quinta-feira, 12 de junho de 2025

Medalha Milagrosa, Escapulário Verde e Escapulário Vermelho: História e Significado



Os três sacramentais aqui analisados ​​— a Medalha Milagrosa, o Escapulário Verde e o Escapulário Vermelho — têm origem semelhante: surgiram na França do século XIX por meio de revelações extraordinárias transmitidas por freiras da Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Cada um deles apareceu em lugares e circunstâncias diferentes, mas todos compartilham uma forte ligação mariano-vicentina e são dedicados à conversão das almas e à misericórdia divina. A seguir, detalhamos o contexto histórico, a vida dos videntes, os locais das aparições, os elementos comuns e o valor espiritual de cada sacramental, com base em fontes e documentos eclesiásticos da época.

 

1. Medalha Milagrosa (1830)


 

Contexto Histórico

A França, no início do século XIX, era um país marcado pelas feridas da Revolução e das Guerras Napoleônicas. A Igreja Católica passava por um processo de restauração após a década de secularização revolucionária. Nesse clima de religiosidade renovada, a primeira aparição mariana relacionada à Medalha Milagrosa ocorreu em 1830: enquanto o dogma da Imaculada Conceição ainda não havia sido oficialmente proclamado, Maria apareceu a uma jovem Filha da Caridade, revelando um desígnio que reconheceria a pureza de seu Coração.

 

Santa Catarina Labouré (1806–1876)

 


Catarina Labouré nasceu em 2 de janeiro de 1806, em Fain-les-Moutiers, França, e ficou órfã aos nove anos de idade. Quando criança, ajudava nas tarefas da fazenda da família e no cuidado dos doentes; desde cedo, sentiu inclinação religiosa. Em 1830, pediu para ingressar nas Filhas da Caridade em Paris; em 21 de abril de 1830, chegou ao noviciado na Casa Mãe, na Rue du Bac. Tinha então 24 anos. Durante o noviciado, ela recebeu uma série de aparições de São Vicente de Paulo e de Cristo (visões dos corações de São Vicente e do Senhor na Eucaristia) que confirmaram sua vocação vicentina, e ela orou em seu coração para ver a Bem-Aventurada Virgem Maria.

 

Aparições na Rue du Bac (Paris)

Em 18 de julho de 1830, véspera da festa de São Vicente de Paulo, a Virgem Maria apareceu a Catarina na capela da Rue du Bac, cercada de luz e acompanhada por uma criança-guia. Nessa primeira visão, nenhuma palavra foi registrada, mas Maria anunciou que continuaria a se manifestar. A segunda aparição ocorreu em 27 de novembro de 1830, no mesmo local, durante sua meditação diária: a Virgem apareceu de pé sobre o mundo, com as mãos estendidas, oferecendo raios de graça, e ao redor da visão, Catarina viu escritas as palavras: "Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!" Naquela aparição, Nossa Senhora a instruiu: “Faça uma medalha conforme este modelo... Aqueles que a usarem com confiança receberão graças abundantes”. Finalmente, em dezembro de 1830 (data incerta, no mesmo mês), Catarina teve a terceira visão, na qual a imagem lhe apareceu aos pés do altar, e Nossa Senhora reiterou o significado dos raios como símbolos das graças obtidas para aqueles que a pedem com confiança. Essas três aparições (julho, novembro e dezembro de 1830) definiram o desenho e a invocação da Medalha Milagrosa.

 

Aprovação e Divulgação Eclesiástica

Após as visões, Catarina manteve em segredo seu papel nessas aparições; a medalha foi cunhada em 1832 com “a devida aprovação eclesiástica”, presumivelmente com a permissão do Bispo de Paris. As primeiras medalhas foram distribuídas durante a epidemia de cólera de 1832 em Paris, e inúmeras curas e conversões logo começaram a ser atribuídas a ela, daí seu apelido de "Milagrosa". Em 1836, uma investigação canônica foi realizada por ordem do Arcebispo de Paris, cujo relatório concluiu que "a Medalha era de origem sobrenatural e que os milagres realizados através dela eram genuínos". A partir de então, a devoção cresceu rapidamente em toda a França e no mundo, consolidada pela Pia Associação da Medalha Milagrosa.

