Unidos,
na caridade e na missão. Ano da Colaboração da Família Vicentina.
1º
Dia: São Vicente - Audácia a Serviço da Vida!
VENHA
SER MISSIONÁRIO CONOSCO!
DEIXE-SE
SER TOCADO POR DEUS
E
PELO SOFRIMENTO DOS IRMÃOS!
D. Vicente de Paulo, homem
simples do campo, homem do povo, homem de sonhos... Sonhos que começaram
pequenos, como ambições pessoais, mas que foram atingidos pelo Espírito Santo,
o transformador. Vicente de Paulo converte-se e assume o Caminho que um dia o
atraíra ao sacerdócio. Com os olhos fixos em Jesus Cristo, este homem de audácia
luta pela Vida em todos os níveis, deixando-se consumir pelo Serviço de Cristo
nos Pobres, buscando a construção de uma sociedade mais justa onde haja Paz.
Hoje celebramos a vida desse homem santo que inspira nossa caminhada.
CANTO: Fazer que Deus dos pobres
seja amado (CD A Herança de São Vicente)
1) “Fazer que Deus dos pobres seja amado, com zelo
anunciar-lhes Jesus Cristo!
Dizer-lhes que o Reino já chegou: Oh! Como é sublime tudo isso (bis)
Refrão: “É
missão de Jesus Cristo a missão que Deus nos deu:
É por nós que Deus faz hoje o que fez o Filho seu!”
2) “Louvores elevemos, meus irmãos! a Deus que nos chamou a tal missão!
Nós
somos instrumentos do Amor! De Cristo
pelo pobre, meu irmão!” (bis)
3) “Ó que felicidade, meus irmãos! Maior prazer jamais terá!
Nem
mesmo o Santo Padre pode ter a paz e o prazer que Deus nos dá” (bis)
D. A vida é um dom de Deus
para todos. E Vicente de Paulo assumiu a defesa da vida em todos os seus atos.
Defesa da vida de todos, mas, especialmente, a vida dos mais fragilizados, dos
mais vulneráveis. Vicente de Paulo defendeu a vida de todos os pobres por que os filhos de Deus têm direito a uma vida
digna.
T. “Virem a medalha e verão, à luz da fé, que o
Filho de Deus que quis ser pobre, nos é representado por estres pobres” (SV, XI, 32).
L. “Cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus
ao serviço da libertação e promoção dos pobres, para que possam integrar-se
plenamente na sociedade; isto supõe estar docilmente atentos, para ouvir o
clamor do pobre e socorrê-lo” (EG, 187).
T. “Eu vim para que todos tenham vida e vida em
abundância”
(Jo 10, 10).
D. Vicente de Paulo defendeu
a vida das crianças abandonadas,
muitas vezes expostas por mendigos que as mutilavam para obter ganhos com a compaixão
dos passantes. Para isso, precisou enfrentar a mentalidade da época expressa
pelas Damas da Caridade e pelas Irmãs que resistiram a assumir esse serviço por
não quererem tocar naqueles que eram consideradas como fruto do pecado.
L. “Vemos com dor a situação de pobreza, de violência intrafamiliar (sobretudo
em famílias irregulares ou desintegradas), de abuso sexual, pela qual passa bom
número de nossas crianças: os setores de infância trabalhadora, crianças de
rua, crianças portadoras do HIV, órfãos, meninos soldados, e crianças enganadas
e expostas à pornografia e prostituição forçada, tanto virtual quanto real.
Sobretudo a primeira infância (de 0 a 6 anos) requer cuidado e atenção
especiais. Não se pode permanecer indiferente diante do sofrimento de tantas
crianças inocentes” (Documento de Aparecida, 439).
T. “Tive
fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber” (Mt 25, 35).
D. Vicente de Paulo defendeu
a fé do pobre povo do campo,
insistindo em que os Padres da Missão se dedicassem àqueles que foram
abandonados à sua própria sorte e que corriam o risco de não se salvarem por
falta de conhecimento das verdades da fé.
