quinta-feira, 12 de junho de 2025

Medalha Milagrosa, Escapulário Verde e Escapulário Vermelho: História e Significado



Os três sacramentais aqui analisados ​​— a Medalha Milagrosa, o Escapulário Verde e o Escapulário Vermelho — têm origem semelhante: surgiram na França do século XIX por meio de revelações extraordinárias transmitidas por freiras da Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Cada um deles apareceu em lugares e circunstâncias diferentes, mas todos compartilham uma forte ligação mariano-vicentina e são dedicados à conversão das almas e à misericórdia divina. A seguir, detalhamos o contexto histórico, a vida dos videntes, os locais das aparições, os elementos comuns e o valor espiritual de cada sacramental, com base em fontes e documentos eclesiásticos da época.

 

1. Medalha Milagrosa (1830)


 

Contexto Histórico

A França, no início do século XIX, era um país marcado pelas feridas da Revolução e das Guerras Napoleônicas. A Igreja Católica passava por um processo de restauração após a década de secularização revolucionária. Nesse clima de religiosidade renovada, a primeira aparição mariana relacionada à Medalha Milagrosa ocorreu em 1830: enquanto o dogma da Imaculada Conceição ainda não havia sido oficialmente proclamado, Maria apareceu a uma jovem Filha da Caridade, revelando um desígnio que reconheceria a pureza de seu Coração.

 

Santa Catarina Labouré (1806–1876)

 


Catarina Labouré nasceu em 2 de janeiro de 1806, em Fain-les-Moutiers, França, e ficou órfã aos nove anos de idade. Quando criança, ajudava nas tarefas da fazenda da família e no cuidado dos doentes; desde cedo, sentiu inclinação religiosa. Em 1830, pediu para ingressar nas Filhas da Caridade em Paris; em 21 de abril de 1830, chegou ao noviciado na Casa Mãe, na Rue du Bac. Tinha então 24 anos. Durante o noviciado, ela recebeu uma série de aparições de São Vicente de Paulo e de Cristo (visões dos corações de São Vicente e do Senhor na Eucaristia) que confirmaram sua vocação vicentina, e ela orou em seu coração para ver a Bem-Aventurada Virgem Maria.

 

Aparições na Rue du Bac (Paris)

Em 18 de julho de 1830, véspera da festa de São Vicente de Paulo, a Virgem Maria apareceu a Catarina na capela da Rue du Bac, cercada de luz e acompanhada por uma criança-guia. Nessa primeira visão, nenhuma palavra foi registrada, mas Maria anunciou que continuaria a se manifestar. A segunda aparição ocorreu em 27 de novembro de 1830, no mesmo local, durante sua meditação diária: a Virgem apareceu de pé sobre o mundo, com as mãos estendidas, oferecendo raios de graça, e ao redor da visão, Catarina viu escritas as palavras: "Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!" Naquela aparição, Nossa Senhora a instruiu: “Faça uma medalha conforme este modelo... Aqueles que a usarem com confiança receberão graças abundantes”. Finalmente, em dezembro de 1830 (data incerta, no mesmo mês), Catarina teve a terceira visão, na qual a imagem lhe apareceu aos pés do altar, e Nossa Senhora reiterou o significado dos raios como símbolos das graças obtidas para aqueles que a pedem com confiança. Essas três aparições (julho, novembro e dezembro de 1830) definiram o desenho e a invocação da Medalha Milagrosa.

 

Aprovação e Divulgação Eclesiástica

Após as visões, Catarina manteve em segredo seu papel nessas aparições; a medalha foi cunhada em 1832 com “a devida aprovação eclesiástica”, presumivelmente com a permissão do Bispo de Paris. As primeiras medalhas foram distribuídas durante a epidemia de cólera de 1832 em Paris, e inúmeras curas e conversões logo começaram a ser atribuídas a ela, daí seu apelido de "Milagrosa". Em 1836, uma investigação canônica foi realizada por ordem do Arcebispo de Paris, cujo relatório concluiu que "a Medalha era de origem sobrenatural e que os milagres realizados através dela eram genuínos". A partir de então, a devoção cresceu rapidamente em toda a França e no mundo, consolidada pela Pia Associação da Medalha Milagrosa.

Santa Catarina Labouré faleceu em 1876 em Enghien (Paris). Foi beatificada pelo Papa Pio XI em 28 de maio de 1933 e canonizada pelo Papa Pio XII em 27 de julho de 1947. Sua causa de santidade surgiu de sua vida virtuosa e dos muitos milagres atribuídos ao uso da medalha.

 

Significado e Uso do Sacramental

A Medalha Milagrosa representa a Imaculada Conceição de Maria: o anverso mostra a Virgem em pé sobre o globo, esmagando a serpente (símbolo do Mal), com raios de graça emanando de suas mãos, juntamente com a legenda "Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós". O reverso traz a letra "M" coroada com uma cruz (a união de Cristo e sua Mãe) cercada por doze estrelas, e os dois corações unidos — o de Jesus coroado de espinhos e o de Maria trespassado por uma espada — que aludem à profecia de Simeão sobre as dores de Maria.

Espiritualmente, a medalha é um sacramental e proteção e consagração ao Imaculado Coração de Maria. Muitos testemunhos indicam que aqueles que a usam com fé obtêm graças de conversão, cura e consolação na morte. A Igreja promove seu uso por meio da bênção da medalha por um sacerdote; tradicionalmente, também se pode rezar a oração inscrita nela, pedindo a intercessão de Maria Imaculada. O simbolismo da medalha foi reafirmado com a declaração do dogma mariano em 1854: a Virgem apareceu a Catarina "com o ano de 1830 sobre a esfera" e foi proclamada Imaculada quando o dogma de sua Imaculada Conceição se cumpriu. Em suma, a Medalha Milagrosa (consagrada em 27 de novembro no calendário litúrgico) é vista como um canal de abundantes graças maternas de Maria para a conversão e proteção dos fiéis.

 

2. Escapulário Verde (1840)

 


Contexto Histórico

Dez anos após as aparições na Rue du Bac, a Europa ainda estava imersa em práticas devocionais renovadas. O movimento de devoção ao Coração de Maria cresceu após o dogma proclamado em 1854, e em 1840 Nossa Senhora interveio novamente na Companhia das Filhas da Caridade. Desta vez, sua mensagem se concentrou na misericórdia e na conversão daqueles que se afastaram da fé.

 

Irmã Justine Bisqueyburu (1817–1903)

 


Marie-Justine Bisqueyburu nasceu em 11 de novembro de 1817, em Mauléon (Pirineus Atlânticos, França). Órfã desde criança, foi criada por sua tia materna, que lhe incutiu uma intensa devoção ao Coração de Maria e a caridade para com os pobres. Em janeiro de 1840, ingressou no noviciado das Filhas da Caridade em Paris (Rue du Bac). Era conhecida por sua humildade, piedade e serviço alegre aos doentes. Durante o noviciado, teve várias visões preparatórias da Virgem Maria: em 28 de janeiro de 1840, enquanto rezava diante da imagem da Imaculada Conceição no noviciado, viu Maria vestida de branco, com um manto azul e seu Coração envolto em chamas ardentes. Durante essas primeiras aparições, a Virgem Maria não falou, mas elas confirmaram a missão mariana de Justine.

 

Aparições do Escapulário Verde

O momento culminante ocorreu em 8 de setembro de 1840, Festa da Natividade de Maria, quando Justine já havia sido designada para a comunidade de Blangy (Sena Marítimo). Nesse dia, segundo os relatos, a Virgem Maria apareceu vestindo o hábito branco e o manto azul, segurando um escapulário verde especialmente desenhado na mão esquerda. Este escapulário era um único quadrado de tecido verde com cordões (ao contrário dos escapulários tradicionais de duas peças) e, no anverso, trazia a imagem da Virgem Maria exibindo seu Imaculado Coração (exatamente como ela mesma havia aparecido a Justina). No reverso, havia um coração flamejante trespassado por uma espada, encimado por uma cruz, ao redor da qual estava a inscrição: "Imaculado Coração de Maria, rogai por nós agora e na hora de nossa morte".

 

Interiormente, Justina compreendeu a mensagem: a Santíssima Virgem lhe ensinou que este Escapulário Verde seria "um instrumento poderoso para a conversão das almas, especialmente daquelas que não têm fé". Maria pediu que este sacramental fosse amplamente divulgado para obter graças especiais de misericórdia, prometendo em particular "a graça de morrer em estado de graça" àqueles que o usassem com fé e oração. Com isso, a missão evangelizadora de Justina estava selada: ensinar o uso do escapulário como sinal da ternura maternal da Virgem para com os pecadores.

 

Aprovação Eclesiástica

Após as aparições, Justine informou seus superiores e seu diretor espiritual, Padre Jean-Marie Aladel. A princípio, houve suspeitas, mas com o tempo, as autoridades eclesiásticas reconheceram a autenticidade das revelações. A difusão do Escapulário Verde não exigiu a fundação de uma confraria especial ou uma cerimônia de imposição; bastava que um padre o abençoasse e o usasse com devoção. O Papa Pio IX autorizou sua fabricação e uso em 1863 e reafirmou isso em 1870, instruindo as Irmãs: "Autorizo-vos a confeccioná-los e distribuí-los". O Arcebispo de Paris também contribuiu para sua disseminação. Posteriormente, o Papa Pio XI apoiou a devoção ao escapulário verde, elevando sua visibilidade dentro da Igreja.

Justine Bisqueyburu faleceu em 28 de julho de 1903, "em odor de santidade", em Carcassonne, França. Embora nunca tenha sido oficialmente beatificada, seu legado permanece vivo nas conversões atribuídas ao uso do escapulário verde. Sua figura é lembrada pela Igreja francesa como um exemplo de vida oculta e devoção mariana.

