que Deus espera de vós que leveis a vossos doentes somente um pouco de pão, de carne, de sopa e remédios? De modo algum... Deveis levar aos pobres dois tipos de alimento: o corporal e o espiritual, isto é, para sua instrução, dizer-lhes alguma boa palavra que tiverdes tirado de vossa oração. Deus vos reservou para isso” (SV IX, 591).

T. “Enfermo e me visitastes” (Mt 25, 36).

D. São tantas as realidades humanas atingidas pela audácia de Vicente de Paulo! Mas essas realidades ainda persistem em nosso mundo, e clamam por nossa audácia! A Regra da Missão é Cristo! A Regra do cristão é Cristo! No Evangelho, expressa-se explicitamente a regra de vida que devemos seguir.

 

INTERIORIZAÇÃO

CANTO: Eu vim para que todos tenham vida

Eu vim para que todos tenham vida, que todos tenham vida plenamente (bis)
1. Reconstrói a tua vida em comunhão com teu Senhor,

 reconstrói a tua vida em comunhão com teu irmão.

Onde está o teu irmão, eu estou presente nele.
2. Eu passei fazendo o bem, eu curei todos os males.

Hoje és minha presença junto a todo sofredor.

Onde sofre o teu irmão, eu estou sofrendo nele.
3. Entreguei a minha vida pela salvação de todos.

Reconstrói, protege a vida de indefesos e inocentes.

Onde morre o teu irmão, eu estou morrendo nele.
4. Vim buscar e vim salvar o que estava já perdido.

Busca, salva e reconduze a quem perdeu toda a esperança.

Onde salvas teu irmão, tu me estás salvando nele.
5. Salvará a sua vida quem a perde, quem a doa.

Eu não deixo perecer nenhum daqueles que são meus.

Onde salvas teu irmão, tu me estás salvando nele.

PARTILHA (em forma de Preces)

 

PAI NOSSO

 

Oração da Família Vicentina:

Senhor Jesus, Tu que te fizeste pobre, faze que tenhamos os olhos e o coração voltados para os Pobres. E que possamos reconhecer-Te neles; em sua sede, em sua fome, em sua solidão e em sua dor. Suscita em nossa Família Vicentina a unidade, a simplicidade, a humildade e a chama da caridade que inflamou o coração de São Vicente e de Santa Luísa. Dá-nos a força para que, fiéis à prática destas virtudes, possamos contemplar-Te e servir-Te na pessoa dos Pobres e um dia unirmo-nos a Ti e a eles no Teu Reino. Amém.




2º Dia: São Vicente de Paulo - Audácia a Serviço da Igreja!

 

VENHA SER MISSIONÁRIO CONOSCO!

DEIXE-SE SER TOCADO POR DEUS

E PELO SOFRIMENTO DOS IRMÃOS!

 

D. Vicente de Paulo, de família camponesa, bem sabia o que sofria o pobre povo do campo. Este padre que se tornou santo trabalhou pela Igreja, para que os pobres fossem bem servidos.

 

CANTO: Servo Por Amor

Numa noite de fadiga, sobre o barco em alto mar
O céu começa a clarear, a tua rede está vazia
Mas uma voz que te chama, te mostrará um outro mar
E sobre muitos corações a tua rede lançará.


Doa a tua vida, como Maria, aos pés da cruz (e serás)
Servo de cada homem, servo por amor, sacerdote da humanidade.

 

Caminhavas no silêncio, esperando além da dor
Que a semente que tu lançavas, num bom terreno germinasse.
Mas o coração exulta porque o campo já está dourado
O grão maduro pelo sol no celeiro pode entrar.