T. “Assim que Jesus desembarcou com
seus discípulos, viu uma grande multidão e ficou tomado de compaixão por eles,
pois estavam como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas” (Mc 6, 34).
L. Ao fundar a Congregação
da Missão, Vicente de Paulo tinha um objetivo claro: “Eles se dedicarão inteira e exclusivamente à salvação do pobre povo do
campo, indo, a expensas de sua bolsa comum, de aldeia em aldeia, para pregar,
instruir, exortar e catequizar a todos, levando-os a fazer uma boa confissão
geral de toda a vida passada” (SV XIII, 197).
L. “Cada cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o
Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar esta chamada: sair da
própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam
da luz do Evangelho” (EG, 20).
D. Vicente de Paulo lutou
pelo povo vitimado pela guerra e
forçado a deixar seus lares à procura de segurança ou de trabalho. Eram os
refugiados, tornados vulneráveis pela guerra e expostos à mendicância para
comer, especialmente porque pouco trabalho havia para oferecer-lhes.
L. “A violência se reveste de várias formas e tem diversos agentes: o
crime organizado e o narcotráfico, grupos paramilitares, violência comum
sobretudo na periferia das grandes cidades, violência de grupos juvenis e crescente
violência intrafamiliar. Suas causas são múltiplas: a idolatria do dinheiro, o
avanço de uma ideologia individualista e utilitarista, a falta de respeito pela
dignidade de cada pessoa, a deterioração do tecido social, a corrupção
inclusive nas forças da ordem e a falta de políticas públicas de equidade
social” (Documento de Aparecida, 78).
T. “Era
peregrino e me acolhestes, nu
e me vestistes” (Mt 25,35-36).
D. Vicente de Paulo lutou
para resgatar sua dignidade de pessoa humana dos galés. Conquistou
para eles melhores condições de habitação, alimentação, convivência, para que
pudessem cumprir seu tempo de reclusão com alguma dignidade.
L. “Que privilégio, minhas filhas, servir a esses pobres presos, abandonados
nas mãos de pessoas que não têm piedade deles! Vi essa pobre gente tratada como
animais. Isso foi o que fez com que Deus se enchesse de compaixão” (SV X,
125).
L. “Uma realidade que golpeia a todos os setores da população, mas
principalmente o mais pobre, é a violência, produto das injustiças e outros
males que durante longos anos vêm sendo semeados nas comunidades. Isso induz à
criminalidade, e por conseguinte a que sejam muitas as pessoas que devem
cumprir penas em recintos penitenciários desumanos, caracterizados pelo
comércio de armas, drogas, aglomeração, torturas, ausência de programas de reabilitação,
crime organizado que impede um processo de reeducação e de inserção na vida
produtiva da sociedade. No momento
atual, lamentavelmente os cárceres são com frequência escolas para aprender a
delinquir” (Documento de Aparecida, 427).
T. “Estava
na prisão e viestes a mim” (Mt
25, 36).
D. Vicente de Paulo defendeu
a vida dos enfermos, buscando obter
para eles tratamento físico e suporte espiritual que lhes possibilitasse um
caminho de conversão.
L. “Julgais por acaso, minhas filhas, que Deus espera de vós que leveis a
vossos doentes somente um pouco de pão, de carne, de sopa e remédios? De modo
algum... Deveis levar aos pobres dois tipos de alimento: o corporal e o
espiritual, isto é, para sua instrução, dizer-lhes alguma boa palavra que
tiverdes tirado de vossa oração. Deus vos reservou para isso” (SV IX, 591).
T. “Enfermo
e me visitastes” (Mt 25, 36).
D. São tantas as realidades
humanas atingidas pela audácia de Vicente de Paulo! Mas essas realidades ainda
persistem em nosso mundo, e clamam por nossa audácia! A Regra da Missão é Cristo!
A Regra do cristão é Cristo! No Evangelho, expressa-se explicitamente a regra
de vida que devemos seguir.