 

Significado e Uso do Sacramentário

O Escapulário Verde simboliza o Imaculado Coração de Maria. Representa a confiança na misericórdia da Virgem para com aqueles que duvidam ou se afastaram de Deus. Sua estrutura (um único quadrado de tecido em vez de dois) enfatiza que sua eficácia depende "da fé e da confiança com que é usado". Recomenda-se que cada escapulário seja abençoado por um sacerdote. A pessoa pode usá-lo no peito.

ou, em caso de dificuldade, colocá-lo com seus pertences, rezando a oração inscrita (Imaculado Coração de Maria...) todos os dias. Aqueles que promoveram esta devoção afirmam que a Virgem concedeu graças de conversão, retorno à fé e uma morte tranquila a muitos fiéis que confiaram no escapulário verde. Na liturgia, Nossa Senhora do Coração de Maria é celebrada em 31 de maio (memória de Justina) e, por extensão, o escapulário verde é associado a esse dia festivo como um sinal da proximidade materna de Maria às almas necessitadas.

 

Escapulário Vermelho (1846)

 


Contexto Histórico

 

Paralelamente às devoções ao Coração de Maria, surgiram também símbolos voltados para o sofrimento redentor de Cristo. Em 1846, na diocese de Troyes (França), Jesus revelou um novo escapulário ligado à Paixão. Este evento deu continuidade à série de manifestações divinas que o povo católico francês vivenciou no século XIX, unidas à tradição vicentina de doação.

 

Irmã Apolline (Louise-Apolline) Andriveau (1810–1895)

 


Louise-Apolline Andriveau nasceu em 7 de maio de 1810, em Pourcain (França central), em uma família camponesa. Ingressou na Irmandade como Filha da Caridade ainda jovem, adotando o nome de Irmã Apolline. Foi designada para a Casa de Montolieu, em Troyes, onde serviu aos doentes e idosos. Caracterizou-se por grande piedade na oração, especialmente na meditação da Paixão de Cristo.

 

Aparições em Troyes (1846)

Em 26 de julho de 1846, dia da memória litúrgica de São Joaquim (avô de Jesus), ocorreu a primeira manifestação: ao entrar na capela, antes da bênção do Santíssimo Sacramento, Irmã Apolline percebeu a presença de Jesus Cristo usando um escapulário vermelho. Na visão, Jesus segurava na mão direita um Escapulário Vermelho da Paixão — um pedaço de pano vermelho — decorado com a imagem da Crucificação e os instrumentos da Paixão (flancos, cruz, lança, martelo, etc.). Ao redor do crucifixo do escapulário, estava a frase: "Santa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, salvai-nos". Do outro lado do escapulário, estavam os Sagrados Corações de Jesus (trespassado) e de Maria (com doze estrelas), unidos por uma cruz, com a inscrição: "Sagrados Corações de Jesus e Maria, protegei-nos".

 

Então, em outra aparição (num domingo, enquanto fazia a Via Sacra, na 13ª Estação), Irmã Apolline sentiu a Virgem lhe entregar o corpo de Cristo, e Jesus lhe disse: "O mundo está perdido porque não pensa na minha Paixão; faze todo o possível para salvá-lo". Essas aparições se repetiram diversas vezes até meados de 1847. Jesus prometeu que aqueles que usarem o escapulário vermelho fielmente e meditarem sobre a Paixão terão grande abundância de fé, esperança e caridade, especialmente todas as sextas-feiras, e o Perdão dos pecados (remissão da culpa) todas as sextas-feiras. Em suma, a mensagem do escapulário vermelho é convidar à contemplação dos sofrimentos de Cristo como um caminho para a conversão: "Quem pode resistir a um Deus que expira por amor aos homens?", disse Jesus à Irmã Apolline.

 

Aprovação Eclesiástica

A divulgação cautelosa deste evento culminou na aprovação papal: após examinar o caso, o Papa Pio IX autorizou "a propagação do Escapulário da Paixão" em 25 de junho de 1847. Assim, a Igreja reconheceu oficialmente o escapulário vermelho como um sacramental válido. A Diocese de Troyes e as Filhas da Caridade promoveram então a devoção, permitindo que religiosos e leigos o usassem após a bênção e até mesmo rezassem a Oração do Escapulário Vermelho, que contém as promessas feitas por Jesus durante as visões.

Irmã Apolline Andriveau faleceu em 27 de setembro de 1895 (segundo os registros das Filhas da Caridade) após muitos anos de serviço na França. Assim como Irmã Justine, ela viveu no anonimato, sem revelar publicamente sua missão. Atualmente, não há nenhum processo formal de beatificação ou canonização aberto para ela. Sua memória é celebrada na Igreja Vicentina, mas não está incluída no calendário litúrgico universal.

 

Significado e Uso do Sacramentário

O Escapulário Vermelho da Paixão é um sinal de solidariedade aos sofrimentos de Cristo e ao Corpo Místico da Igreja. É usado no peito (uma peça adornada com fitas vermelhas) como um lembrete para manter viva a devoção à Paixão redentora de Jesus. O Espírito Santo ensina que aqueles que o usam com fé — e refletem sobre os mistérios da Paixão — recebem "um grande aumento de Fé, Esperança e Caridade" todas as sextas-feiras. Para se beneficiar de suas graças, o escapulário deve ser abençoado por um sacerdote. Na oração popular, a chamada Oração do Escapulário Vermelho é frequentemente recitada, pedindo proteção aos Sagrados Corações de Jesus e Maria, como ensina a devoção original.

Em uso, o escapulário vermelho não é um "amuleto", mas um instrumento de conversão: ele convida os fiéis a considerarem o custo do amor divino manifestada na Cruz. Ajuda a santificar as sextas-feiras (o dia tradicional de veneração da Paixão) com indulgência, em memória das promessas reveladas à Irmã Apolline. É uma forma gráfica de rezar pela paz mundial e pela união com Cristo crucificado.

 

Elementos comuns entre os sacramentais

  • Origem mariana-vicentino: Os três sacramentais surgiram dentro da espiritualidade das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo na França. Catarina Labouré, Justine Bisqueyburu e Apolline Andriveau eram freiras vicentinas dedicadas ao serviço dos doentes e pobres, às quais a Santíssima Virgem (ou Jesus, no caso do escapulário vermelho) apareceu, revelando um sinal de piedade.
  • Aparições privadas: Todas foram reveladas por meio de revelação privada recebida em um contexto de oração (cada vidente orou em uma capela), em datas específicas (1830, 1840, 1846) e em locais associados à Congregação (Rue du Bac, Blangy, Troyes). Essas aparições não faziam parte de um dogma público, mas sim da piedade popular, e seus conteúdos — imagens e promessas — foram registrados na devoção da Igreja.
  • Símbolos marianos e cristológicos: A Medalha Milagrosa e o Escapulário Verde aludem diretamente a Maria Imaculada (incluindo seu Coração), enquanto o Escapulário Vermelho destaca a Paixão de Cristo ao lado dos Sagrados Corações de Jesus e Maria. Todos os três apresentam imagens: a medalha tem iconografia mariana na frente e no verso, o escapulário verde com a Virgem e seu Coração, e o escapulário vermelho com a Cruz e os corações. Todos contêm a mensagem de confiança na misericórdia divina.
  • Promessas de Graça: Cada sacramental é acompanhado por promessas espirituais: a Medalha Milagrosa concede "graças em abundância" àqueles que a usam com confiança; o Escapulário Verde incentiva conversões e promete "uma morte feliz" (graças para uma boa morte); o Escapulário Vermelho concede indulgências pelos pecados às sextas-feiras e exalta as virtudes teologais. Todos enfatizam a necessidade de fé para usá-lo: as graças dependem da fé com que o sacramental é usado (Nossa Senhora o prometeu "para a nossa fé").
  • Disseminação Simples: Nenhum dos três requer ritos complexos: a bênção de um padre e o uso devocional são suficientes. Nenhum requer a investidura formal em um hábito religioso (ao contrário do Escapulário do Carmelo, por exemplo). Além disso, todos são compartilhados entre leigos e pessoas consagradas sem restrições: a medalha e os escapulários não pertencem a uma associação fechada. Isso facilita seu uso popular em geral.

 

Cronologia de Eventos Relevantes

 

Os marcos mais importantes relacionados à Medalha Milagrosa, ao Escapulário Verde e ao Escapulário Vermelho estão resumidos abaixo em ordem cronológica:

