sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Carta do Assessor Nacional da JMV, Set. 2016

Belo Horizonte, 23 de setembro de 2016 

Amados irmãos e irmãs da Juventude Mariana Vicentina do Brasil: que a graça e a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo sejam abundantes em seus corações! 

É mês de setembro, um mês que nos convida à reflexão. Primeiro, porque nele celebramos com mais intensidade a Palavra de Deus. No mês da Palavra, quero convidá-lo e convidá-la a fazer a experiência de entrar com profundidade num processo de diálogo com o Senhor; através de sua Palavra que é vida. Deus quer conversar conosco, Ele quer estabelecer um diálogo amoroso com cada um de nós. Através de sua Palavra o desejo de Deus é que o conheçamos, que entremos em estado de profunda intimidade com Ele. Ao conhecê-lo bem descobriremos sua vontade e o projeto que tem para cada um de nós, individualmente e como grupos de Juventude Mariana Vicentina. Busquemos conhecer o Senhor através de sua Palavra. Permitamos que através dela possamos imprimir em nossa vida a consciência de Jesus, a mentalidade de Jesus e o seu caráter. Quanto mais nos parecermos a Jesus, mais capazes seremos de transformar as realidades de pobreza em realidades do Reino. Deixemo-nos moldar por sua Palavra. 

Em segundo lugar, setembro é um mês importante para nós, porque nele celebramos o grande santo da caridade, São Vicente de Paulo. No dia 27 de setembro a Família Vicentina de todo o mundo estará em festa e nós, como parte desta família, não poderemos ser indiferentes; com certeza, nossos corações se vestirão de alegria, pois será festa para nós. Ao pensar em Vicente de Paulo, este santo tão importante para nossa JMV, deveremos tomá-lo como modelo para o nosso estilo de vida e de trabalho. Cito aqui três motivações para que nos espelhemos nele: 

1. São Vicente foi um homem de fé. Ainda que saibamos que num primeiro momento São Vicente chegou a pautar sua vida em interesses pessoais e entrar para o clero com o interesse de obter sucesso e riqueza para si e para ajudar a sua família, não podemos dizer que não era um homem de fé. Foi um homem de fé, criado no seio de uma família honesta, religiosa, trabalhadora e rural. Por isto, podemos dizer que cresceu em um ambiente que lhe possibilitou cultivar a fé em Deus e a devoção à Virgem Maria. Não nos cabe julgar seus interesses; era um homem filho de seu tempo e dos sofrimentos de seu tempo. Não era um miserável, tinham uma casa e alguns alqueires de terra que cultivavam com suas mãos. A piedade, a candura e a inocência dos costumes supriam, ante Deus, o que faltava de riqueza frente aos homens. Um trabalho assíduo unido a uma vida muito frugal tomava o lugar de um patrimônio mais abundante e os colocava na posição de não serem um peso para ninguém, ao contrário, estavam na posição de poder ajudar aos que eram mais pobres que eles mesmos (Cf. COLLET, Pedro; Vida de San Vicente de Paúl Fundador de la Congregación de la Misión y de las Hijas de la Caridad; Traducido por P. Máximo Agustín, Barakaldo, 2008. [P. 13].).  Vivia modestamente com sua família, sem ter do que se presumir, além da força para trabalhar.

Podemos aprender algo de São Vicente que tão cedo começou a trabalhar pastoreando e ajudando a sua família camponesa. É necessário trabalhar, é necessário darmos de nós mesmos; cultivando o hábito sadio do trabalho, que também é espiritualidade e que também nos fala de Deus. Louis Abelly dizia que “parece que Deus quis por e fundar sobre esta humilde e pobre origem (a de Vicente de Paulo) o alicerce do edifício das virtudes, que mais adiante ergueu na alma de seu fiel servidor” (Cf. MESSIRE, Louis Abelly; Abelly: Vida de San Vicente de Paúl; Traducción de Martín Abaitua, CM, Editorial CEME, Salamanca, 1994. [P. 20].). O jovem desocupado abre espaços para as coisas supérfluas, para os maus pensamentos, para as crises de angustias e depressões, tão presentes em nossos tempos. O jovem que não trabalha não colabora para que em si se construam as virtudes que configurem sua vida de acordo com o Evangelho. Além do nosso trabalho em casa ou no serviço formal, é necessário doarmos tempo para o trabalho com as coisas de Deus. É necessário doar tempo para o trabalho com os Pobres. 