INTERIORIZAÇÃO
CANTO: Eu vim para que todos
tenham vida
Eu vim para que todos tenham vida, que todos tenham vida
plenamente (bis)
1. Reconstrói a tua vida em
comunhão com teu Senhor,
reconstrói a tua vida em comunhão com teu
irmão.
Onde está o teu irmão, eu estou
presente nele.
2. Eu passei fazendo o bem, eu curei todos os
males.
Hoje és minha presença junto a
todo sofredor.
Onde sofre o teu irmão, eu estou
sofrendo nele.
3. Entreguei a minha vida pela salvação de
todos.
Reconstrói, protege a vida de
indefesos e inocentes.
Onde morre o teu irmão, eu estou
morrendo nele.
4. Vim buscar e vim salvar o que estava já
perdido.
Busca, salva e reconduze a quem
perdeu toda a esperança.
Onde salvas teu irmão, tu me estás
salvando nele.
5. Salvará a sua vida quem a perde, quem a doa.
Eu não deixo perecer nenhum
daqueles que são meus.
Onde salvas teu irmão, tu me estás
salvando nele.
PARTILHA (em forma de Preces)
PAI NOSSO
Oração da Família Vicentina:
Senhor Jesus, Tu que te fizeste pobre,
faze que tenhamos os olhos e o coração voltados para os Pobres. E que possamos
reconhecer-Te neles; em sua sede, em sua fome, em sua solidão e em sua dor.
Suscita em nossa Família Vicentina a unidade, a simplicidade, a humildade e a
chama da caridade que inflamou o coração de São Vicente e de Santa Luísa.
Dá-nos a força para que, fiéis à prática destas virtudes, possamos contemplar-Te
e servir-Te na pessoa dos Pobres e um dia unirmo-nos a Ti e a eles no Teu
Reino. Amém.
2º
Dia: São Vicente de Paulo - Audácia a Serviço da Igreja!
VENHA
SER MISSIONÁRIO CONOSCO!
DEIXE-SE
SER TOCADO POR DEUS
E
PELO SOFRIMENTO DOS IRMÃOS!
D. Vicente de Paulo, de
família camponesa, bem sabia o que sofria o pobre povo do campo. Este padre que
se tornou santo trabalhou pela Igreja, para que os pobres fossem bem servidos.
CANTO: Servo
Por Amor
Numa noite de fadiga,
sobre o barco em alto mar
O céu começa a clarear, a tua rede está vazia
Mas uma voz que te chama, te mostrará um outro mar
E sobre muitos corações a tua rede lançará.
Doa a tua vida, como Maria, aos pés da
cruz (e serás)
Servo de cada homem, servo por amor, sacerdote da humanidade.
Caminhavas no silêncio,
esperando além da dor
Que a semente que tu lançavas, num bom terreno germinasse.
Mas o coração exulta porque o campo já está dourado
O grão maduro pelo sol no celeiro pode entrar.
D. Pe. Vicente logo percebeu que a evangelização dos
pobres só seria eficaz se eles pudessem contar com sacerdotes que realmente
quisessem assumir essa missão e fossem bem formados para esse fim. Pe. Vicente
era um sacerdote fiel e empenhado pela Igreja.
Havia muitos sacerdotes, mas a maior parte deles estava empenhada em
obter bons proventos ou status... A
situação era gritante e, certa vez, Pe. Vicente foi questionado por um herege:
L. “De acordo com o que dizeis, a Igreja de Roma é dirigida pelo Espírito
Santo; mas não posso crer nisso, vendo que, por um lado, muitos católicos dos
campos estão abandonados nas mãos de pastores entregues aos vícios e à
ignorância, que não conhecem suas obrigações e não sabem sequer o que é a
religião cristã: por outro lado, as cidades estão cheias de padres e de frades
que não fazem absolutamente nada; é possível que só em Paris, haja até 10 mil,
enquanto este pobre povo do campo se encontra em uma ignorância espantosa, pela
qual se perde. E quereis dizer-me que esta Igreja está sob a direção do Espírito
Santo?”