  • 2 de janeiro de 1806: Nascimento de Catarina Labouré em Fain-les-Moutiers, França.
  • 7 de maio de 1810: Nascimento de (Louise-)Apolline Andriveau em Pourcain, França.
  • 11 de novembro de 1817: Nascimento de Justine Bisqueyburu em Mauléon, França.
  • 21 de abril de 1830: Ingresso de Catarina no noviciado das Filhas da Caridade na Rue du Bac (Paris).
  • 19 de julho de 1830 (noite do dia 18 para o dia 19): Primeira aparição mariana a Catarina na Rue du Bac.
  • 27 de novembro de 1830: Segunda aparição a Catarina na Rue du Bac; O desenho e a oração da Medalha são revelados a ela.
  • Dezembro de 1830: Terceira aparição a Catarina na Rue du Bac; a missão da Medalha é concluída.
  • 1831–1832: Catarina toma o hábito (janeiro de 1831) e faz seus primeiros votos (abril de 1833) em Enghien, França. As primeiras medalhas são cunhadas em 1832 "com a devida aprovação eclesiástica".
  • 1836: Uma investigação canônica ordenada pelo Arcebispo de Paris conclui que as aparições e milagres da Medalha são autênticos.
  • 1832–1836: Distribuição em massa da Medalha Milagrosa durante epidemias e conversão de milhares de fiéis na França e no exterior. Sua veneração começa a se popularizar.
  • 28 de janeiro de 1840: Primeira aparição da Virgem a Justine Bisqueyburu na capela da Rue du Bac, mostrando seu Coração.
  • 8 de setembro de 1840: Segunda aparição a Justina em Blangy; Nossa Senhora entrega o Escapulário Verde e promete conversões e uma "morte feliz" aos seus devotos.
  • 26 de julho de 1846: Primeira aparição de Jesus à Irmã Apolline Andriveau em Troyes, segurando o Escapulário Vermelho.
  • 14 de setembro de 1846: (Festa da Exaltação da Cruz) Jesus novamente instrui Irmã Apolline sobre o Escapulário Vermelho; ela estabelece a promessa de graça às sextas-feiras.
  • 25 de junho de 1847: O Papa Pio IX aprova oficialmente a propagação do Escapulário Vermelho da Paixão.
  • 1854: Pio IX proclama o dogma da Imaculada Conceição de Maria, confirmado anos depois pelas revelações da Rua du Bac.
  • 1863: Pio IX autoriza a fabricação e o uso do Escapulário Verde.
  • 1870: Pio IX reafirma sua aprovação do Escapulário Verde.
  • 1876: Santa Catarina Labouré morre (31 de dezembro) em Enghien, França.
  • 28 de junho de 1895: Irmã Apolline Andriveau morre na França (de acordo com os registros da Congregação).
  • 28 de julho de 1903: Irmã Justine Bisqueyburu morre em Carcassonne, França (supostamente "em odor de santidade").
  • 28 de maio de 1933: Catarina Labouré é beatificada por Pio XI.
  • 27 de julho de 1947: Catarina Labouré é canonizada por Pio XII; sua festa litúrgica é marcada para 31 de dezembro.

 

Valor Espiritual e Significado Religioso

  • Medalha Milagrosa: Seu grande valor reside na confiança filial na proteção de Maria Imaculada. Os católicos a consideram um sacramento mariano que inspira conversões e auxilia na luta contra o mal (a Virgem Maria é representada pisando na serpente), especialmente em momentos críticos (doença, provação, agonia). O Papa Pio XII, ao canonizar Catarina, enfatizou que a Virgem Maria pretendia com esta medalha "ser para nós como um remédio" (Discursos de Pio XII, 1947).
  • Escapulário Verde: Representa o amor maternal da Virgem Maria por aqueles que não têm mais fé ou que vacilaram em sua prática religiosa. Seu valor espiritual reside em promover a conversão contínua e a esperança na misericórdia de Maria. Testemunhos de cura espiritual e reconciliação com Deus no leito de morte são atribuídos a ela. A simplicidade de seu uso (colocado sobre pertences ou no peito) e a promessa de uma "morte feliz" atraem aqueles que buscam a paz da alma. Embora o escapulário em si não "garanta" automaticamente a graça, ele motiva a oração persistente ("Imaculado Coração...") e a confiança na intercessão maternal de Maria.
  • Escapulário Vermelho: É uma lembrança do sofrimento redentor de Cristo e do amor compartilhado pelos Corações de Jesus e Maria. Seu valor é aumentar a devoção dos fiéis à Sexta-Feira Santa diária: contemplar os símbolos da Cruz e rezar a oração associada a ela aprofunda a gratidão pela Paixão do Senhor. A Igreja tem incentivado a oração pelos moribundos e pelas almas afastadas de Deus, precisamente por se concentrar nos méritos da Paixão. Os promotores do escapulário vermelho enfatizam que ele não é "um talismã", mas um meio gráfico de "seguir os passos" de Jesus na vida cotidiana, como um instrumento de graça para fortalecer a caridade e a esperança.

Em suma, sacramentais marianos como a Medalha Milagrosa, o Escapulário Verde e o Escapulário Vermelho são meios concretos de devoção popular que, longe de substituir os sacramentos, ajudam os fiéis a permanecer na graça divina. Eles oferecem lembretes visuais da proteção e do amor de Deus por meio de Maria e da Paixão de Cristo, e incitam a oração confiante e uma mudança de vida de acordo com as mensagens reveladas. Essas devoções, oficialmente aprovadas pela Igreja, floresceram em testemunhos de conversão e permaneceram como um legado espiritual na tradição católica vicentina.

Fonte Corazón de Paúl

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Visita Fraterna e Carta do Pe. Guillermo Campuzano à FV Brasil



Conforme carta do Conselho Nacional da FV Brasil, o Pe. Guillermo Campuzano, CM fará uma visita fraterna à Família Vicentina do Brasil.

Padre Guilhermo (Memo) que é membro da equipe internacional da FAMVIN, responsável pela América Latina e Caribe, África, Espanha, Portugal e alguns países da Ásia Será o visitador da FAMVIN no Brasil.

A visita tem como objetivo, apresentar o Documento de Roma, síntese do encontro de 14 a 17  de novembro de 2024, conectando-o ao documento final do sínodo e provocar um diálogo/discernimento do grupo.  Bem como, ouvir dos membros das coordenações regionais e dos membros da Família Vicentina sobre suas vidas, sonhos, projetos, trabalhos e desafios como Família Vicentina e estudar pontos do Regimento Interno da FAVILA.

Eis a programação de sua passagem pelo país:

  • Chegado em Curitiba 19/05
  • 20/05 – Reunião com grupo grande da Família Vicentina - Região 3
  • 21/05 – Parte da manhã – visita
  • 21/05 a tarde – Viagem para Belo Horizonte 
  • 22 e 23/05 – Atividade Família Vicentina Regional Belo Horizonte – Região 1
  • 23/05 a tarde viagem para São Paulo
  • 24 e 25/05 – Atividade Família Vicentina Regional São Paulo – Região 4
  • 25 a tarde viagem para Brasília
  • 26 e 27/05 – Atividade Família Vicentina Região Centro Oeste - Região 5
  • 27/05 – viagem para Fortaleza
  • 28 e 29/05 – atividade da Família Vicentina Região Fortaleza – Região 7
  • 29 a tarde viagem para Recife
  • 30 e 31 atividade da Família Vicentina Região de Recife – Região 6

Conforme a disponibilidade de tempo em cada região será organizada a programação que facilite o maior número de participantes dos Ramos da Família Vicentina da Região.

Pe. Fábio, Pe. Memo e Pe. Joe no encontro da FV Roma 2024








Carta Pós Visita

Filadelfia, Junho 4 de 2025

 

Querida Família Vicentina do Brasil FAVIBRA Ao Conselho Nacional e aos Conselhos Regionais

Com o coração profundamente tocado e grato, quero dirigir-lhes estas palavras depois da visita que tive a imensa alegria de realizar recentemente ao Brasil.

Esta visita representou para mim uma experiência espiritual e emocional de grande profundidade. A acolhida calorosa, a hospitalidade generosa e fraterna que recebi de cada um de vocês foram verdadeiramente comoventes e inesquecíveis. Fui profundamente tocado ao ver o quanto a Família Vicentina do Brasil se dedica com amor, competência e criatividade ao serviço dos mais pobres. A comunhão e a colaboração que testemunhei entre os diversos ramos e expressões da FAVIBRA são um sinal luminoso que merece ser conhecido e projetado para além das fronteiras do Brasil, como inspiração e testemunho vivo do carisma de São Vicente de Paulo.

Como refletimos juntos durante os encontros que partilhamos, quero animá-los a continuar fazendo um discernimento comum, escutando juntos o Espírito, para reconhecer os caminhos que Deus lhes propõe na vossa história compartilhada. O discernimento comunitário é uma graça e uma responsabilidade. Requer coragem para abrir os olhos à realidade e ousadia espiritual para reinterpretar e encarnar o carisma vicentino diante dos desafios e clamor dos novos tempos.

Renovo com esperança e entusiasmo o convite para que a Família Vicentina no Brasil se comprometa ativamente na fase de implementação do modelo de uma Igreja sinodal, como nos pediu o muito querido Papa Francisco. A Sinodalidade é o caminho da Igreja e uma oportunidade preciosa para nos deixarmos renovar pelo Espírito Santo.

Igualmente, os convido a discernirem juntos um modelo comum de pastoral vocacional vicentina, que promova uma verdadeira cultura vocacional em todos os níveis. Que possamos sempre convidar, acompanhar e acolher novos membros nos diferentes ramos da Família, especialmente os jovens, oferecendo-lhes espaços de encontro, escuta e experiência concreta com o carisma para que possam "vir - ver" e ficar.

Nunca se esqueçam de que vocês são uma região fundamental na estrutura da FAVILA. A presença e a

participação ativa da Família Vicentina do Brasil em todos os processos promovidos pelo Conselho de FAVILA são de enorme importância para todos nós. Elas nos ajudam a continuar tecendo uma história comum, enraizada na fraternidade e na missão, que resiste às tentações do isolamento e da autossuficiência, e que aposta decididamente na comunhão, na escuta mútua e na corresponsabilidade-mutualidade.

Essa convicção ficou claramente expressa durante a visita que Germán Sánchez, presidente de FAVILA, realizou ao Conselho Nacional em São Paulo, reafirmando a centralidade do Brasil no caminho conjunto da nossa Família Vicentina na América Latina e no Caribe.

Abraço a cada um e cada uma com carinho e profunda gratidão, na comunhão fraterna que nos une como uma só Família Vicentina, em missão no coração da Igreja e ao lado dos que mais sofrem.

Com estima e esperança renovada,


Guillermo Campuzano, CM

Escritório Internacional da Família Vicentina


sábado, 26 de abril de 2025

Os dois cardeais vicentinos que participarão do conclave e que poderão ser eleitos papa



por Pe. Andrés Felipe Rojas, CM

 

Eles são o Cardeal Berhaneyesus Demerew Souraphiel, C.M., e o Cardeal Vicente Bokalic Iglic, C.M., filhos de São Vicente de Paulo, que fazem parte do Colégio de Cardeais. Em Heart of Paul, apresentamos uma biografia detalhada de ambos.

