quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Santa Gianna Beretta Molla

 


Santa Gianna é patrona dos médicos, dos nascituros, das grávidas e das famílias. Titulada pelo Papa São João Paulo II como "Mãe de Família" e descrita como “uma mãe que, para dar à luz seu bebê, sacrificou a sua própria vida em uma imolação deliberada”.

 

 

Biografia

 

Gianna Beretta Molla nasceu em 04/10/1922, em Magenta (Itália), logo foi batizada e, com cinco anos, recebeu a 1ª Eucaristia. Pertencia a uma família católica praticante, teve 12 irmãos. Sua mãe faleceu quando ela tinha 20 anos, seguida pela morte de seu pai, quatro meses depois. Tempo que passou a exercer cada vez mais as atividades da Ação Católica e da Sociedade de São Vicente de Paulo em uma Itália e tensão do período entre as duas grandes guerras e marcada pelo fascismo. Dedicou-se aos estudos formando em Pediatria. Trabalhando na área, desejou viajar para Grajaú - Maranhão (Brasil), onde um dos seus irmãos, Frei Alberto, fazia missão, porém, por ter uma saúde fragilizada, foi orientada a permanecer na Itália. Resolveu casar-se e formar família, morrendo em 28/04/1962, em Milão, por complicações de sua sexta gestação. Sendo beatificada e canonizada por João Paulo II em 1994 e 2004, respectivamente. É uma “santa da porta ao lado” como nos diria hoje, o Papa Francisco, por ser uma esposa, mãe, trabalhadora, de vida normal, que gostava de moda, montanha, carreira, família, ou seja, uma Santa da Vida Cotidiana.     

 

 

1. Foi "médica dos pobres"

 

Segundo indica sua biografia, ela “preferia os pobres entre seus pacientes”, assim como as mulheres grávidas, as crianças e os idosos.

 

Costumava dizer santa Gianna: “Não esqueçamos que nos corpos de nossos pacientes existe uma alma imortal. Sejamos honestos e médicos de fé.” Por isso, incentivava as grávidas a terem seus filhos como um presente de Deus e a recusar o aborto.

Na juventude, vivida com alegria e, praticava alpinismo e esqui enquanto estudava Medicina, soube muito bem unir sua fé a um compromisso generoso de apostolado entre os jovens da Ação Católica e à caridade para com os pobres, assistidos pela Sociedade de São Vicente de Paulo.

 

Como Vicente de Paulo, Gianna teve a graça de enxergar Cristo na pessoa dos pobres. Sua Profissão era exercida como Vocação. Assim como o Padre tocava todos os dias no Cristo Consagrado, também Gianna via e tocava em Cristo sofredor nos pobres enfermos que cuidava.  

 

 

2. Difundiu sua devoção por Nossa Senhora

 

Santa Gianna foi muito devota de Nossa Senhora. Quando sua mãe morreu, ela disse a Maria: "Confio em vós, doce mãe, e tenho certeza de que nunca me abandonará". Ela falava sobre a Mãe de Deus para as jovens dos grupos que participava e nas cartas dirigidas ao seu namorado, Pietro. O buquê de flores de seu casamento ela doou ao altar de Nossa Senhora, da qual era muito devota.

 

Gianna era tímida, mas o seu namorado Pierre era mais. Ciente de que ele seria o esposo certo para ela, escreveu-lhe em 21/02/1955:

 

"Querido Pietro, eu realmente quero fazer você feliz e ser o que você deseja, boa, compreensiva e pronta para os sacrifícios que a vida exigir de nós. Já te amo e é a você que pretendo me entregar para formar uma família verdadeiramente cristã. Até mais, querido Pietro. Perdoe-me por tamanha intimidade, mas esse é meu jeito de ser. Até qualquer hora, com carinho. Gianna"

 

Podemos imaginar a alegria de Pietro, que imediatamente respondeu à carta, que Giana recebeu no dia seguinte:

 

"Eu te amo, minha querida Gianna. Eu não poderia receber maior e mais desejada graça de nossa Mãe Celestial, Nossa Senhora do Bom Conselho, que sempre invoco na minha pequena Igreja em Ponte Nova. Meu amor é seu e quero formar uma família com você. Quero fazer-lhe feliz e entendê-la. Me perdoe por não começar falando mais claramente. Obrigado por sua ajuda e confiança. Com todo o meu amor. Pietro.”