D. Pe. Vicente acompanhou
este herege que aderiu a fé e converteu-se a partir do testemunho de serviço
dos pobres dado pelo Pe. Vicente. Mas, inquieto com a situação do clero
francês, ele trabalhou para mudar essa situação.
L. “Pois bem, trabalhar pela salvação do pobre povo do campo: este é o fim
principal de nossa vocação, e todo o resto não é mais do que acessório, pois
jamais teríamos trabalhado com os ordinandos, nos seminários dos eclesiásticos,
se não tivéssemos julgado que era necessário para sustentar o povo e conservar
o fruto que dão as missões quando há bons eclesiásticos” (SV XI, 133).
D. O Papa Francisco vem
insistindo sobre a conversão pastoral, para que assumamos o compromisso missionário
inerente ao nome de cristão:
L. “Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo! Repito
aqui, para toda a Igreja, aquilo que muitas vezes disse aos sacerdotes e aos
leigos de Buenos Aires: prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por
ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade
de se agarrar às próprias seguranças. Não quero uma Igreja preocupada com ser o
centro, e que acaba presa num emaranhado de obsessões e procedimentos. Se
alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é
que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da
amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um
horizonte de sentido e de vida. Mais do que o temor de falhar, espero que nos
mova o medo de nos encerrarmos nas estruturas que nos dão uma falsa proteção,
nas normas que nos transformam em juízes implacáveis, nos hábitos em que nos
sentimos tranquilos, enquanto lá fora há uma multidão faminta e Jesus
repete-nos sem cessar: ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’ (Mc 6, 37)” (EG 49).
D.
O caminho de conversão pastoral proposto pelo Papa Francisco diz respeito a
toda Igreja, e não simplesmente à hierarquia da Igreja. Pe. Vicente trabalhou
pela conversão de todos os cristãos que ele encontrava, buscando colocá-los a
serviço dos pobres, abrindo-lhes os olhos para as necessidades espirituais e materiais
dos mais vulneráveis. Envolveu sacerdotes e muitos leigos e leigas, alguns dos
quais se sentiram chamados à consagração, como as Filhas da Caridade. Mas, o
Papa Francisco alerta a Igreja sobre um ponto muito importante:
L. “Hoje nota-se em muitos agentes pastorais, mesmo pessoas consagradas,
uma preocupação exacerbada pelos espaços pessoais de autonomia e relaxamento,
que leva a viver os próprios deveres como mero apêndice da vida, como se não
fizessem parte da própria identidade. Ao mesmo tempo, a vida espiritual
confunde-se com alguns momentos religiosos que proporcionam algum alívio, mas
não alimentam o encontro com os outros, o compromisso no mundo, a paixão pela
evangelização. Assim, é possível notar em muitos agentes evangelizadores – não
obstante rezem – uma acentuação do individualismo,
uma crise de identidade e
um declínio do fervor. São
três males que se alimentam entre si” (EG, 78).
L. "Para quantos estão feridos por antigas divisões, resulta difícil
aceitar que os exortemos ao perdão e à reconciliação, porque pensam que
ignoramos a sua dor ou pretendemos fazer-lhes perder a memória e os ideais.
Mas, se virem o testemunho de comunidades autenticamente fraternas e
reconciliadas, isso é sempre uma luz que atrai. Por isso me dói muito comprovar
como nalgumas comunidades cristãs, e mesmo entre pessoas consagradas, se dá
espaço a várias formas de ódio, divisão, calúnia, difamação, vingança, ciúme, a
desejos de impor as próprias ideias a todo o custo, e até perseguições que
parecem uma implacável caça às bruxas. Quem queremos evangelizar com estes
comportamentos?” (EG, 100).
D. O nosso testemunho é a
mais fidedigna ferramenta de evangelização. Ouçamos a Palavra de Deus.
L. Proclamação do Evangelho
de Jesus Cristo segundo Mateus (Mt 18, 5-14. 19-20).
INTERIORIZAÇÃO
PRECES
D. “Se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que
queiram pedir, isso lhe será concedido por meu Pai que está nos céus” (Mt
18, 19). Apresentemos ao Pai nossos pedidos.