 

Cardeal Berhaneyesus Demerew Souraphiel, CM

Berhaneyesus Souraphiel nasceu em 14 de julho de 1948 em Cheleleqa (Harar, Etiópia). Em 1963, entrou no Seminário Lazarista (Congregação da Missão) e estudou filosofia no Seminário Maior de Makanissa. Em 1970, estudou em Londres, obtendo um diploma em Sagradas Escrituras no King's College. Foi ordenado sacerdote em 4 de julho de 1976. Entre 1979 e 1980, foi preso pelo regime comunista da Etiópia. Após sua libertação, trabalhou em Roma como delegado da Assembleia Geral dos Lazaristas e obteve um mestrado em desenvolvimento socioeconômico na Universidade Gregoriana. De volta à Etiópia, em 1985, foi diretor do noviciado lazarista em Adis Abeba, além de pároco e professor no Instituto São Francisco. Em 1994, tornou-se o primeiro prefeito apostólico de Jimma-Bonga.

  • 25 de janeiro de 1998: Consagrado bispo (bispo titular de Bita, auxiliar de Adis Abeba).
  • 7 jul. 1999: Nomeado Arcebispo Metropolitano de Adis Abeba.
  • 15 de fevereiro de 2015: Criado cardeal pelo Papa Francisco (título presbiteral de São Mártir Romano).

Como arcebispo de Adis Abeba, Souraphiel dirige a Igreja Católica Etíope de rito alexandrino (sui iuris). Ele também é chanceler da Universidade Católica da África Oriental e presidente da Conferência Episcopal da Etiópia e da Eritreia. Desde 1999, ele é o representante oficial da Igreja Católica da Etiópia junto ao governo etíope e a organizações internacionais. Ele também preside o Conselho da Igreja Etíope desde 1998 e foi eleito presidente da Associação de Conferências Episcopais da África Oriental (AMECEA) em 2014. Como presidente episcopal, participou de importantes reuniões globais: esteve presente no Terceiro Sínodo Extraordinário dos Bispos sobre a Família (outubro de 2014) e na XIV Assembleia Ordinária do Sínodo sobre a Família (outubro de 2015). Ele foi criado cardeal sacerdote em 2015 e, desde então, é membro do Dicastério para as Igrejas Orientais, que é responsável pelo cuidado pastoral das Igrejas Católicas Orientais.

Souraphiel enfatizou a reconciliação e a solidariedade em meio aos conflitos da Etiópia. Em sua mensagem de Natal de 2021, ele pediu para evitar “o espírito de orgulho, ódio e raiva” e enfatizou a necessidade de “humildade, gentileza e paciência” para avançar no perdão e na paz. Em uma entrevista à Agência Fides, ele destacou que, apesar dos muitos conflitos internos, “nunca devemos perder a esperança”. Ele lembra o exemplo do Papa Francisco em Lampedusa e pede apoio aos migrantes etíopes e às pessoas deslocadas: de acordo com Souraphiel, a Igreja Católica - embora seja uma minoria na Etiópia - deve ajudar “as crianças que não podem ir à escola, as mães que não podem ir ao hospital e os idosos deslocados”.

 

Cardeal Vicente Bokalic Iglic, CM

Vicente Bokalic Iglic nasceu em 11 de junho de 1952 em Lanús (Buenos Aires, Argentina). Entrou para a Congregação da Missão (Lazaristas) em 1970 e estudou filosofia no Colégio Máximo de San Miguel e teologia no Seminário de Buenos Aires. Emitiu seus votos perpétuos em 1976 e foi ordenado sacerdote em 1º de abril de 1978. Durante a década de 1980, serviu em Buenos Aires como formador e ecônomo de sua congregação (1983-86), reitor do Seminário Lazarista (1987-90) e vigário paroquial de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa (1981-83). De 1994 a 1997, foi missionário na Prelazia de Deán Funes (noroeste da Argentina) e, de 1997 a 2000, foi superior do Seminário Lazarista de San Miguel. De 2003 a 2009, foi superior provincial da Congregação da Missão na Argentina.

  • 15 de março de 2010: Nomeado bispo titular de Summa e bispo auxiliar de Buenos Aires, sob o comando do Arcebispo Cardeal Jorge Bergoglio.
  • 23 dez. 2013: Nomeado bispo da Diocese de Santiago del Estero (Argentina).
  • 22 jul. 2024: Elevado a Primaz da Arquidiocese da Argentina; Bokalic torna-se seu primeiro arcebispo.
  • 7 de dezembro de 2024: Criado cardeal pelo Papa Francisco, com o título de Santa Maria Magdalena in Campo Marzio.

O papel episcopal de Bokalic esteve ligado ao serviço pastoral e sinodal. Ele foi auxiliar de Buenos Aires entre 2010 e 2013 durante o período de Jorge Bergoglio como arcebispo, o que marcou sua afinidade com o estilo do Papa Francisco. Como bispo (e depois arcebispo) de Santiago del Estero, ele promoveu iniciativas missionárias em uma das regiões mais pobres da Argentina. Desde sua criação como cardeal, ele se envolveu no governo da Igreja universal. Em 11 de janeiro de 2025, foi nomeado membro da Seção para Questões Fundamentais sobre Evangelização no Mundo do Dicastério para a Evangelização (anunciado pela Sala de Imprensa da Santa Sé), refletindo seu compromisso com a missão.

Em seu cargo, Bokalic enfatizou a importância histórica de Santiago del Estero como a primeira sede episcopal da Argentina e a designação “Primada de Argentina” como um sinal de esperança. Em palestras e entrevistas, ele defendeu uma Igreja descentralizada, sinodal e missionária. Por exemplo, ele destacou o “espírito missionário” de Francisco, uma Igreja que vai para as periferias, acolhedora e renovada, próxima aos que sofrem. De acordo com essa visão, ele enfatizou a prioridade da evangelização dos pobres, a promoção dos leigos e a valorização das mulheres. Em declarações recentes, ele destaca a necessidade de “aprofundar essa linha de uma Igreja aberta, em estado de missão”, que revê suas estruturas e se concentra na evangelização. Suas prioridades pastorais incluem o combate à pobreza, à marginalização e às “novas pobrezas” - vícios, tráfico humano, desemprego juvenil - em sua diocese. Ele disse ao Vatican News que o novo título de Primaz despertou “um espírito evangelizador renovado” e um novo zelo missionário em sua região.

 

Perspectivas para o próximo conclave

Após a morte do Papa Francisco em 21 de abril de 2025, será aberto o próximo conclave para eleger seu sucessor. Ambos os cardeais são eleitores válidos de acordo com as regras (com menos de 80 anos: Souraphiel tem 76 e Bokalic 72). Embora eles não tenham sido mencionados entre os candidatos mais comentados para o pontificado, seu perfil destaca traços que coincidem com a linha do falecido papa: abertura missionária, atenção aos pobres e promoção da sinodalidade. Souraphiel representa a voz dos cristãos de rito oriental na África (Igreja Etíope, apenas 2% da população de seu país) e sua experiência de conflito. Bokalic traz a perspectiva da Igreja argentina para além de Buenos Aires, perto das periferias. Em um possível processo eletivo, esses cardeais poderiam ser considerados candidatos de consenso para dar continuidade ao impulso pastoral de Francisco ou, pelo menos, seus votos seriam significativos em coalizões geográficas (África, América Latina) e carismáticas.


Importância da Congregação da Missão (Vicentinos)

Os cardeais Souraphiel e Bokalic são atualmente os únicos cardeais da Congregação da Missão (os Missionários Lazaristas ou Vicentinos). Ambos ingressaram nessa ordem fundada por São Vicente de Paulo no século XVII (Souraphiel em 1963, Bokalic em 1970) e levaram sua espiritualidade para seus ministérios. O lema episcopal de Bokalic, “Ele me enviou para evangelizar os pobres”, é uma referência direta ao espírito vicentino. é uma alusão direta ao espírito vicentino. Sua nomeação cardinalícia destaca a importância do carisma vicentino em nível universal: missão aos pobres, humildade e caridade. Como os únicos purpurados dessa congregação, eles representam a presença dos lazaristas nos níveis mais altos da Igreja e sublinham a “opção preferencial pelos pobres”, característica de São Vicente de Paulo.



Referências:

  1. Vatican News. (2024). Perfil biográfico do Cardeal Berhaneyesus Demerew Souraphiel. Cidade do Vaticano: Vatican Media.
  2. Hierarquia Católica (2024). Archbishop Berhaneyesus Souraphiel, C.M. Retrieved from catholic-hierarchy.org.
  3. Agência Fides (2022). Cardeal Souraphiel: “Nunca devemos perder a esperança”. Roma: Agência de Notícias Fides.
  4. Conferência Episcopal Argentina (2024). Biografia do Bispo Vicente Bokalic Iglic. Buenos Aires: CEA.
  5. Sala Stampa della Santa Sede. (2024). Anúncio dos novos cardeais 2024. Vaticano: Sala Stampa della Santa Sede.
  6. Notícias do Vaticano. (2025). Entrevista com o Cardeal Bokalic sobre missão e sinodalidade na Argentina. Cidade do Vaticano: Vatican Media.
  7. La Civiltà Cattolica (2025). Panorama dos cardeais eleitores antes do próximo conclave. Roma: La Civiltà Cattolica.
  8. Congregação da Missão (2023). Espiritualidade vicentina na Igreja contemporânea. Madri: Editorial Vicenciana.