Santa Catarina Labouré faleceu em 1876 em Enghien (Paris). Foi beatificada pelo Papa Pio XI em 28 de maio de 1933 e canonizada pelo Papa Pio XII em 27 de julho de 1947. Sua causa de santidade surgiu de sua vida virtuosa e dos muitos milagres atribuídos ao uso da medalha.

 

Significado e Uso do Sacramental

A Medalha Milagrosa representa a Imaculada Conceição de Maria: o anverso mostra a Virgem em pé sobre o globo, esmagando a serpente (símbolo do Mal), com raios de graça emanando de suas mãos, juntamente com a legenda "Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós". O reverso traz a letra "M" coroada com uma cruz (a união de Cristo e sua Mãe) cercada por doze estrelas, e os dois corações unidos — o de Jesus coroado de espinhos e o de Maria trespassado por uma espada — que aludem à profecia de Simeão sobre as dores de Maria.

Espiritualmente, a medalha é um sacramental e proteção e consagração ao Imaculado Coração de Maria. Muitos testemunhos indicam que aqueles que a usam com fé obtêm graças de conversão, cura e consolação na morte. A Igreja promove seu uso por meio da bênção da medalha por um sacerdote; tradicionalmente, também se pode rezar a oração inscrita nela, pedindo a intercessão de Maria Imaculada. O simbolismo da medalha foi reafirmado com a declaração do dogma mariano em 1854: a Virgem apareceu a Catarina "com o ano de 1830 sobre a esfera" e foi proclamada Imaculada quando o dogma de sua Imaculada Conceição se cumpriu. Em suma, a Medalha Milagrosa (consagrada em 27 de novembro no calendário litúrgico) é vista como um canal de abundantes graças maternas de Maria para a conversão e proteção dos fiéis.

 

2. Escapulário Verde (1840)

 


Contexto Histórico

Dez anos após as aparições na Rue du Bac, a Europa ainda estava imersa em práticas devocionais renovadas. O movimento de devoção ao Coração de Maria cresceu após o dogma proclamado em 1854, e em 1840 Nossa Senhora interveio novamente na Companhia das Filhas da Caridade. Desta vez, sua mensagem se concentrou na misericórdia e na conversão daqueles que se afastaram da fé.

 

Irmã Justine Bisqueyburu (1817–1903)

 


Marie-Justine Bisqueyburu nasceu em 11 de novembro de 1817, em Mauléon (Pirineus Atlânticos, França). Órfã desde criança, foi criada por sua tia materna, que lhe incutiu uma intensa devoção ao Coração de Maria e a caridade para com os pobres. Em janeiro de 1840, ingressou no noviciado das Filhas da Caridade em Paris (Rue du Bac). Era conhecida por sua humildade, piedade e serviço alegre aos doentes. Durante o noviciado, teve várias visões preparatórias da Virgem Maria: em 28 de janeiro de 1840, enquanto rezava diante da imagem da Imaculada Conceição no noviciado, viu Maria vestida de branco, com um manto azul e seu Coração envolto em chamas ardentes. Durante essas primeiras aparições, a Virgem Maria não falou, mas elas confirmaram a missão mariana de Justine.

 

Aparições do Escapulário Verde

O momento culminante ocorreu em 8 de setembro de 1840, Festa da Natividade de Maria, quando Justine já havia sido designada para a comunidade de Blangy (Sena Marítimo). Nesse dia, segundo os relatos, a Virgem Maria apareceu vestindo o hábito branco e o manto azul, segurando um escapulário verde especialmente desenhado na mão esquerda. Este escapulário era um único quadrado de tecido verde com cordões (ao contrário dos escapulários tradicionais de duas peças) e, no anverso, trazia a imagem da Virgem Maria exibindo seu Imaculado Coração (exatamente como ela mesma havia aparecido a Justina). No reverso, havia um coração flamejante trespassado por uma espada, encimado por uma cruz, ao redor da qual estava a inscrição: "Imaculado Coração de Maria, rogai por nós agora e na hora de nossa morte".

