Por, Cleber Teodosio - Estudante CM e Assessor da JMV
1.O que é a JMV?
A Juventude
Mariana Vicentina – JMV é uma Associação de jovens, da Igreja Católica, com
espiritualidade Mariana e carisma Vicentino, orientados para o serviço concreto
aos jovens e aos mais pobres. Está presente em 66 países com mais de 100.000
membros.
2.Qual a origem da JMV?
A JMV se
origina de um pedido que a Santíssima Vigem fez a então noviça Catarina Labouré
na primeira aparição ocorrida na capela da Casa Mae das Filhas da Caridade de
São Vicente de Paulo em paris França, em 18 de julho de 1830, dizendo: “Desejo que seja fundada uma Associação de
Jovens, sobre a qual derramarei abundantes graças”, nascendo então a
associação com o nome filhas de Maria.
3.A JMV tem aprovação da Igreja?
Associação
das Filhas de Maria foi aprovada pelo Soberano Pontífice Pio IX, nos decretos
de 20 de junho de 1847 e de 19 de julho de 1850, posteriormente confirmados por
outras disposições da Santa Sé. Atualmente se chama Juventude Mariana
Vicentina, e é constituída em fidelidade às orientações da Igreja e à luz das
Diretrizes Pastorais da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
4.Quais são as características da JMV?
É uma associação
Eclesial
– porque é Igreja, Leiga – formada por membros leigos, Mariana – nasceu de um
pedido de maria, Vicentina – tem sua origem em uma das fundações de São Vicente
de Paulo e Missionária – como foi Cristo, Vicente e é a Igreja.
5.Como nasce um grupo de JMV?
O grupo JMV
nasce como uma experiência que leva aos jovens a abrir os olhos sobre a sua
própria realidade. O grupo deve propor atividades concretas que permitam aos
seus membros conhecer melhor os problemas e injustiças ao seu redor, de maneira
que possa oferecer respostas adequadas e eficazes a realidade dos mais
necessitados, segundo suas capacidades e possibilidades.
6.Quais são os requisitos necessários?
1.
Dois ou mais jovens
interessados na caminhada com o grupo;
2.
Que o grupo esteja caminhando à
luz do Evangelho, seguindo o carisma mariano e vicentino;
3.
Um adulto com experiência
madura na fé e com conhecimento e vivência profunda do carisma vicentino.
7.Quais são as ideias chaves para iniciar um grupo
JMV?
1.
Responder as inquietações e
interesses dos membros;
2.
Ajudar os membros a crescer
integralmente, desde os valores da fé cristã.
a.
Fraternidade
b.
Oração
c.
Compromisso
d.
Formação
3.
Convidá-los a descobrir o mundo
dos pobres, para evangelizá-los e servi-los.
8.Que passos seguir para implantar um grupo JMV?
Dado que JMV
é uma Associação internacional de fiéis reconhecida pela Santa Sede, o
nascimento de um grupo JMV em uma Igreja local deve seguir as normas
estabelecidas pelo Código de Direito Canônico (C.285-290). Na maioria dos
países, a JMV está estabelecida como uma Associação Laical (Leiga),
especialmente vinculada à Companhia das Filhas da Caridade e à Congregação da
Missão. Por isso a criação de um grupo deveria seguir o seguinte processo:
a)
Em um país onde já existe
JMV proceder como se segue:
i. Dirigir-se ao responsável da pastoral do lugar, para expor seu
propósito e obter sua aprovação; uma vez obtida a aprovação, convidar os jovens
a participar do grupo e iniciar as reuniões e atividades;
ii. Depois de um período mínimo de seis meses, fazer um relatório informando
as atividades realizadas pelo grupo e enviar ao Conselho Nacional, solicitando
seu acompanhamento;
iii. Ao terminar o primeiro ano, apresentam sua petição de admissão ao
Conselho Nacional, junto com o aval escrito do responsável da pastoral do lugar
ou do Superior local, em caso de o grupo estar um uma casa da Congregação das
Missões ou das Filhas da Caridade.
iv. Se o Conselho Nacional está de acordo, o Assessor Nacional (Cânon
312,2) enviará a ata de eleição do novo grupo, se este funcionar em uma casa das
Filhas da Caridade ou na Congregação da Missão. Se o grupo não funcionar em uma
casa da Congregação da Missão ou das Filhas da Caridade, o Assessor Nacional
solicitará ao Bispo do lugar uma aprovação escrita. Logo que obtê-la, enviará a
ata de eleição do novo grupo.
b)
Nota sobre celebração da caminhada de um ano do grupo e distintivo:
É
aconselhável celebrar o final do primeiro ano de vida do grupo. Pode
ser uma celebração simples com os seguintes elementos básicos: cantos, leitura
da Palavra (Bíblia), entrega de uma lembrança e uma comemoração fraterna. A
medida que o grupo cresça, recomenda-se marcar os momentos importantes da vida
do grupo com alguma celebração mais especial. Vale salientar que o distintivo
da associação é a Medalha Milagrosa, que pode ser entregue a cada membro na
emissão da promessa depois do primeiro ano de grupo e/ou solenemente, na
consagração – ver mais no estatuto
9.Como se dá o governo do grupo?