 

Fonte: Corazón de Paúl


VIVAMOS A ALEGRIA, CONQUISTADA EM MEIO À DOR*



No Ano Jubilar da Esperança, onde aprendemos que ela não decepciona (cf. Rm 5,5), o Papa Francisco fez sua Páscoa definitiva. Desde a sua internação, no último mês de fevereiro, muitos perceberam que a sua morte seria iminente (e, a meu ver, ele estava bastante consciente disso). Deus quis chamá-lo neste "dia que o Senhor fez para nós" (Sl 118,24), o dia em que Cristo venceu a morte, possibilitando a toda criatura o dom da vida eterna. Cristo, o Novo Adão, rompeu a escravidão da morte e do pecado, salvando todo ser humano e restituindo-lhe a sua comunhão integral com Deus. Oh feliz culpa de Adão! Através dela, o Pai enviou seu Filho Jesus, o qual entregou sua vida de modo livre e consciente, acolhendo a vontade divina como projeto de vida, a fim de levar a bom termo a missão que recebeu: salvar o seu povo de seus pecados (cf. Jo 4,34; Mt 1,28). No horizonte da fé, seria um equívoco afirmar que este é o Ano que o Senhor fez para nós, através de Francisco? Na abertura do Ano Jubilar, Francisco pedia para levarmos a esperança nos lugares onde ela se perdeu. E são tantos os lugares nos quais ela já não existe mais... Francisco é testemunha que a esperança não decepciona! Talvez seja este - afirmo "talvez" porquê os mistérios de Deus são sempre mistérios - o legado de Francisco: conscientes da vocação de batizados, discípulos-missionários de Jesus, viver como "peregrinos de esperança". Esperança no anúncio do Evangelho, no Amor à Família, no cuidado com a Casa Comum, na busca constante pela santidade, na contemplação da natureza etc; em suma, tudo o que vive e respira seja um louvor a Deus, com alegria e esperança (Sl 150,6)! No entanto, Francisco deixa bastante explícito que o anúncio do Evangelho é concretizado em meio às alegrias e tristezas, angústias e esperanças (GS 1). A fé cristã tem sua gênese num evento trágico, porém Deus transformou o luto de seu povo em alegria plena (Sl 30|29|,12), na Solene Vigília, recentemente experimentada por todos os cristãos católicos. E em cada gesto de piedade e misericórdia, o Pai renova a aliança e faz brotar de novo a alegria, sem envergonhar os que n'Ele esperam (Sl 25|24|,3)! Meus irmãos, vivamos a alegria conquistada em meio à dor. No gesto concreto de tornar viva a esperança, encontraremos muitos desafios que nos esmorecerão; porém, o exemplo de Cristo e o testemunho de Francisco marcam o 'novo período' para esta “Igreja em saída” (EG 17) de modo que, o amor de ambos os Servos são expressões de uma autêntica fidelidade à missão que receberam, abraçando-a de forma livre, consciente, serena, na força consoladora do Espírito Divino. Viver a alegria conquistada em meio à dor é se emocionar com cada gesto e palavra do Sumo Pontífice, cuja expressões de gratidão e amor lhe seguiram até o fim! Recordo-me, por ora, das suas palavras finais, durante a homilia de

24 de dezembro de 2016, quando ele pedia à assembleia parar, com Maria e José, diante da manjedoura e contemplar o Menino que nasceu como pão “para a minha vida”; e, ao testificar o seu amor humilde e infinito, dizer-lhe “pura e simplesmente: ‘Obrigado! Obrigado, porque fizestes tudo isso, por mim.”” Nestes dias de luto internacional, recordemos a alegria do Bispo de Roma: Papa da esperança e da felicidade que não têm fins e não conhecem ocaso, porque estão conscientes da fonte de onde vêm para todo homem e mulher de fé: Jesus, nossa páscoa e nossa esperança!

*Fragmento da canção para cântico de comunhão, durante o Tempo Pascal, “Cristo, nossa páscoa”. Este texto bastante simples é uma partilha realizada pelo missionário vicentino Pe. Louis Francescon, CM.

domingo, 6 de abril de 2025

O significado da bela imagem de Jesus e São Vicente



Essa imagem, inspirada em uma ideia do Pe. Andrés Felipe Rojas Saavedra, CM, representa um diálogo profundo entre Jesus e São Vicente de Paulo em um contexto de caminhada, um símbolo recorrente na tradição cristã que evoca o discipulado e o seguimento de Cristo. Além de seu impacto visual, essa obra tem uma notável riqueza simbólica que reforça a espiritualidade vicentina e cristã em geral.


1. composição e distribuição visual

A imagem é estruturada em torno de duas figuras principais: Jesus e São Vicente. Ambas as figuras estão no centro da tela, avançando por um caminho de terra, com um fundo que reforça a sensação de profundidade e movimento.

O foco de luz atrás delas não apenas unifica a composição, mas também cria um halo natural, enfatizando a santidade das duas figuras. A luz quente e difusa no plano de fundo cria um clima contemplativo, enquanto o contraste entre as sombras e o brilho reforça o drama do encontro.


2. vestuário e simbolismo de cores

- Jesus veste uma túnica branca com um manto vermelho, uma combinação clássica na iconografia cristã. O branco representa sua divindade e pureza, enquanto o vermelho faz alusão ao seu sacrifício e amor redentor.

- São Vicente usa seu tradicional hábito preto, uma vestimenta que representa sua humildade e compromisso com a pobreza evangélica.

O contraste entre as cores de suas roupas reforça a relação entre divindade e serviço. São Vicente, envolto na sobriedade do preto, segue Cristo, cujo manto vermelho evoca a dedicação total aos outros.


3. o simbolismo dos pés

Um detalhe muito significativo na imagem é a diferença nos calçados das figuras:

- Jesus anda descalço, o que se refere à sua pobreza evangélica e à sua total dedicação à humanidade. Os pés descalços na iconografia cristã geralmente representam humildade, sacrifício e proximidade com as pessoas. Eles também evocam as palavras de Isaías: “Como são belos sobre os montes os pés daquele que traz boas novas” (Is 52:7).

- São Vicente, por outro lado, está calçado, o que destaca seu papel de missionário caminhando pelo mundo, mas sem se desligar de sua vocação de serviço. O fato de ele usar sapatos simboliza seu trabalho concreto na história, sua ação evangelizadora e organizacional em favor dos pobres.

Essa diferença nos calçados cria uma distinção sutil entre a divindade de Jesus e a humanidade de São Vicente. Embora os dois caminhem juntos, Jesus o faz por absoluta doação e São Vicente por sua missão concreta no mundo.


4. expressão e linguagem corporal

- Jesus aparece com uma atitude acolhedora e serena. Seu olhar reflete compreensão e orientação, enquanto o gesto de sua mão estendida sugere um convite para segui-lo.

- São Vicente mantém uma postura de escuta atenta, com a mão no peito, um gesto de humildade e reconhecimento de sua dependência de Cristo. Seu rosto transmite devoção e respeito, reforçando a ideia de discipulado.


5. o detalhe das mãos de Jesus

Um dos elementos mais marcantes e simbólicos da imagem é a diferença entre as mãos de Jesus:

- Sua mão direita é mais jovem e delicada, com dedos finos e pele lisa. Ela representa Jesus em sua humanidade, o Cristo que caminha conosco e nos acompanha com proximidade.

- Sua mão esquerda, por outro lado, é mais robusta e envelhecida, com traços mais ásperos, semelhantes aos de um homem idoso. Essa mão se refere a Deus, o Pai, enfatizando a natureza dupla de Cristo: humana e divina.

Esse detalhe não é apenas uma alusão artística à Trindade, mas também evoca o mistério de Cristo como Alfa e Ômega:

- A mão jovem representa o Cristo encarnado, aquele que viveu entre nós.

- A mão velha simboliza a eternidade de Deus Pai, o Cristo que existia antes do tempo.

Esse contraste entre as mãos é um poderoso recurso visual que, embora sutil, aprofunda a teologia cristológica e a identidade de Cristo como Filho e Palavra eterna.


6. a cruz no manto de Jesus

O símbolo em sua vestimenta, uma cruz com pequenos detalhes, reforça a mensagem de redenção. Não é um mero ornamento, mas um lembrete de que seu caminho e ensinamento são marcados pela entrega total de sua vida.


7. influências artísticas e estilo

Essa imagem combina elementos do realismo sagrado com influências da pintura barroca em seu uso de claro-escuro e composição equilibrada. Ela também se refere à tradição iconográfica cristã na representação de Jesus e São Vicente de Paulo.

O uso da luz, a expressividade dos rostos e a riqueza de detalhes nas mãos e nos pés refletem uma intenção artística de se conectar com o espectador de forma emocional e contemplativa.


Conclusão

Esta obra é mais do que apenas uma representação devocional; é uma imagem profundamente teológica e simbólica. Cada detalhe - os pés, as mãos, as cores, a iluminação - foi cuidadosamente projetado para transmitir uma mensagem:

- Jesus é o caminho, e São Vicente o segue fielmente.

- A diferença em seus pés representa a relação entre a divindade de Cristo e a missão terrena de São Vicente.

- As mãos de Jesus, uma jovem e outra velha, enfatizam sua natureza dupla e a união entre o Filho e o Pai.

Como um todo, a imagem convida à reflexão sobre a espiritualidade vicentina, o seguimento de Cristo e a importância da caridade como uma expressão do amor divino no mundo.


Fonte: Corazón de Paúl

quinta-feira, 3 de abril de 2025

Via-Sacra Romaria dos Vicentino, Aparecida-SP, 2025 “Ser Vicentino – Vieste me ver ou vieste me visitar?”

 

 


Oração Inicial:

Animador: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Todos: Amém.

 

Animador: Confrades e Consócias, a Igreja oferece a meditação da Via-Sacra como sacramental e exercício espiritual.  Nela contemplamos o amor do Senhor Jesus, que sofreu e morreu pela humanidade para que tivéssemos a vida eterna. Celebrando o Jubileu da Esperança, vamos meditar e rezar os passos de Jesus em sua Paixão, Morte e Ressurreição. É nele que depositamos a nossa esperança, como fizeram Ozanam, S. Vicente de Paulo e todos os santos e santas da Família Vicentina, pois compreendiam que “Jesus Cristo é a regra da missão”. Também nos uniremos em oração pela Congregação da Missão, em seu ano jubilar, completando 400 anos de fundação jurídica e uma história repleta de ardor missionário. Acompanhemos com fé e piedade.