 

Interiormente, Justina compreendeu a mensagem: a Santíssima Virgem lhe ensinou que este Escapulário Verde seria "um instrumento poderoso para a conversão das almas, especialmente daquelas que não têm fé". Maria pediu que este sacramental fosse amplamente divulgado para obter graças especiais de misericórdia, prometendo em particular "a graça de morrer em estado de graça" àqueles que o usassem com fé e oração. Com isso, a missão evangelizadora de Justina estava selada: ensinar o uso do escapulário como sinal da ternura maternal da Virgem para com os pecadores.

 

Aprovação Eclesiástica

Após as aparições, Justine informou seus superiores e seu diretor espiritual, Padre Jean-Marie Aladel. A princípio, houve suspeitas, mas com o tempo, as autoridades eclesiásticas reconheceram a autenticidade das revelações. A difusão do Escapulário Verde não exigiu a fundação de uma confraria especial ou uma cerimônia de imposição; bastava que um padre o abençoasse e o usasse com devoção. O Papa Pio IX autorizou sua fabricação e uso em 1863 e reafirmou isso em 1870, instruindo as Irmãs: "Autorizo-vos a confeccioná-los e distribuí-los". O Arcebispo de Paris também contribuiu para sua disseminação. Posteriormente, o Papa Pio XI apoiou a devoção ao escapulário verde, elevando sua visibilidade dentro da Igreja.

Justine Bisqueyburu faleceu em 28 de julho de 1903, "em odor de santidade", em Carcassonne, França. Embora nunca tenha sido oficialmente beatificada, seu legado permanece vivo nas conversões atribuídas ao uso do escapulário verde. Sua figura é lembrada pela Igreja francesa como um exemplo de vida oculta e devoção mariana.

 

Significado e Uso do Sacramentário

O Escapulário Verde simboliza o Imaculado Coração de Maria. Representa a confiança na misericórdia da Virgem para com aqueles que duvidam ou se afastaram de Deus. Sua estrutura (um único quadrado de tecido em vez de dois) enfatiza que sua eficácia depende "da fé e da confiança com que é usado". Recomenda-se que cada escapulário seja abençoado por um sacerdote. A pessoa pode usá-lo no peito.

ou, em caso de dificuldade, colocá-lo com seus pertences, rezando a oração inscrita (Imaculado Coração de Maria...) todos os dias. Aqueles que promoveram esta devoção afirmam que a Virgem concedeu graças de conversão, retorno à fé e uma morte tranquila a muitos fiéis que confiaram no escapulário verde. Na liturgia, Nossa Senhora do Coração de Maria é celebrada em 31 de maio (memória de Justina) e, por extensão, o escapulário verde é associado a esse dia festivo como um sinal da proximidade materna de Maria às almas necessitadas.

 

Escapulário Vermelho (1846)

 


Contexto Histórico

 

Paralelamente às devoções ao Coração de Maria, surgiram também símbolos voltados para o sofrimento redentor de Cristo. Em 1846, na diocese de Troyes (França), Jesus revelou um novo escapulário ligado à Paixão. Este evento deu continuidade à série de manifestações divinas que o povo católico francês vivenciou no século XIX, unidas à tradição vicentina de doação.

 

Irmã Apolline (Louise-Apolline) Andriveau (1810–1895)

 


Louise-Apolline Andriveau nasceu em 7 de maio de 1810, em Pourcain (França central), em uma família camponesa. Ingressou na Irmandade como Filha da Caridade ainda jovem, adotando o nome de Irmã Apolline. Foi designada para a Casa de Montolieu, em Troyes, onde serviu aos doentes e idosos. Caracterizou-se por grande piedade na oração, especialmente na meditação da Paixão de Cristo.