 

Viveram seu noivado como um momento de graça. E rezavam para a família quem estavam prestes a formar. Os dois combinaram de participar das missas em suas cidades e comungar, de modo que em Cristo eles se uniam cada vez mais. E assim seguiram uma história de castidade e namoro santo. Receberam o sacramento do amor na Basílica de Magenta em 24/09/1955.

 

Pietro era engenheiro e trabalhava numa fábrica em Ponte Nova. Já casado, rezavam pela graça dos filhos. A oração de Pietro era: “Querida esposa, possa o Senhor e Maria abençoar nosso amor e torná-lo fecundo e nos dar a graça de trazer nossos filhos ao seu altar e consagrá-los a Ele.”

 

Suas preces foram ouvidas e o casal trouxe ao mundo quatro filhos. Três deles nasceram em casa em Ponte Nova: Pierluidi – Novembro 1956, Mariolina – Dezembro 1957 e Laura - Julho 1959. Gianna teve dois abortos espontâneos, por fim o parto final em Milão, no qual nasceu Gianna Emanuela – Abril 1962.

 

 

3. É possível alcançar a santidade no matrimônio.

 

Gianna conheceu o seu marido em uma missa, em 1954. Ele também pertencia à Ação Católica. Gianna foi "uma esposa feliz" e "soube harmonizar, com simplicidade e equilíbrio, seus deveres como mãe e médica". Pietro apoiou-a em sua decisão de não abortar seu bebê, como alguns médicos sugeriram, para salvar sua vida, e após a morte de Gianna, o marido nunca se casou novamente e cuidou dos quatro filhos. O coração de pai sofreu grande dor, dois anos depois da partida de Gianna, quando, por uma complicação pulmonar, Mariolina também vem a óbito.  

 

 

4. Recusou-se a fazer um aborto "terapêutico"

 

No início da sexta gravidez, os médicos detectaram um tumor no útero de Gianna e sugeriram três opções:

a)      Um aborto, que salvaria a sua vida e permitiria que tivesse mais filhos, mas custaria a vida de seu bebê;

b)      Uma histerectomia completa, que também pouparia a sua vida, mas não, a vida do bebê; e

c)      A remoção do fibroma apenas, com potencial para complicações, mas que poderia salvar a vida de sua filha.

 

Gianna escolheu a terceira opção, com fé, respeito à vida e amor à filha, que nasceu de uma cesariana em 21 de abril de 1962. Porém, uma semana após dar à luz, Gianna faleceu de peritonite séptica.

 

Antes do parto, Santa Gianna disse aos médicos: “Se for necessário decidir entre a minha vida e a da criança, não duvidem; eu exijo que escolham a dela. Salvem-no”. Pois a Santa considerava que seu bebê "tinha os mesmos direitos de viver" que seus outros três filhos e que ela "era apenas o instrumento da Providência para que aquela nova criaturinha viesse ao mundo".

 

 

5. Sua última filha nasceu no Sábado Santo

 

Gianna deu entrada na maternidade na sexta-feira da Paixão e sua filha nasceu, por cesariana, em 21 de abril de 1962, um sábado Santo.

 

Uma hora após o parto, Santa Gianna começou a sofrer dores abdominais e febre devido à peritonite séptica. Sua condição piorou nos dias seguintes. No meio dos sofrimentos, recebeu a Eucaristia e não parou de pronunciar jaculatórias de amor a Jesus. Descansando em Deus, sete dias depois, 28 de abril, aos 39 anos. Seu funeral foi na Igreja de Nossa Senhora do Bom Conselho, onde rezava e ia à missa nos seis anos e meio de seu casamento.

 

 

6. Uma carta de amor foi lida diante de milhares de famílias

 

Gianna é Padroeira das Famílias. Em 26 de setembro de 2015, durante o Encontro Mundial das Famílias, realizado na Filadélfia (Estados Unidos), Gianna Emanuela leu uma carta de amor que sua mãe escreveu ao seu pai quando ambos ainda namoravam. Depois, a filha da santa cumprimentou o Papa Francisco e lhe presenteou com uma relíquia de segundo grau de sua mãe. Como seu corpo ainda não foi exumado, não se tem relíquia de primeiro grau da Santa.

 

 

7. Teve três irmãos consagrados

 

Segundo sua biografia, santa Gianna foi a décima de treze filhos e três de seus irmãos optaram pela vida consagrada.