2. São Vicente foi um homem aberto a ação do Espírito. São Vicente de Paulo foi um homem de total abertura à ação do Espírito de Deus. Chegar onde chegou e tornar-se quem se tornou só foi possível porque deixou que Deus trabalhasse em sua vida. E Deus o fez; trabalhou a partir de sua humanidade sofrida, de suas inquietudes, de seus desejos humanos e de sua história concreta; enfim, Deus fez de Vicente o grande homem que se tornou porque obteve dele a abertura necessária para agir. Vicente de Paulo soube esvaziar-se de si mesmo para dar espaço à entrada de Deus em sua história e em sua vida; podendo, deste modo, concretizar em seu tempo aquilo que era vontade de Deus, para além da sua própria vontade. 

Somos convidados a abrir nossas vidas à ação do Espírito de Deus, que é capaz de nos transformar, fazendo com que criemos uma consciência pautada no projeto de Jesus Cristo Evangelizador dos Pobres, “nossos amos e senhores”. Somos convidados a abrir nossas vidas à vontade do Senhor e a colocá-la acima das nossas vontades. O que Ele quer de nós é que sejamos misericordiosos; que ousemos sair do nosso mundo para entrar em cheio no mundo dos pobres, nutrindo-nos dos sentimentos de compaixão, amor, caridade e deste modo participar do sofrimento dos deles, na luta pelo resgate das suas dignidades roubadas. O trabalho entre os Pobres revelou, aos poucos, a São Vicente de Paulo a pessoa de Jesus Cristo que incansavelmente não deixou de trabalhar, de fazer o bem, de desgastar-se para a construção do Reino de Deus. 

3. São Vicente foi um homem da misericórdia. Convicto de sua missão, Vicente de Paulo foi capaz de experimentar a misericórdia de Deus e de fazer-se misericórdia entre os mais pobres: “Quando visitarmos os pobres devemos entrar nos seus sentimentos para poder sofrer com eles e ter a mentalidade do grande apóstolo que disse: “Eu me tornei tudo para todos”. Então, não é para nós a queixa que o Senhor fez antigamente através de um profeta: “Esperei para ver se alguém podia participar do meu sofrimento, mas não houve ninguém”. Por isso nós devemos tentar fazer os nossos corações sensíveis e receptíveis para o sofrimento e para a miséria do pobre. Peçamos a Deus que Ele nos dê o verdadeiro espírito de Misericórdia, que é o espírito próprio de Deus. Pois, como a Igreja diz, o próprio de Deus é mostrar misericórdia e dar dela o espírito” (Conferência do dia 6 de agosto de 1656). De igual modo, somos convidados a experimentar a misericórdia de Deus para nos fazermos misericórdia no mundo sofrido dos nossos irmãos empobrecidos. Exorta-nos o Papa Francisco em Misericordiae Vultus, número 15: “O auxílio que invocamos é já o primeiro passo da misericórdia de Deus para conosco. Ele vem para nos salvar da condição de fraqueza em que vivemos. E a ajuda d’Ele consiste em fazer-nos sentir a sua presença e proximidade. Dia após dia, tocados pela sua compaixão, podemos também nós tornar-nos compassivos para com todos. ” 

Que neste mês vicentino a intercessão de Maria, Nossa Mãe milagrosa, e a intercessão e o testemunho de São Vicente de Paulo nos tornem mais dóceis à vontade de Deus. Que nos tornem mais disponíveis para o trabalho e que isso nos faça misericordiosos, como o Pai quer que sejamos. Às vésperas do aniversário dos 400 anos do carisma vicentino, que a nossa Juventude Mariana Vicentina do Brasil seja o espaço da misericórdia e da compaixão para que juntos possamos ir aos diversos rincões de pobreza do nosso país, para transformá-los em lugares de vida. 

Que Santa Catarina Labouré seja a nossa intercessora nesta luta! 

Abraço a cada um e a cada uma em nome de Jesus Cristo, com fraternidade vicentina. 

Pe. Denilson Matias, C.M 
Diretor Nacional da JMV-Brasil 

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

COMO INICIAR UM GRUPO DE JMV



Por, Cleber Teodosio - Estudante CM e Assessor da JMV

1.O que é a JMV?
A Juventude Mariana Vicentina – JMV é uma Associação de jovens, da Igreja Católica, com espiritualidade Mariana e carisma Vicentino, orientados para o serviço concreto aos jovens e aos mais pobres. Está presente em 66 países com mais de 100.000 membros.

2.Qual a origem da JMV?
A JMV se origina de um pedido que a Santíssima Vigem fez a então noviça Catarina Labouré na primeira aparição ocorrida na capela da Casa Mae das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo em paris França, em 18 de julho de 1830, dizendo: “Desejo que seja fundada uma Associação de Jovens, sobre a qual derramarei abundantes graças”, nascendo então a associação com o nome filhas de Maria.