 

Aparições em Troyes (1846)

Em 26 de julho de 1846, dia da memória litúrgica de São Joaquim (avô de Jesus), ocorreu a primeira manifestação: ao entrar na capela, antes da bênção do Santíssimo Sacramento, Irmã Apolline percebeu a presença de Jesus Cristo usando um escapulário vermelho. Na visão, Jesus segurava na mão direita um Escapulário Vermelho da Paixão — um pedaço de pano vermelho — decorado com a imagem da Crucificação e os instrumentos da Paixão (flancos, cruz, lança, martelo, etc.). Ao redor do crucifixo do escapulário, estava a frase: "Santa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, salvai-nos". Do outro lado do escapulário, estavam os Sagrados Corações de Jesus (trespassado) e de Maria (com doze estrelas), unidos por uma cruz, com a inscrição: "Sagrados Corações de Jesus e Maria, protegei-nos".

 

Então, em outra aparição (num domingo, enquanto fazia a Via Sacra, na 13ª Estação), Irmã Apolline sentiu a Virgem lhe entregar o corpo de Cristo, e Jesus lhe disse: "O mundo está perdido porque não pensa na minha Paixão; faze todo o possível para salvá-lo". Essas aparições se repetiram diversas vezes até meados de 1847. Jesus prometeu que aqueles que usarem o escapulário vermelho fielmente e meditarem sobre a Paixão terão grande abundância de fé, esperança e caridade, especialmente todas as sextas-feiras, e o Perdão dos pecados (remissão da culpa) todas as sextas-feiras. Em suma, a mensagem do escapulário vermelho é convidar à contemplação dos sofrimentos de Cristo como um caminho para a conversão: "Quem pode resistir a um Deus que expira por amor aos homens?", disse Jesus à Irmã Apolline.

 

Aprovação Eclesiástica

A divulgação cautelosa deste evento culminou na aprovação papal: após examinar o caso, o Papa Pio IX autorizou "a propagação do Escapulário da Paixão" em 25 de junho de 1847. Assim, a Igreja reconheceu oficialmente o escapulário vermelho como um sacramental válido. A Diocese de Troyes e as Filhas da Caridade promoveram então a devoção, permitindo que religiosos e leigos o usassem após a bênção e até mesmo rezassem a Oração do Escapulário Vermelho, que contém as promessas feitas por Jesus durante as visões.

Irmã Apolline Andriveau faleceu em 27 de setembro de 1895 (segundo os registros das Filhas da Caridade) após muitos anos de serviço na França. Assim como Irmã Justine, ela viveu no anonimato, sem revelar publicamente sua missão. Atualmente, não há nenhum processo formal de beatificação ou canonização aberto para ela. Sua memória é celebrada na Igreja Vicentina, mas não está incluída no calendário litúrgico universal.

 

Significado e Uso do Sacramentário

O Escapulário Vermelho da Paixão é um sinal de solidariedade aos sofrimentos de Cristo e ao Corpo Místico da Igreja. É usado no peito (uma peça adornada com fitas vermelhas) como um lembrete para manter viva a devoção à Paixão redentora de Jesus. O Espírito Santo ensina que aqueles que o usam com fé — e refletem sobre os mistérios da Paixão — recebem "um grande aumento de Fé, Esperança e Caridade" todas as sextas-feiras. Para se beneficiar de suas graças, o escapulário deve ser abençoado por um sacerdote. Na oração popular, a chamada Oração do Escapulário Vermelho é frequentemente recitada, pedindo proteção aos Sagrados Corações de Jesus e Maria, como ensina a devoção original.

Em uso, o escapulário vermelho não é um "amuleto", mas um instrumento de conversão: ele convida os fiéis a considerarem o custo do amor divino manifestada na Cruz. Ajuda a santificar as sextas-feiras (o dia tradicional de veneração da Paixão) com indulgência, em memória das promessas reveladas à Irmã Apolline. É uma forma gráfica de rezar pela paz mundial e pela união com Cristo crucificado.