 

Canto (Hino do Jubileu da Esperança)

 

Chama viva da minha esperança,
este canto suba para Ti!
Seio eterno de infinita vida,
no caminho eu confio em Ti!

 

Toda a língua, povo e nação
tua luz encontra na Palavra.
Os teus filhos, frágeis e dispersos
se reúnem no teu Filho amado. (refrão)

 

1a. Estação – Jesus é condenado à morte

 

Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

Todos: Porque, pela vossa santa cruz, remistes o mundo!

 

Leitor 1: Pilatos procurava libertar Jesus. Mas os judeus gritavam: “Se o libertas, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei, é inimigo de César. Pilatos, ouvindo estas palavras, mandou trazer Jesus e disse aos judeus: ‘Eis o vosso rei. Eles, porém, gritaram: ‘Tira-o, tira-o, crucifica-o’. Disse Pilatos: ‘Crucificarei o vosso rei?’ Responderam os pontífices: ‘Não temos outro rei senão César’. Então Pilatos entregou-lhes Jesus para ser crucificado” (Jo 9,12-16).

 

Leitor 2: “Muitas vezes encontramos pessoas desanimadas que olham, com ceticismo e pessimismo, para o futuro como se nada lhes pudesse proporcionar felicidade. Que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança! A Palavra de Deus ajuda-nos a encontrar as razões para isso. Deixemo-nos guiar pelo que o apóstolo Paulo escreve precisamente aos cristãos de Roma. “A esperança não decepciona, pois o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo” Rm 5, 5 (Bula do Ano Santo da Esperança).

 

Animador: Em nossa missão enquanto vicentinos devemos ser sinais de esperança para aqueles que, por vezes, perderam a esperança de dias melhores. Que a exemplo de Maria, a senhora da visitação, o confrade e a consócia possam verdadeiramente levar uma palavra de esperança e uma presença transformadora para tantos pobres que estão pelo caminho.

 

 

Todos: Senhor, que possamos ser sinais de esperança a todos os que são condenados pela falta de expectativa quanto ao presente e ao futuro.

 

Pai Nosso, Ave-Maria, Glória...

 

Canto: A morrer crucificado / teu Jesus é condenado.

             Por teus crimes, pecador,/ Por teus crimes pecador.

            Com Vicente e Ozanam, / nós queremos te seguir

A esperança do amanhã, / novamente irá florir.

 

2a. Estação – Jesus carrega a cruz

Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

Todos: Porque, pela vossa santa cruz, remistes o mundo!

 

Leitor 1:Depois de caçoarem dele, tiraram-lhe o manto e o vestiram com suas próprias roupas. E o levaram para crucificar” (Mt 27, 31)

 

Leitor 2: “Na verdade, é o Espírito Santo, com a sua presença perene no caminho da Igreja, que irradia nos crentes a luz da esperança: mantém-na acesa como uma tocha que nunca se apaga, para dar apoio e vigor à nossa vida. Com efeito a esperança cristã não engana nem desilude, porque está fundada na certeza de que nada e ninguém poderá jamais separar-nos do amor divino: «Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? (…) Mas em tudo isso saímos mais do que vencedores graças Àquele que nos amou.” (Bula do Ano Santo da Esperança).

 

Animador: “Maria partiu apressadamente”. O Evangelista Lucas não deixa dúvidas quanto à disponibilidade de Maria em servir a sua prima Isabel. Nós também devemos aprender com Maria a não apenas ver a realidade dos pobres de forma superficial, mas a partir com alegria em direção aos Pobres e sofredores para servi-los em suas necessidades.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              

Todos: Senhor ajudai-nos a servir sempre os pobres e sofredores com zelo e ardor missionário. Como tua Mãe, queremos ser testemunhas do teu amor e trilhar sempre as vias da esperança e da luta contra o mal. Amém!

 

Pai Nosso, Ave-Maria, Glória...

 

Canto: Com a cruz é carregado/ E do peso acabrunhado

            Vai morrer por teu amor. / Vai morrer por teu amor.

            Com Vicente e Ozanam, / nós queremos te seguir

A esperança do amanhã, / novamente irá florir.

 

 

3a. Estação – Jesus cai pela primeira vez

 

Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

Todos: Porque, pela vossa santa cruz, remistes o mundo!

 

Leitor 1: “O senhor me deu língua de discípulo, para que eu saiba ajudar o desanimado com uma palavra de coragem. Na verdade, são nossas doenças que ele carregou, são nossas dores que ele levou em suas costas. Todos nós estávamos perdidos como ovelhas: cada qual se desviava pelo seu próprio caminho. E Deus fez cair sobre ele os pecados de todos nós” (Is 50,4; 53, 4.6).

 

Leitor 2: “São Paulo é muito realista. Sabe que a vida é feita de alegrias e sofrimentos, que o amor é posto à prova quando aumentam as dificuldades e a esperança parece desmoronar-se diante do sofrimento. E, no entanto, escreve: “Gloriamo-nos também das tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, a paciência a firmeza, e a firmeza a esperança” (Rm 5, 3-4).” (Bula do Ano Santo da Esperança).

 

Animador: As dificuldades do caminho não podem nos desanimar. Maria sabia que a viagem até a casa da sua parenta Isabel seria repleta de desafios, mas não desanima, deixa tudo para trás e vai servir. Que as possibilidades das quedas pelo caminho não tirem de nós o ânimo para visitar os nossos mestres e senhores, os Pobres.

 

Todos: Senhor renovai nossas forças e aumentai nosso ânimo para amar e servir a Cristo nos pobres!

 

Pai Nosso, Ave-Maria, Glória...

 

Canto: Pela cruz tão oprimido, / Cai Jesus desfalecido,

            Pela tua salvação, / Pela tua salvação.

           Com Vicente e Ozanam, / nós queremos te seguir

A esperança do amanhã, / novamente irá florir.

 

4a. Estação – Jesus encontra com sua mãe

 

Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

Todos: Porque, pela vossa santa cruz, remistes o mundo!

 

Leitor 1: “Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe do menino: ‘Eis que esta criança será causa de ruína e de salvação para muitos em Israel. Será um sinal de contradição. E uma espada de dor traspassará a tua alma, para que se descubram os pensamentos de muitos corações’” (Lc 2,34-35).

 

Leitor 2: “A esperança encontra, na Mãe de Deus, a sua testemunha mais elevada. N’Ela vemos como a esperança não seja um efêmero otimismo, mas dom de graça no realismo da vida. Como todas as mães, cada vez que olhava para o Filho pensava no seu futuro, e certamente no coração trazia gravadas aquelas palavras que Simeão Lhe dirigira no templo: “Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; uma espada traspassará a tua alma” (Lc 2, 34-35). E aos pés da cruz, enquanto via Jesus inocente sofrer e morrer, embora atravessada por terrível angústia, repetia o seu “sim”, sem perder a esperança e a confiança no Senhor.” (Bula do Ano Santo da Esperança).

 

Animador:  Na mística da visita aos pobres descobrimos o cerne da vocação vicentina. Assim como Maria que encontra seu filho no caminho do calvário, também encontramos muitos pobres em seu calvário diário. A visita deve ser uma oportunidade de olhar nos olhos e participar da história dos pobres e crucificados do nosso tempo.

 

Todos: Ó Maria, mãe das Dores, nossa mãe e companheira de todas as horas, intercedei junto a Deus forças e luzes para podermos carregar nossas cruzes e servir os Pobres!

 

Pai Nosso, Ave-Maria, Glória...

Canto: Vê a dor da mãe amada, / Que se encontra desolada

            Com seu filho em aflição, / Com seu filho em aflição.

           Com Vicente e Ozanam, / nós queremos te seguir

A esperança do amanhã, / novamente irá florir.

 

5a. Estação – Simão Cirineu ajuda Jesus a carregar a cruz

 

Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

Todos: Porque, pela vossa santa cruz, remistes o mundo!

 

Leitor 1: “Enquanto levavam Jesus, pegaram certo Simão de Cirene, que voltava do campo, e fizeram com que carregasse a cruz de Jesus” (Lc 23,26).

 

Leitor 2: “Além de beber a esperança na graça de Deus, somos também chamados a descobri-la nos sinais dos tempos, que o Senhor oferece.” (Bula do Ano Santo da Esperança). Foi a partir da leitura dos sinais dos tempos, que São Vicente de Paulo funda em 17 de abril de 1625 a Congregação da Missão. Uma associação de padres e irmãos com o objetivo de evangelizar os pobres, formar o clero e os leigos. Como Missionários Vicentinos, os padres e irmãos lazaristas, como são popularmente conhecidos, atuam nas mais diversas realidades de pobreza, sendo uma presença transformadora na vida dos mais pobres.

 

Animador: A Congregação da Missão, vivendo o seu 400° aniversário de fundação, continua a viver a espiritualidade de Jesus Cristo, o evangelizador dos pobres. Diz São Vicente: “Nossa partilha, portanto, meus Senhores e meus Irmãos, são os pobres, os pobres: Pauperibus evangelizare misit me. Que felicidade, meus Senhores, que felicidade! Fazer aquilo que trouxe Nosso Senhor do céu à terra e mediante o que, iremos também nós da terra ao céu; continuar a obra de Deus, que fugia das cidades e ia aos campos procurar os pobres!” (SV, XII, 5).

 

Todos: Os Missionários Vicentinos são chamados a revestir-se do Espírito de Jesus Cristo e a ajudar a carregar a cruz dos pobres, aliviando as dores de tantos que estão vivendo o seu calvário.

