quarta-feira, 13 de abril de 2022

[Testemunho de Ir. Lúcia Rocha - Filha da Caridade]

 


Ir. Maria Lúcia Rocha, FC, 89 anos, natural de Santa Maria do Suaçuí – MG, nasceu no seio de uma família católica, desde cedo foi educada na fé.

 

Inicialmente foi Monja Concepcionistas do Mosteiro da Luz em São Paulo. Porém, inquieta com a clausura, vai à Minas Gerais onde conhece as Irmãs Sacramentinas em Belo Horizonte, mas termina, identificando-se mesmo, com às Filhas da Caridade. Seu pai era membro da Sociedade de São Vicente de Paulo, e faleceu quando ela ainda era pequena. Com a falta do pai, sua mãe, a entregou, e seus irmãos, a São Vicente de Paulo, que seria o pai dos mesmos dali por diante. E na conversa inicial com a Irmã que a acolheu na Companhia, Ir. Lúcia descobriu que São Vicente era o fundador das Filhas da Caridade. Naquele momento seu coração foi tomado de uma imensa alegria, pois estava na casa de seu pai São Vicente de Paulo e Ir. Lúcia teve certeza que aquela era sua vocação.

 

A partir daí, ingressa na Companhia e faz uma linda trajetória como Filha da Caridade, dando o melhor de si por onde passa, enxergando Cristo nos Pobres e servindo-lhes como mestres e senhores.

 

Sua relação com a arte remonta à infância, quando aprendeu a ampliar desenhos com a técnica “Quadriculado”. Logo avançou para pintura, escultura e restauração. A primeira imagem que ela restaurou foi uma imagem de Nossa Senhora das Graças, devoção essa e Jesus Cristo são os santos que ela mais tem dedicado sua arte.

 

Quando enviada à Vila São Cottolengo em Trindade – GO, fez as primeiras esculturas, retratando crianças com síndrome de down, atendidas na obra. As imagens continuam no local e partilham cena com São Vicente de Paulo que acolhe pessoas excluídas ou marginalizadas.

 

Uma de suas pinturas mais conhecidas é a Santa Ceia. - Enviada a uma das obras da Província de Belo Horizonte, a Irmã Servente sugeriu que as irmãs da comunidade colocasse os dons a serviço para ajudar a obra. Ir. Lúcia pensou que poderia ajudar com pinturas, ainda que não estivesse segura; mas diante das necessidades da obra, disse que poderia colocar no quadro de aviso: “Aceitamos todo tipo de pintura". E assim foi feito.

 

A primeira encomenda foi a que se tornou uma de suas pinturas mais conhecidas, "A Santa Ceia". Uma “Madame” encomendou o trabalho inspirado em uma obra de arte portuguesa. Ir. Lúcia vacilou em pegar a encomenda, mas aceitou o desafio. Quando foi entregar a obra, a cliente ficou maravilhada e disse que não queria uma, senão duas “Santas Ceias”, pois estava segura que sua filha iria tomar a pintura dela, assim que colocasse os olhos sobre a tela. Ir. Lúcia reproduziu a pintura em muitos espaços quatros, paredes, painéis, etc.

 

Conforme a Sagrada Escritura que nos orienta que os talentos não devem ser enterrados, mas multiplicados e colocados à disposição dos outros (Cf. Mt 25,14-30), Ir. Lúcia sempre se dispôs a partilhar o aprendido, ensinando a terceiros seus conhecimentos, restaurando imagens em diferentes paróquias dos Padres da Congregação da Missão, servindo os pobres, promovendo inclusive cursos de arte, bem como de corte e costura direcionados à pessoas deficientes ou mais necessitadas.

 

Os moradores dos arredores da Casa de idosos, Catarina Labouré em Belo Horizonte – MG relatam das visitas calorosas, cuidadosas, e cheias de amabilidade de Ir. Lúcia, em sua primeira destinação ali; e que agora, depois do tempo forte da pandemia, que outra vez está destinada ali, volta a fazer o trabalho de atendimento aos pobres e aqueles que a recorrem para restauros – como é o caso desse trabalho que faz neste dias na comunidade São Vicente de Paulo, da Paroquia Pai Misericordioso, Paulo VI, BH.

 

Rogamos a Deus que preserve a saúde da Ir. Maria Lúcia Rocha e que aprendamos com seu testemunho a seguir Jesus Cristo evangelizados dos pobres.




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