D. Pe. Vicente logo percebeu que a evangelização dos pobres só seria eficaz se eles pudessem contar com sacerdotes que realmente quisessem assumir essa missão e fossem bem formados para esse fim. Pe. Vicente era um sacerdote fiel e empenhado pela Igreja.  Havia muitos sacerdotes, mas a maior parte deles estava empenhada em obter bons proventos ou status...  A situação era gritante e, certa vez, Pe. Vicente foi questionado por um herege:

L. “De acordo com o que dizeis, a Igreja de Roma é dirigida pelo Espírito Santo; mas não posso crer nisso, vendo que, por um lado, muitos católicos dos campos estão abandonados nas mãos de pastores entregues aos vícios e à ignorância, que não conhecem suas obrigações e não sabem sequer o que é a religião cristã: por outro lado, as cidades estão cheias de padres e de frades que não fazem absolutamente nada; é possível que só em Paris, haja até 10 mil, enquanto este pobre povo do campo se encontra em uma ignorância espantosa, pela qual se perde. E quereis dizer-me que esta Igreja está sob a direção do Espírito Santo?”

D. Pe. Vicente acompanhou este herege que aderiu a fé e converteu-se a partir do testemunho de serviço dos pobres dado pelo Pe. Vicente. Mas, inquieto com a situação do clero francês, ele trabalhou para mudar essa situação.

L. “Pois bem, trabalhar pela salvação do pobre povo do campo: este é o fim principal de nossa vocação, e todo o resto não é mais do que acessório, pois jamais teríamos trabalhado com os ordinandos, nos seminários dos eclesiásticos, se não tivéssemos julgado que era necessário para sustentar o povo e conservar o fruto que dão as missões quando há bons eclesiásticos” (SV XI, 133).

D. O Papa Francisco vem insistindo sobre a conversão pastoral, para que assumamos o compromisso missionário inerente ao nome de cristão:

L. “Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo! Repito aqui, para toda a Igreja, aquilo que muitas vezes disse aos sacerdotes e aos leigos de Buenos Aires: prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro, e que acaba presa num emaranhado de obsessões e procedimentos. Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida. Mais do que o temor de falhar, espero que nos mova o medo de nos encerrarmos nas estruturas que nos dão uma falsa proteção, nas normas que nos transformam em juízes implacáveis, nos hábitos em que nos sentimos tranquilos, enquanto lá fora há uma multidão faminta e Jesus repete-nos sem cessar: ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’ (Mc 6, 37)” (EG 49).

D. O caminho de conversão pastoral proposto pelo Papa Francisco diz respeito a toda Igreja, e não simplesmente à hierarquia da Igreja. Pe. Vicente trabalhou pela conversão de todos os cristãos que ele encontrava, buscando colocá-los a serviço dos pobres, abrindo-lhes os olhos para as necessidades espirituais e materiais dos mais vulneráveis. Envolveu sacerdotes e muitos leigos e leigas, alguns dos quais se sentiram chamados à consagração, como as Filhas da Caridade. Mas, o Papa Francisco alerta a Igreja sobre um ponto muito importante:

L. “Hoje nota-se em muitos agentes pastorais, mesmo pessoas consagradas, uma preocupação exacerbada pelos espaços pessoais de autonomia e relaxamento, que leva a viver os próprios deveres como mero apêndice da vida, como se não fizessem parte da própria identidade. Ao mesmo tempo, a vida espiritual confunde-se com alguns momentos religiosos que proporcionam algum alívio, mas não alimentam o encontro com os outros, o compromisso no mundo, a paixão pela evangelização. Assim, é possível notar em muitos agentes evangelizadores – não obstante rezem – uma acentuação do individualismo, uma crise de identidade e um declínio do fervor. São três males que se alimentam entre si” (EG, 78).

L. "Para quantos estão feridos por antigas divisões, resulta difícil aceitar que os exortemos ao perdão e à reconciliação, porque pensam que ignoramos a sua dor ou pretendemos fazer-lhes perder a memória e os ideais. Mas, se virem o testemunho de comunidades autenticamente fraternas e reconciliadas, isso é sempre uma luz que atrai. Por isso me dói muito comprovar como nalgumas comunidades cristãs, e mesmo entre pessoas consagradas, se dá espaço a várias formas de ódio, divisão, calúnia, difamação, vingança, ciúme, a desejos de impor as próprias ideias a todo o custo, e até perseguições que parecem uma implacável caça às bruxas. Quem queremos evangelizar com estes comportamentos?” (EG, 100).