 

Elementos comuns entre os sacramentais

  • Origem mariana-vicentino: Os três sacramentais surgiram dentro da espiritualidade das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo na França. Catarina Labouré, Justine Bisqueyburu e Apolline Andriveau eram freiras vicentinas dedicadas ao serviço dos doentes e pobres, às quais a Santíssima Virgem (ou Jesus, no caso do escapulário vermelho) apareceu, revelando um sinal de piedade.
  • Aparições privadas: Todas foram reveladas por meio de revelação privada recebida em um contexto de oração (cada vidente orou em uma capela), em datas específicas (1830, 1840, 1846) e em locais associados à Congregação (Rue du Bac, Blangy, Troyes). Essas aparições não faziam parte de um dogma público, mas sim da piedade popular, e seus conteúdos — imagens e promessas — foram registrados na devoção da Igreja.
  • Símbolos marianos e cristológicos: A Medalha Milagrosa e o Escapulário Verde aludem diretamente a Maria Imaculada (incluindo seu Coração), enquanto o Escapulário Vermelho destaca a Paixão de Cristo ao lado dos Sagrados Corações de Jesus e Maria. Todos os três apresentam imagens: a medalha tem iconografia mariana na frente e no verso, o escapulário verde com a Virgem e seu Coração, e o escapulário vermelho com a Cruz e os corações. Todos contêm a mensagem de confiança na misericórdia divina.
  • Promessas de Graça: Cada sacramental é acompanhado por promessas espirituais: a Medalha Milagrosa concede "graças em abundância" àqueles que a usam com confiança; o Escapulário Verde incentiva conversões e promete "uma morte feliz" (graças para uma boa morte); o Escapulário Vermelho concede indulgências pelos pecados às sextas-feiras e exalta as virtudes teologais. Todos enfatizam a necessidade de fé para usá-lo: as graças dependem da fé com que o sacramental é usado (Nossa Senhora o prometeu "para a nossa fé").
  • Disseminação Simples: Nenhum dos três requer ritos complexos: a bênção de um padre e o uso devocional são suficientes. Nenhum requer a investidura formal em um hábito religioso (ao contrário do Escapulário do Carmelo, por exemplo). Além disso, todos são compartilhados entre leigos e pessoas consagradas sem restrições: a medalha e os escapulários não pertencem a uma associação fechada. Isso facilita seu uso popular em geral.

 

Cronologia de Eventos Relevantes

 

Os marcos mais importantes relacionados à Medalha Milagrosa, ao Escapulário Verde e ao Escapulário Vermelho estão resumidos abaixo em ordem cronológica:

  • 2 de janeiro de 1806: Nascimento de Catarina Labouré em Fain-les-Moutiers, França.
  • 7 de maio de 1810: Nascimento de (Louise-)Apolline Andriveau em Pourcain, França.
  • 11 de novembro de 1817: Nascimento de Justine Bisqueyburu em Mauléon, França.
  • 21 de abril de 1830: Ingresso de Catarina no noviciado das Filhas da Caridade na Rue du Bac (Paris).
  • 19 de julho de 1830 (noite do dia 18 para o dia 19): Primeira aparição mariana a Catarina na Rue du Bac.
  • 27 de novembro de 1830: Segunda aparição a Catarina na Rue du Bac; O desenho e a oração da Medalha são revelados a ela.
  • Dezembro de 1830: Terceira aparição a Catarina na Rue du Bac; a missão da Medalha é concluída.
  • 1831–1832: Catarina toma o hábito (janeiro de 1831) e faz seus primeiros votos (abril de 1833) em Enghien, França. As primeiras medalhas são cunhadas em 1832 "com a devida aprovação eclesiástica".
  • 1836: Uma investigação canônica ordenada pelo Arcebispo de Paris conclui que as aparições e milagres da Medalha são autênticos.
  • 1832–1836: Distribuição em massa da Medalha Milagrosa durante epidemias e conversão de milhares de fiéis na França e no exterior. Sua veneração começa a se popularizar.
  • 28 de janeiro de 1840: Primeira aparição da Virgem a Justine Bisqueyburu na capela da Rue du Bac, mostrando seu Coração.
  • 8 de setembro de 1840: Segunda aparição a Justina em Blangy; Nossa Senhora entrega o Escapulário Verde e promete conversões e uma "morte feliz" aos seus devotos.
  • 26 de julho de 1846: Primeira aparição de Jesus à Irmã Apolline Andriveau em Troyes, segurando o Escapulário Vermelho.
  • 14 de setembro de 1846: (Festa da Exaltação da Cruz) Jesus novamente instrui Irmã Apolline sobre o Escapulário Vermelho; ela estabelece a promessa de graça às sextas-feiras.
  • 25 de junho de 1847: O Papa Pio IX aprova oficialmente a propagação do Escapulário Vermelho da Paixão.
  • 1854: Pio IX proclama o dogma da Imaculada Conceição de Maria, confirmado anos depois pelas revelações da Rua du Bac.
  • 1863: Pio IX autoriza a fabricação e o uso do Escapulário Verde.
  • 1870: Pio IX reafirma sua aprovação do Escapulário Verde.
  • 1876: Santa Catarina Labouré morre (31 de dezembro) em Enghien, França.
  • 28 de junho de 1895: Irmã Apolline Andriveau morre na França (de acordo com os registros da Congregação).
  • 28 de julho de 1903: Irmã Justine Bisqueyburu morre em Carcassonne, França (supostamente "em odor de santidade").
  • 28 de maio de 1933: Catarina Labouré é beatificada por Pio XI.
  • 27 de julho de 1947: Catarina Labouré é canonizada por Pio XII; sua festa litúrgica é marcada para 31 de dezembro.