L. Senhor, ainda hoje, são
muitos os pobres que aguardam o anúncio do Evangelho.
T. Concedei-nos a audácia
de evangelizá-los.
L. Senhor, ainda nos falta
fé, simplicidade e humildade em nossos trabalhos pastorais.
T. Concedei-nos a audácia
de nos deixarmos evangelizar pelos pobres.
L. Senhor, muitos são os
chamados, mas poucos aceitam trabalhar pela evangelização.
T. Concedei-nos a audácia
de continuar chamando, confiando no Senhor da messe.
L. Senhor, o consumismo e a
sociedade do descartável nos induz, muitas vezes, a abandonarmos a pobreza
evangélica.
T. Concedei-nos a audácia
de mantermos um estilo de vida simples, marcado pela sobriedade.
L. Senhor, em certas
situações, somos afetados pelo individualismo.
T. Concedei-nos a audácia
de nos empenharmos em uma vida comunitária fraterna, alegre, que testemunhe a
presença de Cristo em nosso meio.
L.
Senhor, às vezes, também temos dificuldades de acolher as diferenças e de
respeitar cada irmã/irmão pelo que ele é.
T. Concedei-nos a audácia
de abrir o coração para acolher e para oferecer o perdão.
L.
Senhor, muitas vezes não tratamos os pobres com doçura, cordialidade e
respeito.
T. Concedei-nos a audácia
de buscarmos continuamente a mansidão.
(Preces espontâneas)
D. Pai, atendei nossos
pedidos e abençoe-nos em nossa reta intenção de amarmos como Jesus amou.
PAI NOSSO
CANTO: Religião
Libertadora (Padre
Zezinho - CD
Sol Nascente Sol Poente)
É por causa do teu povo
machucado que acredito em religião libertadora!
É por causa de Jesus ressuscitado que acredito em religião libertadora!
É por causa dos
profetas que anunciam
Que batizam, que organizam, denunciam
É por causa de quem
sofre a dor do povo
É por causa de quem morre sem matar
É por causa dos pequenos e oprimidos
Dos seus sonhos, dos seus ais, dos seus gemidos
É por causa do meu povo injustiçado
Das ovelhas sem rebanho e sem pastor
É por causa do profeta que se cala
Mas até com seu silêncio grita e fala
É por causa de um Jesus que anunciava
Mas também gritava aos grandes: ai de vós!
É por causa do que fez João Batista
Que arriscou mas preparou a tua vinda
É por causa de milhões de testemunhas
Que apostaram suas vidas no amor!
BÊNÇÃO FINAL
3º
Dia: São Vicente de Paulo - Audácia a Serviço da Paz!
VENHA
SER MISSIONÁRIO CONOSCO!
DEIXE-SE
SER TOCADO POR DEUS
E
PELO SOFRIMENTO DOS IRMÃOS!
D. Vicente de Paulo, no
século XVII foi um missionário que lutou pela justiça e pela paz. Teve coragem
de defender todos aqueles que eram vítimas das guerras, sobretudo os pobres. Podemos
dizer que São Vicente foi um profeta da paz!
CANTO: Quando o dia da paz
renascer (Zé Vicente)
1. Quando o dia da paz
renascer, quando o sol da esperança brilhar, eu vou cantar.
Quando o povo nas ruas
sorrir, e a roseira de novo florir, eu vou cantar.
Quando as cercas caírem
no chão, quando as mesas se encherem de pão, eu vou cantar.
Quando os muros que
cercam os jardins, destruídos então os jasmins, vão perfumar.
Refrão: Vai ser tão bonito se ouvir a
canção, cantada, de novo. No olhar do homem a certeza do irmão. Reinado, do
povo. (2x)
2. Quando as armas da destruição, destruídas em cada nação, eu vou sonhar.
E o decreto que encerra
a opressão, assinado só no coração, vai triunfar.
Quando a voz da verdade
se ouvir, e a mentira não mais existir, será enfim,
tempo novo de eterna
justiça, sem mais ódio, sem sangue ou cobiça, vai ser assim.
