Ó Deus, dai-me a graça de não saber nada, de ser ignorante,
sem conhecimento, atrasado, para que, assim, eu possa aprender tudo, possa
alcançar a verdadeira sabedoria, venha a ser capaz de admirar, de descobrir
coisas novas, de me atualizar a cada momento da vida.
Fazei que eu não queira conhecer outra coisa que não seja
Jesus Cristo e Jesus Cristo crucificado.
Que cada dia eu possa entender melhor o que significa ser
discípulo de um marginal, seguidor de um homem condenado como ameaça ao sistema
e criminoso irrecuperável, companheiro de alguém que foi eliminado como
perigoso lixo da sociedade.
Que jamais eu pretenda saber qualquer coisa que não sirva
para entender melhor o que isso significa.
·
Livrai-me, Senhor, de ser o “Sabe-tudo”!
·
Livrai-me de parecer um mestre!
·
Livrai-me de ter a última palavra!
·
De ter todas as respostas, de, por um momento
que seja, achar que nada tenho a aprender.
Ensinai-me a ouvir os que nada têm a dizer. Ensinai-me a
aprender dos que não sabem, a alcançar a sabedoria dos analfabetos, a
aprofundar a minha fé na prática dos sem-estudos.
Fazei que eu perca a ilusão dos livros e dê mais valor à
realidade da vida.
Que eu perca a ilusão das palavras bonitas e me empenhe cada
vez mais no compromisso com a verdade.
Que eu tenha, acima de tudo, a sabedoria da cruz, a
sabedoria do último lugar, que transforma em ilusão toda sabedoria, toda
ciência, toda técnica, todo palavreado humano.
Pelo Cristo, de mãos grossas, analfabeto e condenado à
morte, mas vivo para sempre. Amém!
[Uma das orações que o Padre José Luiz Gonzaga do Prado nos distribuía nas aulas
de Bíblia].
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