D. O nosso testemunho é a mais fidedigna ferramenta de evangelização. Ouçamos a Palavra de Deus.

L. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (Mt 18, 5-14. 19-20).

INTERIORIZAÇÃO

PRECES

D. “Se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que queiram pedir, isso lhe será concedido por meu Pai que está nos céus” (Mt 18, 19). Apresentemos ao Pai nossos pedidos.

L. Senhor, ainda hoje, são muitos os pobres que aguardam o anúncio do Evangelho.

T. Concedei-nos a audácia de evangelizá-los.

L. Senhor, ainda nos falta fé, simplicidade e humildade em nossos trabalhos pastorais.

T. Concedei-nos a audácia de nos deixarmos evangelizar pelos pobres.

L. Senhor, muitos são os chamados, mas poucos aceitam trabalhar pela evangelização.

T. Concedei-nos a audácia de continuar chamando, confiando no Senhor da messe.

L. Senhor, o consumismo e a sociedade do descartável nos induz, muitas vezes, a abandonarmos a pobreza evangélica.

T. Concedei-nos a audácia de mantermos um estilo de vida simples, marcado pela sobriedade.

L. Senhor, em certas situações, somos afetados pelo individualismo.

T. Concedei-nos a audácia de nos empenharmos em uma vida comunitária fraterna, alegre, que testemunhe a presença de Cristo em nosso meio.

L. Senhor, às vezes, também temos dificuldades de acolher as diferenças e de respeitar cada irmã/irmão pelo que ele é.

T. Concedei-nos a audácia de abrir o coração para acolher e para oferecer o perdão.

L. Senhor, muitas vezes não tratamos os pobres com doçura, cordialidade e respeito.

T. Concedei-nos a audácia de buscarmos continuamente a mansidão.

(Preces espontâneas)

D. Pai, atendei nossos pedidos e abençoe-nos em nossa reta intenção de amarmos como Jesus amou.

PAI NOSSO

 

 

CANTO: Religião Libertadora (Padre Zezinho - CD Sol Nascente Sol Poente)

É por causa do teu povo machucado que acredito em religião libertadora!
É por causa de Jesus ressuscitado que acredito em religião libertadora!


É por causa dos profetas que anunciam
Que batizam, que organizam, denunciam

É por causa de quem sofre a dor do povo
É por causa de quem morre sem matar

 

É por causa dos pequenos e oprimidos
Dos seus sonhos, dos seus ais, dos seus gemidos
É por causa do meu povo injustiçado
Das ovelhas sem rebanho e sem pastor

É por causa do profeta que se cala
Mas até com seu silêncio grita e fala
É por causa de um Jesus que anunciava
Mas também gritava aos grandes: ai de vós!

É por causa do que fez João Batista
Que arriscou mas preparou a tua vinda
É por causa de milhões de testemunhas
Que apostaram suas vidas no amor!



BÊNÇÃO FINAL


 


 

3º Dia: São Vicente de Paulo - Audácia a Serviço da Paz!

 

VENHA SER MISSIONÁRIO CONOSCO!

DEIXE-SE SER TOCADO POR DEUS

E PELO SOFRIMENTO DOS IRMÃOS!

 

D. Vicente de Paulo, no século XVII foi um missionário que lutou pela justiça e pela paz. Teve coragem de defender todos aqueles que eram vítimas das guerras, sobretudo os pobres. Podemos dizer que São Vicente foi um profeta da paz!

 

CANTO: Quando o dia da paz renascer (Zé Vicente)

 

1. Quando o dia da paz renascer, quando o sol da esperança brilhar, eu vou cantar.

Quando o povo nas ruas sorrir, e a roseira de novo florir, eu vou cantar.

Quando as cercas caírem no chão, quando as mesas se encherem de pão, eu vou cantar.

Quando os muros que cercam os jardins, destruídos então os jasmins, vão perfumar.
Refrão: Vai ser tão bonito se ouvir a canção, cantada, de novo. No olhar do homem a certeza do irmão. Reinado, do povo. (2x)
2. Quando as armas da destruição, destruídas em cada nação, eu vou sonhar.