D. A paz, a paz é o grande
dom, mas também a grande conquista. São João XXIII, o Santo Padre artífice da
paz, já o afirmava: “A paz na terra,
anseio profundo de todos os homens de todos os tempos, não se pode estabelecer
nem consolidar senão no pleno respeito da ordem instituída por Deus... A todos
os homens de boa vontade incumbe a imensa tarefa de restaurar as relações de
convivência humana na base da verdade, justiça, amor e liberdade: as relações
das pessoas entre si, as relações das pessoas com as suas respectivas
comunidades políticas, e as dessas comunidades entre si, bem como o relacionamento
de pessoas, famílias, organismos intermédios e comunidades políticas com a
comunidade mundial. Tarefa nobilíssima, qual a de realizar verdadeira paz, segundo
a ordem estabelecida por Deus” (Carta Encíclica Pacem in Terris,
n.1 e 162).
L. A construção da paz é um
apelo a cada cristão: “Uma fé autêntica –
que nunca é cômoda nem individualista – comporta sempre um profundo desejo de
mudar o mundo, transmitir valores, deixar a terra um pouco melhor depois da
nossa passagem por ela. Amamos este magnífico planeta, onde Deus nos colocou, e
amamos a humanidade que o habita, com todos os seus dramas e cansaços, com os
seus anseios e esperanças, com os seus valores e fragilidades. A terra é a
nossa casa comum, e todos somos irmãos. Embora ‘a justa ordem da sociedade e do
Estado seja dever central da política’, a Igreja ‘não pode nem deve ficar à
margem na luta pela justiça’. Todos os cristãos, incluindo os Pastores, são chamados
a preocupar-se com a construção dum mundo melhor” (EG, 183).
D. Vicente de Paulo viveu em
uma França marcada por inúmeras guerras, e certamente foi afetado por esses
acontecimentos, que descreve em sua correspondência:
L. “Quase todas as Igrejas foram profanadas, não se poupando o que há de
mais santo e adorável: fome e mortandade quase universais, corpos insepultos, a
maioria expostos à avidez dos lobos....
L. ... Os
pobres salvos dessas desgraças estão reduzidos a respigar pelos campos, em
busca de alguns grãos de trigo ou de cevada, ali semeados e já meio
apodrecidos, com os quais conseguem fazer um pão enlameado, tão insalubre que,
quase todos adoecem...
L. ... Eles
se refugiam em tocas ou cabanas, deitando-se no chão, sem lençóis, sem roupas, revestidos
apenas de frangalhos. Apresentam rostos negros e desfigurados, mas apesar
disso, sua paciência é admirável...
L. ...
Existem regiões totalmente desertas, pois seus moradores, escapando da morte,
foram para bem longe, lutar pela vida. De modo que só restam ali os doentes, os
órfãos e as pobres viúvas carregadas de filhos, expostos ao rigor da fome, do
frio e de toda espécie de desconforto e de miséria” (IV, 144).
D. A descrição deste cenário
testemunhado por Pe. Vicente no século XVII, na França, poderia ser emprestada
a qualquer repórter correspondente de guerra dos dias de hoje. Pe. Vicente
pedia insistentemente:
T. “Renovo minha recomendação anterior e jamais
suficiente, de rezar pela paz, para que Deus se digne unir os corações dos
príncipes cristãos” (XI, 200).
D. A audácia de Pe. Vicente
em favor da construção da paz levou-o a arriscar a própria vida ao viajar para
encontrar a Rainha Ana d’Áustria que se refugiara fora de Paris, para dizer-lhe
que deveria demitir o primeiro ministro Mazarino. Também a Mazarino, Pe.
Vicente falou abertamente sobre esse assunto. Até mesmo ao Papa Inocêncio X,
Pe. Vicente escreveu pedindo que não desistisse e viesse em auxílio do seu povo
sofrido:
L. “Santíssimo
Padre... o que não teve êxito uma vez, pode ser melhor sucedido numa outra
tentativa... O braço do Senhor não foi encolhido e creio, firmemente, que Deus
reservou à solicitude e aos cuidados do Pastor da Igreja Universal, a glória
de, finalmente, obter para nós o repouso de nossas fadigas, a felicidade após
tantos males, a paz depois da guerra...” (IV, 459).