 

Pai Nosso, Ave-Maria, Glória...

 

Canto: No caminho do calvário / Um auxílio necessário

            Não lhe nega o Cirineu, / Não lhe nega o Cirineu.

Com Vicente e Ozanam, / nós queremos te seguir

A esperança do amanhã, / novamente irá florir.

    

 6a. Estação – Verônica enxuga o rosto de Jesus

 

Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

Todos: Porque, pela vossa santa cruz, remistes o mundo!

 

Leitor 1: “Ele não tinha aparência nem beleza para atrair o nosso olhar, nem simpatia para que pudéssemos apreciá-lo. Desprezado e rejeitado pelos homens, homem das dores, experimentado no sofrimento” (Is 53,3).

 

Leitor 2: “Sinais de esperança hão de ser oferecidos aos doentes, que se encontram em casa ou no hospital. Que os seus sofrimentos encontrem alívio na proximidade de pessoas que os visitem e no carinho que recebem! As obras de misericórdia são também obras de esperança, que despertam nos corações sentimentos de gratidão.” (Bula do Ano Santo da Esperança).

 

Animador: No encontro amoroso entre Maria e Isabel, há lugar para a troca de olhares e sentimentos de alegria e gratidão. Isabel não esconde o seu júbilo ao receber a visita da sua parenta a ponto de exclamar: “Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar?” (Lc 1, 43). Muitas vezes na visita aos pobres, eles também se sentem indignos de nos receber em sua casa. É aí que devemos nos colocar ao lado deles como servidores e não senhores.

 

Todos: Ó Divino Salvador, ajudai-nos a buscar e a servir o verdadeiro Deus, cujo rosto se revela não no poder, no prazer e no ter, e sim nos muitos rostos de mulheres, e homens, crianças e jovens, adultos e idosos abandonados e excluídos!

 

Pai Nosso, Ave-Maria, Glória...

 

Canto: Eis o rosto ensanguentado, / Por Verônica enxugado,

            Que no pão apareceu, / Que no pano apareceu.

            Com Vicente e Ozanam, / nós queremos te seguir,

A esperança do amanhã, / novamente irá florir.

 


                              7a. Estação – Jesus cai pela segunda vez

 

Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

Todos: Porque, pela vossa santa cruz, remistes o mundo!

 

Leitor 1: “Ele carregou as nossas dores, e tomou sobre si os nossos sofrimentos; e nós o julgamos um castigado, punido por Deus e humilhado. Foi ferido por causa das nossas culpas e esmagado pelas nossas iniquidades. O castigo que nos dá a paz caiu sobre ele e é pelas suas chagas que nós somos curados” (Is 53,4-5).

 

Leitor 2: “E sentidamente, invoco a esperança para os milhares de milhões de pobres, a quem muitas vezes falta o necessário para viver. Face à sucessão de renovadas vagas de empobrecimento, corre-se o risco de nos habituarmos e resignarmos. Mas não podemos desviar o olhar de situações tão dramáticas, que se veem já por todo o lado, e não apenas em certas zonas do mundo. Todos os dias encontramos pessoas pobres ou empobrecidas e, por vezes, podem ser nossas vizinhas de casa.” (Bula do Ano Santo da Esperança).

 

Animador:  A visita aos pobres é uma das principais formas de caridade dos vicentinos. Muitos se encontram caídos pelo caminho, exaustos da sua própria condição e à espera de alguém que possam lhes devolver a esperança. Peçamos a Maria, que assim como esteve em casa de Isabel, possamos também nós sermos presença restauradora na vida dos pobres.

 

Todos: Meu Deus, que possamos sempre mais amar e servir os Pobres, nossos mestres e senhores.

 

Pai Nosso, Ave-Maria, Glória...

 

Canto: Outra vez desfalecido, / Pelas dores abatido,

            Cai por terra o Salvador, / Cai por terra o Salvador.

           Com Vicente e Ozanam, / nós queremos te seguir

A esperança do amanhã, / novamente irá florir.

 

8a. Estação – Jesus consola as mulheres

 

Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

Todos: Porque pela vossa santa cruz, remistes o mundo!

 

Leitor 1: “O povo seguia Jesus em multidão, assim como mulheres que batiam no peito e choravam sobre ele. Mas Jesus, voltando-se para elas, disse: ‘Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; mas chorai antes por vós e por vossos filhos’” (Lc 23,27-28).

 

Leitor 2: Na origem da Congregação da Missão e do carisma vicentino, as mulheres desempenharam um papel importante: foram elas as primeiras a se juntarem em uma confraria para ajudar os mais pobres; foi nas terras de uma ilustre senhora, a madame de Gondi, a qual São Vicente chamava de “nossa fundadora”, que o carisma vicentino se iniciou numa missão junto aos pobres camponeses. Ao lado de Santa Luísa de Marilac, as Filhas da caridade desempenharam um papel revolucionário na França do século XVII. Portanto as mulheres sempre estiveram e, ainda estão, na história do carisma vicentino sendo um auxílio necessário às dores dos sofredores.

 

Animador:  Ao celebrar o Jubileu de fundação da Congregação da Missão queremos render ação de graças pelas inúmeras atividades desenvolvidas ao longo de 400 anos de história. A Congregação da Missão continua a consolar todos aqueles que se encontram em desespero, demonstrando um amor afetivo e efetivo pelos pobres.

 

Todos: “Nossa vocação é, portanto, ir, não a uma paróquia nem só a um bispado, mas por toda a terra; para fazer o quê? Abrasar os corações dos homens, fazer o que fez o Filho de Deus, que veio trazer fogo ao mundo, a fim de inflamá-lo com o seu amor” (SV, XII, 99).

 

Pai Nosso, Ave-Maria, Glória...

 

Canto: Das mulheres que choravam, / Que fiéis o acompanhavam,

            É Jesus consolador, / É Jesus Consolador.

            Com Vicente e Ozanam, / nós queremos te seguir

A esperança do amanhã, / novamente irá florir.

 

9a. Estação – Jesus cai pela terceira vez

 

Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

Todos: Porque, pela vossa santa cruz, remistes o mundo!

 

Leitor 1: “Através da violência e do juízo Ele foi arrancado! Quem terá compaixão d’Ele? Sim, Ele foi arrancado da terra dos vivos; pelo eleito do meu povo Ele foi ferido de morte. Mas Ele não tinha cometido culpa nenhuma, nem tinha sido encontrada mentira nos seus lábios” (Is 53,8-9).

 

Leitor 2: “Assim deve ser; precisamos de transbordar de esperança (cf. Rm 15, 13) para testemunhar de modo credível e atraente a fé e o amor que trazemos no coração; para que a fé seja jubilosa, a caridade entusiasta; para que cada um seja capaz de oferecer ao menos um sorriso, um gesto de amizade, um olhar fraterno, uma escuta sincera, um serviço gratuito, sabendo que, no Espírito de Jesus, isso pode tornar-se uma semente fecunda de esperança para quem o recebe.” (Bula do Ano Santo da Esperança).

 

Animador: Maria é a servidora por excelência, aquela que ajuda a levantar os caídos e os acolhe em seus braços. Se caímos pelo peso dos nossos pecados, a intercessão materna de Maria nos ajuda a levantar para novamente seguir o seu filho Jesus.

 

Todos: Senhor Jesus, dai-nos força para vencer o cansaço e o desânimo. Não permita que pelas quedas no caminho, desistamos da nossa missão e vocação de servir os Pobres. Amém!

 

Pai Nosso, Ave-Maria, Glória...

 

Canto: Cai terceira vez prostrado, / Pelo peso redobrado

            Dos pecados e da cruz, / Dos pecados e da cruz.

            Com Vicente e Ozanam, / nós queremos te seguir

A esperança do amanhã, / novamente irá florir.

 

10a. Estação – Jesus é despido de suas vestes

 

Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

Todos: Porque, pela vossa santa cruz, remistes o mundo!

 

Leitor 1: “Os soldados [...] dividiram entre si as vestes de Jesus. A túnica era feita de uma peça só, tecida de cima para baixo. Disseram então: ‘Não rasguemos, mas tiremos a sorte, para ver a quem toca” (Mc 15,24).

 

Leitor 2: “Enquanto, em virtude da esperança na qual fomos salvos, vendo passar o tempo, temos a certeza que a história da humanidade e a de cada um de nós não correm para uma meta sem saída nem para um abismo escuro, mas estão orientadas para o encontro com o Senhor da glória. Por isso vivemos na expectativa do seu regresso e na esperança de vivermos n’Ele para sempre: é com este espírito que fazemos nossa aquela comovente invocação dos primeiros cristãos com que termina a Sagrada Escritura: “Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22, 20).” (Bula do Ano Santo da Esperança).

 

Animador: Muitos são os que se encontram nus frente à realidade do presente e quanto a expectativa do futuro. São despidos das vestes da alegria, da dignidade e da esperança. É nosso dever enquanto vicentinos revesti-los do manto da justiça e da caridade.

 

Todos: Senhor ajudai-nos a respeitar a pessoa humana em sua dignidade e em seus sagrados direitos humanos. Dai-nos coragem e um coração grande para servir todos os desnudados de nosso tempo!

 

Pai Nosso, Ave-Maria, Glória...

 

Canto: Das suas vestes despojado, / Todo chagado e pisado,

            Eu vos vejo, meu Jesus, / Eu vos vejo, meu Jesus.

            Com Vicente e Ozanam, / nós queremos te seguir

A esperança do amanhã, / novamente irá florir.

 

 11a. Estação – Jesus é pregado na cruz

 

Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

Todos: Porque, pela vossa santa cruz, remistes o mundo!

 

Leitor 1: “E chegando ao lugar do Calvário, aí o crucificaram, juntamente com os ladrões, um à direita e o outro à esquerda” (Lc 23,33).