 

Seu irmão Enrico pertenceu à Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e foi missionário no Brasil. Giuseppe, outro de seus irmãos foi sacerdote na diocese italiana de Bérgamo, e sua irmã Virginia foi religiosa na congregação das Filhas da Caridade Canossianas.

 

A irmã Virginia disse uma vez que, enquanto eu estava na Índia como missionária, “de forma inesperada e providencial, o Senhor me fez voltar para a Itália a tempo para ver Gianna, apenas quatro dias antes de sua morte. Assim, pude ajudá-la e confortá-la naqueles momentos tão dolorosos e preciosos aos olhos de Deus, e guardo uma lembrança viva destes momentos”.

 

 

8. Conclusão

 

Com dois milagres realizados no Brasil: Maranhão (Cura de uma fistula pós-parto da jovem protestante Lúcia Cirilo em 22/10/1977) e São Paulo (Nascimento saudável da filha de Elizabeth Comparini gestada em uma placenta sem líquido amniótico), Gianna Beretta Molla foi beatificada por são João Paulo II em 24 de abril de 1994, durante o Ano Internacional da Família, e canonizada pelo mesmo Pontífice em 16 de maio de 2004. Na cerimônia estavam presentes o seu marido, Pietro Molla, suas filhas Gianna Emanuela e Laura, e o filho Pierluigi. Foi a primeira vez em que uma pessoa presenciou a canonização de seu cônjuge.

 

Vale ressaltar que quando atendia seus pacientes, Gianna não prestava apenas um serviço comum. Ela os ouvia falar de suas dores e necessidades. Após a sua morte, foi descoberto que eles não saíam do consultório sem terem seus problemas resolvidos. Ela procurava emprego para alguns e doava remédios a outros. Também, ocorreram muitas ocasiões em que Gianna mostrou seu ponto de vista e fé na vida, encorajando outras pessoas a sempre priorizarem as vontades de Deus.

 

Pietro Molla, seu esposo, disse: "Gianna era uma mulher esplêndida, mas absolutamente normal. Era bonita, inteligente. Gostava muito de sorrir. Era uma mulher moderna, elegante. Dirigia, amava a montanha e esquiava muito bem. Amava as flores e a música. Gostava muito de viajar. Uma mulher como tantas outras, mas com alguma coisa a mais: uma grande piedade e uma indiscutível confiança na Providência. Esta confiança ela nunca a abandonou, nem mesmo nos seus últimos meses de vida". Em carta enviada a seu cunhado, Frei no Brasil, Pietro escreve: "Que Gianna nos ajude, todos os dias, a subir um degrau do místico altar da santidade onde ela está esperando por nós, e quando Deus nos chamar, permita-nos uni-nos a ela no céu."

 

A filha salva pelo sacrifício da mãe, Gianna Emanuela Molla, disse: "Meu pai costumava me dizer que a escolha da minha mãe foi determinada a ela pela sua consciência, como mãe e como médica, e que só pode ser compreendida na luz de sua grande fé, na sua forte crença no direito sagrado à vida, no heroísmo do amor materno e na confiança completa na Divina Providência. Devo agradecer não somente a Deus e à minha santa Mãe pelo dom da vida, mas também ao meu pai, porque ele não se opôs à decisão de minha mãe, mas sim respeitou a escolha dela". E continua Emanuela, que atualmente deixou a profissão de Médica Geriátrica para se dedicar a divulgação da devoção de sua santa mãe: “Depois que meus pais faleceram, muita gente me diz que Deus me abençoou com pais santos. Todos os dias eu rezo para sermos dignos de unimo-nos a meu pai, minha mãe e a Mariolina. O caminho da cruz é certamente o caminho a seguir. Ele está inseparável da gloriosa ressurreição. É preciso que, como Maria, sustentemos o nosso Sim, à vontade de Deus. Mesmo caminhando com a nossa cruz, podemos ter alegrias, porque pelos pequenos gestos Deus nos fala ao coração.”

 

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Para sempre seja louvado!

 

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Oração à Santa Gianna Beretta Molla

Ó Deus, amante da Vida, que deste a Santa Gianna Beretta Molla responder com plena generosidade à vocação cristã de esposa e mãe, concedei por sua intercessão a graça (fazer o pedido), bem como, seguir fielmente os Teus Desígnios, para que resplandeça sempre nas nossas famílias a Graça que consagra o amor eterno e à vida humana. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Teu Filho, que é Deus, e vive e reina Contigo na Unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.”


 


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