E o decreto que encerra a opressão, assinado só no coração, vai triunfar.

Quando a voz da verdade se ouvir, e a mentira não mais existir, será enfim,

tempo novo de eterna justiça, sem mais ódio, sem sangue ou cobiça, vai ser assim.

 

D. A paz, a paz é o grande dom, mas também a grande conquista. São João XXIII, o Santo Padre artífice da paz, já o afirmava: “A paz na terra, anseio profundo de todos os homens de todos os tempos, não se pode estabelecer nem consolidar senão no pleno respeito da ordem instituída por Deus... A todos os homens de boa vontade incumbe a imensa tarefa de restaurar as relações de convivência humana na base da verdade, justiça, amor e liberdade: as relações das pessoas entre si, as relações das pessoas com as suas respectivas comunidades políticas, e as dessas comunidades entre si, bem como o relacionamento de pessoas, famílias, organismos intermédios e comunidades políticas com a comunidade mundial. Tarefa nobilíssima, qual a de realizar verdadeira paz, segundo a ordem estabelecida por Deus” (Carta Encíclica Pacem in Terris, n.1 e 162).

 

L. A construção da paz é um apelo a cada cristão: “Uma fé autêntica – que nunca é cômoda nem individualista – comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir valores, deixar a terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ela. Amamos este magnífico planeta, onde Deus nos colocou, e amamos a humanidade que o habita, com todos os seus dramas e cansaços, com os seus anseios e esperanças, com os seus valores e fragilidades. A terra é a nossa casa comum, e todos somos irmãos. Embora ‘a justa ordem da sociedade e do Estado seja dever central da política’, a Igreja ‘não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça’. Todos os cristãos, incluindo os Pastores, são chamados a preocupar-se com a construção dum mundo melhor” (EG, 183).

D. Vicente de Paulo viveu em uma França marcada por inúmeras guerras, e certamente foi afetado por esses acontecimentos, que descreve em sua correspondência:

L. “Quase todas as Igrejas foram profanadas, não se poupando o que há de mais santo e adorável: fome e mortandade quase universais, corpos insepultos, a maioria expostos à avidez dos lobos....

L. ... Os pobres salvos dessas desgraças estão reduzidos a respigar pelos campos, em busca de alguns grãos de trigo ou de cevada, ali semeados e já meio apodrecidos, com os quais conseguem fazer um pão enlameado, tão insalubre que, quase todos adoecem...

L. ... Eles se refugiam em tocas ou cabanas, deitando-se no chão, sem lençóis, sem roupas, revestidos apenas de frangalhos. Apresentam rostos negros e desfigurados, mas apesar disso, sua paciência é admirável...

L. ... Existem regiões totalmente desertas, pois seus moradores, escapando da morte, foram para bem longe, lutar pela vida. De modo que só restam ali os doentes, os órfãos e as pobres viúvas carregadas de filhos, expostos ao rigor da fome, do frio e de toda espécie de desconforto e de miséria” (IV, 144).

D. A descrição deste cenário testemunhado por Pe. Vicente no século XVII, na França, poderia ser emprestada a qualquer repórter correspondente de guerra dos dias de hoje. Pe. Vicente pedia insistentemente:

T. “Renovo minha recomendação anterior e jamais suficiente, de rezar pela paz, para que Deus se digne unir os corações dos príncipes cristãos” (XI, 200).

D. A audácia de Pe. Vicente em favor da construção da paz levou-o a arriscar a própria vida ao viajar para encontrar a Rainha Ana d’Áustria que se refugiara fora de Paris, para dizer-lhe que deveria demitir o primeiro ministro Mazarino. Também a Mazarino, Pe. Vicente falou abertamente sobre esse assunto. Até mesmo ao Papa Inocêncio X, Pe. Vicente escreveu pedindo que não desistisse e viesse em auxílio do seu povo sofrido:

L. “Santíssimo Padre... o que não teve êxito uma vez, pode ser melhor sucedido numa outra tentativa... O braço do Senhor não foi encolhido e creio, firmemente, que Deus reservou à solicitude e aos cuidados do Pastor da Igreja Universal, a glória de, finalmente, obter para nós o repouso de nossas fadigas, a felicidade após tantos males, a paz depois da guerra...” (IV, 459).