A coordenação
de um grupo de JMV tem presidente, secretário e tesoureiro, com seus
respectivos vices, assessorados por uma irmã, padre ou leigo adulto. Tal
conselho observa as orientações dos conselhos regional, provincial, nacional e
internacional, bem como seus estatutos. A associação não é uma ONG, pois é
Igreja, e não tem fins lucrativos.
10. Quais são as funções básica da coordenação?
·
Animar e fortalecer a vida do
grupo;
·
Ajudar os jovens a planejar
anualmente as atividades do grupo;
·
Procurar a integração do grupo
na vida paroquial e diocesana;
·
Informar aos organismos
superiores sobre o andamento do grupo;
·
Conhecer a JMV seus documentos.
a)
Sugestão de metodologia de trabalho
Essa dinâmica
pode ser aplicada a grupos de jovens que se reúnem uma vez por semana
(periodicidade ideal, na opinião), de forma que pode se organizar mensalmente
da seguinte maneira:
·
1ª semana/encontro: Espiritualidade -
Cristã, Mariana, Vicentina, santos padroeiros, Oficio Divino da Juventude,
etc.,
·
2ª semana/encontro: Formação - (Estudar
um ponto da etapa que corresponde ao grupo, etc.). Orienta-se que os Encontros
Semanais da JMV, principalmente os de formação, estejam estruturados na
dinâmica do VER (a realidade atual), JULGAR (iluminação bíblica) e ATUAR
(serviço concreto / compromisso). Um exemplo da eficácia do método é sua
presença nos materiais oferecidos anualmente pela Campanha da Fraternidade;
·
Obs.: Fazer leituras de textos reflexivos, especialmente os que
trazem histórias, a fim de melhor transmitir os valores para os jovens.
·
3ª semana/encontro: Ação - O grupo sai
às quatro paredes e vai junto aos pobres – visitas domiciliares, colégios,
hospitais, asilos de idosos, orfanato para crianças, casa de apoio, serviço a
mulher marginalizada, drogadictos, imigrantes, etc. - Fazer um serviço
concreto.
·
4ª semana/encontro: Celebração e/ou
Lazer - Celebrar os aniversários do mês, o santo do mês, a vida – aniversário,
ou um tema X, fazer algo de esporte - os jovens gostam muito, pequenas
excursões, piquenique, etc.). Caso o mês haja uma 5ª semana, a 4ª para
celebração e a 5ª para o Lazer.
b)
Cinco intervenções válidas:
i. Distribuir funções fixas e ou móveis
ao maior número de jovens do grupo, ou seja, além dos cargos tradicionais da
Associação, adicionar responsáveis e vices de comunicação, esportes, caridade,
eventos, etc.
ii. Amizade é: profunda ressonância
mutua, comunicação aberta, positividade, flexibilidade, durabilidade,
liberdade, constância na alegria ou na dor (Rm 12, 15). Um amigo do peito
deveria ser uma pessoa sábia, experiente e com uma fé profunda.
iii. Nada segura, marca, amadurece, sensibiliza, atrai o jovem para Cristo, Igreja, JMV que ricas experiências
missionárias.
iv. Sintonia - Observar as agenda e diretrizes
da JMV nas estâncias: eclesial (JMV e Igreja em geral) e social
v. São Vicente e muitos outros santos
aprenderam a seguinte regra do Senhor: primeiro faça e depois ensine! Como
seguir essa regra? Através das obras (obras de justiça e de misericórdia), das
palavras (Verdade) e dos relacionamentos (seu um com outro – pobre). Resumindo
através do testemunho.
c)
Etapas da vida do grupo:
·
Nascimento: (Iniciação) o grupo nasce como nasce a pessoa, e ao princípio é
bastante dependente do(a) coordenador/a, necessita de muitos cuidados.
·
Infância: Pouco a pouco, o grupo vai crescendo e seus membros vão descobrindo
que podem chegar a fazer algo em comum, aprofundam a comunicação, vão definindo
objetivos e vislumbram os caminhos que podem seguir.
·
Adolescência: É o momento das crises de integração, de lutas pela liderança, de uma
nova busca de sentido do grupo e dos caminhos concretos para realizar sua
identidade.
·
Juventude: Superada a crise, o grupo alcança maior estabilidade, vai obtendo
uma personalidade no grupo mais definida, adquire mais autonomia e respeito do
Coordenador/a, aprofunda seus relacionamentos, assume compromissos com mais
seriedade, se abre para a realidade social e começa a tomar opiniões
importantes
·
Maturidade: Um grupo jovem é maduro quando seus membros decidem viver mais
fortemente possível a experiência de comunidade, com objetivos muito claros e
definidos, com níveis de comunicação profunda e com aceitação mútua
incondicional, com um projeto de serviço realmente ligado em sua realidade.
·
Morte / Vida Nova: O grupo não pode permanecer para sempre, pois não é imortal... uma
vez que encontram seu próprio caminho e fazem uma eleição na vida. Seus membros
que já não são jovens, mas sim adultos, se dispersam...
PARABÉNS!!!
Os
felicitamos pelo interesse de fundar um grupo JMV. Assim você começa a fazer
parte dos milhões de homens e mulheres que apostam nos jovens, como motivo de
esperança para o mundo.
Venha fazer
parte desta família!
REFERÊNCIA
JMV, Como iniciar um grupo, Ed. La Milagrosa, Madrid, 2006 (Cadernos
Vicentinos)
Estatuto da JMV Brasil
aprovado pelo superior geral Pe. Gregory Gay, CM, Roma, 2011
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