L. O Papa Francisco afirma
que “a paz também ‘não se reduz a uma
ausência de guerra, fruto do equilíbrio sempre precário das forças.
Constrói-se, dia a dia, na busca duma ordem querida por Deus, que traz consigo
uma justiça mais perfeita entre os homens’. Enfim, uma paz que não surja como
fruto do desenvolvimento integral de todos, não terá futuro e será sempre
semente de novos conflitos e variadas formas de violência” (EG, 219).
D. Pe. Vicente trabalhou
também para sanar os efeitos da guerra, sensibilizando consciências, organizando
e encaminhando auxílios aos povos sofridos, e agradecendo a todos os colaboradores.
L. “Senhoras, se todos esses bens se consumirem em vossas mãos,
será motivo de profunda dor. Oh! Que desolação! Que vergonha! Ah! Senhoras, se
nos examinarmos bem, temeremos não ter feito o possível para o progresso da
obra... Vede, Senhoras, pelos benefícios que prestastes, quão grande seria a
desgraça se eles viessem a faltar” (XIII, 810-811).
L. “As esmolas de Lorena continuam sempre, pela misericórdia de Deus...”
(II, 154).
L. “Nossos auxiliares tiveram tanto cuidado com os doentes que, somente na
cidade de Guise, pela graça de Deus, dentre quinhentos doentes, anotamos mais
de trezentas curas...
L. ... Fomos
obrigados a ajudá-los, fornecendo-lhes meios, distribuindo machados, podadeiras
e rocas de fiar, para o trabalho dos homens e das mulheres que não serão mais
pesados a ninguém...”
(IV, 131).
L. “Meu Deus! Senhores, Nosso Senhor considera agradáveis vossas
solicitudes no empenho de aliviar seus membros sofredores! Peço-Lhe, que Ele
seja a vossa recompensa, abençoe vossas pessoas e vossa autoridade e também que
conceda a paz ao Estado e liberte seu povo do mal que padece” (IV, 197).
D. A Palavra de Deus nos
instiga a construir a paz. Ouçamos:
L. Proclamação do Evangelho
de Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 5, 1-12).
PARTILHA
PAI NOSSO
ORAÇÃO VOCACIONAL DA FAMÍLIA VICENTINA
Pai providente e
misericordioso, nós vos louvamos e agradecemos, porque sempre nos chamais a
participar de vossa vida e de vossa santidade. Fazei ressoar em toda a Família
Vicentina esse vosso ardente chamado de amor. Em vossas mãos, depositamos
confiantes nossos esforços na vivência da fé, no cultivo da fraternidade e na
construção de vosso Reino de justiça e paz.
Senhor Jesus Cristo, que viestes para evangelizar e servir os pobres, como
discípulos-missionários, queremos seguir vossos passos, atentos à vontade do
Pai, comprometidos com a Comunidade e solidários com os irmãos mais
necessitados. Ajudai-nos a permanecer firmes na fé, alegres na esperança,
solícitos na caridade, generosos na missão, para que o mundo creia na verdade
do vosso amor.
Espírito Santo, que nos tornais continuadores da missão de Jesus e enriqueceis
a Igreja com muitos dons para o serviço da humanidade, tornai fecundo o empenho
de todos os membros da Família Vicentina – Leigos e Leigas, Irmãs, Padres e
Irmãos – concedei-lhes sabedoria e inspirai-lhes palavras e ações para
confortar e animar a todos no compromisso com o Evangelho da vida e da esperança.
Trindade Santa, fazei que produzamos os frutos que esperais, na Caridade e na
Missão, firmando nossos pés no caminho que conduz a vós, fonte e meta de nossa
vida de peregrinos. É o que vos pedimos, com Maria, a Senhora das Graças, e com
São Vicente, o irmão dos pobres. Amém.
BÊNÇÃO FINAL
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