 

Valor Espiritual e Significado Religioso

  • Medalha Milagrosa: Seu grande valor reside na confiança filial na proteção de Maria Imaculada. Os católicos a consideram um sacramento mariano que inspira conversões e auxilia na luta contra o mal (a Virgem Maria é representada pisando na serpente), especialmente em momentos críticos (doença, provação, agonia). O Papa Pio XII, ao canonizar Catarina, enfatizou que a Virgem Maria pretendia com esta medalha "ser para nós como um remédio" (Discursos de Pio XII, 1947).
  • Escapulário Verde: Representa o amor maternal da Virgem Maria por aqueles que não têm mais fé ou que vacilaram em sua prática religiosa. Seu valor espiritual reside em promover a conversão contínua e a esperança na misericórdia de Maria. Testemunhos de cura espiritual e reconciliação com Deus no leito de morte são atribuídos a ela. A simplicidade de seu uso (colocado sobre pertences ou no peito) e a promessa de uma "morte feliz" atraem aqueles que buscam a paz da alma. Embora o escapulário em si não "garanta" automaticamente a graça, ele motiva a oração persistente ("Imaculado Coração...") e a confiança na intercessão maternal de Maria.
  • Escapulário Vermelho: É uma lembrança do sofrimento redentor de Cristo e do amor compartilhado pelos Corações de Jesus e Maria. Seu valor é aumentar a devoção dos fiéis à Sexta-Feira Santa diária: contemplar os símbolos da Cruz e rezar a oração associada a ela aprofunda a gratidão pela Paixão do Senhor. A Igreja tem incentivado a oração pelos moribundos e pelas almas afastadas de Deus, precisamente por se concentrar nos méritos da Paixão. Os promotores do escapulário vermelho enfatizam que ele não é "um talismã", mas um meio gráfico de "seguir os passos" de Jesus na vida cotidiana, como um instrumento de graça para fortalecer a caridade e a esperança.

Em suma, sacramentais marianos como a Medalha Milagrosa, o Escapulário Verde e o Escapulário Vermelho são meios concretos de devoção popular que, longe de substituir os sacramentos, ajudam os fiéis a permanecer na graça divina. Eles oferecem lembretes visuais da proteção e do amor de Deus por meio de Maria e da Paixão de Cristo, e incitam a oração confiante e uma mudança de vida de acordo com as mensagens reveladas. Essas devoções, oficialmente aprovadas pela Igreja, floresceram em testemunhos de conversão e permaneceram como um legado espiritual na tradição católica vicentina.

Fonte Corazón de Paúl

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