L. O Papa Francisco afirma que “a paz também ‘não se reduz a uma ausência de guerra, fruto do equilíbrio sempre precário das forças. Constrói-se, dia a dia, na busca duma ordem querida por Deus, que traz consigo uma justiça mais perfeita entre os homens’. Enfim, uma paz que não surja como fruto do desenvolvimento integral de todos, não terá futuro e será sempre semente de novos conflitos e variadas formas de violência” (EG, 219).

D. Pe. Vicente trabalhou também para sanar os efeitos da guerra, sensibilizando consciências, organizando e encaminhando auxílios aos povos sofridos, e agradecendo a todos os colaboradores.

L. “Senhoras, se todos esses bens se consumirem em vossas mãos, será motivo de profunda dor. Oh! Que desolação! Que vergonha! Ah! Senhoras, se nos examinarmos bem, temeremos não ter feito o possível para o progresso da obra... Vede, Senhoras, pelos benefícios que prestastes, quão grande seria a desgraça se eles viessem a faltar” (XIII, 810-811).

L. “As esmolas de Lorena continuam sempre, pela misericórdia de Deus...” (II, 154).

L. “Nossos auxiliares tiveram tanto cuidado com os doentes que, somente na cidade de Guise, pela graça de Deus, dentre quinhentos doentes, anotamos mais de trezentas curas...

L. ... Fomos obrigados a ajudá-los, fornecendo-lhes meios, distribuindo machados, podadeiras e rocas de fiar, para o trabalho dos homens e das mulheres que não serão mais pesados a ninguém...” (IV, 131).

L. “Meu Deus! Senhores, Nosso Senhor considera agradáveis vossas solicitudes no empenho de aliviar seus membros sofredores! Peço-Lhe, que Ele seja a vossa recompensa, abençoe vossas pessoas e vossa autoridade e também que conceda a paz ao Estado e liberte seu povo do mal que padece” (IV, 197).

D. A Palavra de Deus nos instiga a construir a paz. Ouçamos:

 

L. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 5, 1-12).

 

PARTILHA

 

PAI NOSSO

 

ORAÇÃO VOCACIONAL DA FAMÍLIA VICENTINA

Pai providente e misericordioso, nós vos louvamos e agradecemos, porque sempre nos chamais a participar de vossa vida e de vossa santidade. Fazei ressoar em toda a Família Vicentina esse vosso ardente chamado de amor. Em vossas mãos, depositamos confiantes nossos esforços na vivência da fé, no cultivo da fraternidade e na construção de vosso Reino de justiça e paz.

Senhor Jesus Cristo, que viestes para evangelizar e servir os pobres, como discípulos-missionários, queremos seguir vossos passos, atentos à vontade do Pai, comprometidos com a Comunidade e solidários com os irmãos mais necessitados. Ajudai-nos a permanecer firmes na fé, alegres na esperança, solícitos na caridade, generosos na missão, para que o mundo creia na verdade do vosso amor.

Espírito Santo, que nos tornais continuadores da missão de Jesus e enriqueceis a Igreja com muitos dons para o serviço da humanidade, tornai fecundo o empenho de todos os membros da Família Vicentina – Leigos e Leigas, Irmãs, Padres e Irmãos – concedei-lhes sabedoria e inspirai-lhes palavras e ações para confortar e animar a todos no compromisso com o Evangelho da vida e da esperança.

Trindade Santa, fazei que produzamos os frutos que esperais, na Caridade e na Missão, firmando nossos pés no caminho que conduz a vós, fonte e meta de nossa vida de peregrinos. É o que vos pedimos, com Maria, a Senhora das Graças, e com São Vicente, o irmão dos pobres. Amém.



BÊNÇÃO FINAL


Fonte: SAVV PBCM 

 

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