 

Leitor 2: “Com efeito, a esperança nasce do amor e funda-se no amor que brota do Coração de Jesus trespassado na cruz: ‘Se de fato, quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com Ele pela morte de seu Filho, com muito mais razão, uma vez reconciliados, havemos de ser salvos pela sua vida’” (Rm 5, 10). (Bula do Ano Santo da Esperança).

 

Animador: Vieste me ver ou vieste me visitar? Essa pergunta também se aplica a realidade dos que hoje estão pregados na cruz. Não basta apenas o olhar de curiosidade ou um sentimento vazio de pena. O verdadeiro vicentino visita, ou seja, atua para que a dor da crucificação pelas mazelas sociais, não esmoreça os assistidos.

 

Todos: Senhor Jesus, em espírito de doação, de perdão e de compromisso com a justiça, ajudai-nos a empenhar nossas vidas em favor dos crucificados de nosso tempo!

 

Pai Nosso, Ave-Maria, Glória...

 

Canto: Sois por mim na cruz pregado, / Insultado e blasfemado

            Com cegueira e com furor, / Com cegueira e com furor.

Com Vicente e Ozanam, / nós queremos te seguir,

A esperança do amanhã, / novamente irá florir.

 

12a. Estação – Jesus morre na cruz

 

Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

Todos: Porque, pela vossa santa cruz, remistes o mundo!

 

Leitor 1: “Para que a Escritura se cumprisse, Jesus exclamou: ‘Tenho sede!’. Havia perto uma vasilha cheia de vinagre. Molharam uma esponja no vinagre, colocaram-na na ponta de uma vara e levaram-na à boca de Jesus. Tendo provado o vinagre, Jesus disse: ‘Tudo está consumado’ e inclinando a cabeça, expirou” (Jo 19,28).

 

Leitor 2: “A esperança cristã consiste precisamente nisto: face à morte onde tudo parece acabar, através de Cristo e da sua graça que nos foi comunicada no Batismo, recebe-se a certeza de que ‘a vida não acaba, apenas se transforma’, para sempre. Com efeito, sepultados juntamente com Cristo no Batismo, recebemos n’Ele, ressuscitado, o dom duma vida nova, que derruba o muro da morte, fazendo dela uma passagem para a eternidade.” (Bula do Ano Santo da Esperança).

 

Animador: Sobre esse momento de dor São Vicente exorta: “Ei-lo nesse terrível tormento, tormento em que peço a Companhia que medite, tormento devido ao peso de seu corpo, à tensão dos braços, à rigidez dos pregos, ao número e à qualidade dos nervos transpassados. Que dor, meus Senhores! Quem pode imaginar outra maior! Se quiserdes provar todos os excessos de sua muitíssima amarga paixão, admirareis como pôde e quis suportá-los; ele, a quem bastaria transfigurar-se no Calvário, como no Tabor, para se fazer temido e adorado. Depois dessa admiração, direis, como esse meigo redentor: “Vede se há dor semelhante à minha dor! (SV, XII, 74)

 

Todos: Senhor Jesus, ensinai-nos a sempre nos abandonar nos braços do Pai, que acolhe as nossas dores e alivia os nossos sofrimentos e que nunca percamos a esperança frente as ameaças de morte do nosso tempo. Amém

 

Pai Nosso, Ave-Maria, Glória...

 

Canto: Meu Jesus, por mim morrestes, / Por nós todos padecestes.

            Oh! Que grande é vossa dor, / Oh! Que grande é vossa dor!

           Com Vicente e Ozanam, / nós queremos te seguir,

A esperança do amanhã, / novamente irá florir.

 

13a. Estação – Jesus é descido da cruz

 

Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

Todos: Porque, pela vossa santa cruz, remistes o mundo!

 

Leitor 1: “José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, embora ocultamente por medo dos judeus, pediu licença a Pilatos para retirar o corpo de Jesus. Pilatos deu licença. Veio então, e retirou o corpo de Jesus.” (Jo 19,38).

 

Leitor 2: “O testemunho mais convincente desta esperança é-nos oferecido pelos mártires que, firmes na fé em Cristo ressuscitado, foram capazes de renunciar à própria vida da terra para não trair o seu Senhor. Temo-los em todas as épocas e são numerosos – e talvez mais do que nunca nos nossos dias – como confessores da vida que não tem fim. Precisamos de conservar o seu testemunho para tornar fecunda a nossa esperança.” (Bula do Ano Santo da Esperança).

 

 Animador: Trabalhar em sua própria perfeição, evangelizar os pobres e formar o clero e os leigos. Estas são as máximas missionárias da Congregação da Missão, que desde a sua origem, tem a missão junto aos crucificados do nosso tempo, como cerne da sua identidade carismática. Muitos foram os irmãos e padres vicentinos que doaram e doam as suas vidas para levar um pouco de conforto aos sofredores. O testemunho dos mártires é um exemplo disso. Doaram a suas vidas na missão, para anunciar Jesus Cristo a toda criatura.

 

Todos: “Ah! meus irmãos, peçamos muito a Deus este espírito para toda a Congregação da Missão, que nos leve por toda parte, de sorte que, quando virem um ou dois missionários, possam dizer: “Eis homens apostólicos, preparados para irem aos quatro cantos do mundo, levando a palavra de Deus”. Roguemos a Deus que nos conceda esse coração.” (SV, XI, 132).

 

Pai Nosso, Ave-Maria, Glória...

 

Canto: Do madeiro vos tiraram / E à mãe vos entregaram.

            Com que dor e compaixão, / Com que dor e compaixão

            Com Vicente e Ozanam, / nós queremos te seguir,

A esperança do amanhã, / novamente irá florir.

 

14a. Estação – Jesus é sepultado

 

Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

Todos: Porque, pela vossa santa cruz, remistes o mundo!

 

Leitor 1: “José de Arimateia e Nicodemos tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no em faixas de linho, segundo o costume dos judeus. No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo onde ninguém tinha sido sepultado. Foi lá que eles colocaram Jesus” (Jo 19,40-42).

 

Leitor 2: “Então, que será de nós depois da morte? Com Jesus, além deste limiar, há a vida eterna, que consiste na plena comunhão com Deus, na contemplação e participação do seu amor infinito. Tudo o que agora vivemos na esperança, vê-lo-emos então na realidade.” (Bula do Ano Santo da Esperança).

 

Animador:  O momento do sepultamento de um ente querido é sempre um momento de muita dor, pois agora não há mais um corpo visível por quem chorar e a saudade fará morada. Mas o vazio que a ausência provoca não pode nos colocar numa atitude de frustração, pelo contrário, a fé, como a de Maria que foi feliz por que acreditou, deve nos manter de pé, mesmo quando a espera possa parecer angustiante.

 

Todos: Senhor Jesus, convertei-nos sempre mais ao vosso amor, sepultando em nós tudo o que gera egoísmo e desamor e, assim poderemos produzir muitos frutos de vida e de amor!

 

Pai Nosso, Ave-Maria, Glória...

 

Canto: No sepulcro vos puseram, / Mas os homens tudo esperam

            Do mistério da paixão, / Do mistério da paixão.

Com Vicente e Ozanam, / nós queremos te seguir,

A esperança do amanhã, / novamente irá florir.

 

15a. Estação – Jesus ressuscita ao terceiro dia

 

Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

Todos: Porque, pela vossa santa cruz, remistes o mundo!

 

Leitor 1: “Não tenhais medo. Buscais Jesus de Nazaré, que foi crucificado. Ele ressuscitou, já não está aqui. Eis o lugar onde o depositaram. Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vos precede na Galileia. Lá o vereis como vos disse” (Mc 16,6-7).

 

Leitor 2: “Deixemo-nos, desde já, atrair pela esperança, consentindo-lhe que, por nosso intermédio, se torne contagiosa para quantos a desejam. Possa a nossa vida dizer-lhes: «Confia no Senhor! Sê forte e corajoso, e confia no Senhor» (Sal 27, 14). Que a força da esperança encha o nosso presente, aguardando com confiança o regresso do Senhor Jesus Cristo, a Quem é devido o louvor e a glória agora e nos séculos futuros.” (Bula do Ano Santo da Esperança).

 

Animador: A Ressurreição de Jesus é a vitória do Reino de Deus. Reino de Justiça e Caridade. Reino de solidariedade e de paz. Reino da vida e da comunhão. Que possamos participar desse Reino e sermos construtores de vida nova, missionários da esperança e visitadores da transformação social.

 

Todos: Deus de amor e bondade, nós vos louvamos pela ressurreição de Cristo, que nos transforma, nos liberta e nos salva no amor! Queremos, Senhor, viver a vida nova de Cristo Ressuscitado! Queremos, Senhor, viver a ressurreição, fazendo crescer e triunfar, em nós e no mundo, a vida digna, justa e solidária para todos.

 

Pai Nosso, Ave-Maria, Glória...

 

Canto: Meu coração me diz: “O amor me amou e se entregou por mim! ”  Jesus ressuscitou! Passou a escuridão, o sol nasceu! A vida triunfou: Jesus ressuscitou!

 

 

Oração de São Vicente de Paulo pelas Vocações

 

“Senhor, mandai bons operários à vossa igreja,

mandai missionários e missionárias,

como convêm que sejam,

para que trabalhem de modo eficaz na vossa vinha; pessoas, meu Deus, desapegadas de si mesmas,

das suas comodidades e dos bens terrenos.

Não importa se em pequeno número,

contanto que sejam bons.

Senhor, concedei esta graça à vossa Igreja”

Amém!

S. Vicente, rogai por nós!

Beato Frederico Ozanam, rogai por nós!

 


Conclusão

 

Animador: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Todos.: Amém.

Animador: Bendigamos ao Senhor.

Todos.: Graças a Deus.

 

Fonte: SSVP Conselho Nacional do Brasil