3.A JMV tem aprovação da Igreja?
Associação das Filhas de Maria foi aprovada pelo Soberano Pontífice Pio IX, nos decretos de 20 de junho de 1847 e de 19 de julho de 1850, posteriormente confirmados por outras disposições da Santa Sé. Atualmente se chama Juventude Mariana Vicentina, e é constituída em fidelidade às orientações da Igreja e à luz das Diretrizes Pastorais da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

4.Quais são as características da JMV?
É uma associação Eclesial – porque é Igreja, Leiga – formada por membros leigos, Mariana – nasceu de um pedido de maria, Vicentina – tem sua origem em uma das fundações de São Vicente de Paulo e Missionária – como foi Cristo, Vicente e é a Igreja.  

5.Como nasce um grupo de JMV?
O grupo JMV nasce como uma experiência que leva aos jovens a abrir os olhos sobre a sua própria realidade. O grupo deve propor atividades concretas que permitam aos seus membros conhecer melhor os problemas e injustiças ao seu redor, de maneira que possa oferecer respostas adequadas e eficazes a realidade dos mais necessitados, segundo suas capacidades e possibilidades.        


6.Quais são os requisitos necessários?
1.       Dois ou mais jovens interessados na caminhada com o grupo;
2.       Que o grupo esteja caminhando à luz do Evangelho, seguindo o carisma mariano e vicentino;
3.       Um adulto com experiência madura na fé e com conhecimento e vivência profunda do carisma vicentino.

7.Quais são as ideias chaves para iniciar um grupo JMV?
1.       Responder as inquietações e interesses dos membros;
2.       Ajudar os membros a crescer integralmente, desde os valores da fé cristã. 
a.       Fraternidade
b.      Oração
c.       Compromisso
d.      Formação 
3.       Convidá-los a descobrir o mundo dos pobres, para evangelizá-los e servi-los.

8.Que passos seguir para implantar um grupo JMV?
Dado que JMV é uma Associação internacional de fiéis reconhecida pela Santa Sede, o nascimento de um grupo JMV em uma Igreja local deve seguir as normas estabelecidas pelo Código de Direito Canônico (C.285-290). Na maioria dos países, a JMV está estabelecida como uma Associação Laical (Leiga), especialmente vinculada à Companhia das Filhas da Caridade e à Congregação da Missão. Por isso a criação de um grupo deveria seguir o seguinte processo:

a)      Em um país onde já existe JMV proceder como se segue:
                i.     Dirigir-se ao responsável da pastoral do lugar, para expor seu propósito e obter sua aprovação; uma vez obtida a aprovação, convidar os jovens a participar do grupo e iniciar as reuniões e atividades;
              ii.     Depois de um período mínimo de seis meses, fazer um relatório informando as atividades realizadas pelo grupo e enviar ao Conselho Nacional, solicitando seu acompanhamento;
             iii.     Ao terminar o primeiro ano, apresentam sua petição de admissão ao Conselho Nacional, junto com o aval escrito do responsável da pastoral do lugar ou do Superior local, em caso de o grupo estar um uma casa da Congregação das Missões ou das Filhas da Caridade.
            iv.     Se o Conselho Nacional está de acordo, o Assessor Nacional (Cânon 312,2) enviará a ata de eleição do novo grupo, se este funcionar em uma casa das Filhas da Caridade ou na Congregação da Missão. Se o grupo não funcionar em uma casa da Congregação da Missão ou das Filhas da Caridade, o Assessor Nacional solicitará ao Bispo do lugar uma aprovação escrita. Logo que obtê-la, enviará a ata de eleição do novo grupo.

b)      Nota sobre celebração da caminhada de um ano do grupo e distintivo:
É aconselhável celebrar o final do primeiro ano de vida do grupo. Pode ser uma celebração simples com os seguintes elementos básicos: cantos, leitura da Palavra (Bíblia), entrega de uma lembrança e uma comemoração fraterna. A medida que o grupo cresça, recomenda-se marcar os momentos importantes da vida do grupo com alguma celebração mais especial. Vale salientar que o distintivo da associação é a Medalha Milagrosa, que pode ser entregue a cada membro na emissão da promessa depois do primeiro ano de grupo e/ou solenemente, na consagração – ver mais no estatuto

9.Como se dá o governo do grupo?
A coordenação de um grupo de JMV tem presidente, secretário e tesoureiro, com seus respectivos vices, assessorados por uma irmã, padre ou leigo adulto. Tal conselho observa as orientações dos conselhos regional, provincial, nacional e internacional, bem como seus estatutos. A associação não é uma ONG, pois é Igreja, e não tem fins lucrativos.

10. Quais são as funções básica da coordenação?
·         Animar e fortalecer a vida do grupo;
·         Ajudar os jovens a planejar anualmente as atividades do grupo;
·         Procurar a integração do grupo na vida paroquial e diocesana;
·         Informar aos organismos superiores sobre o andamento do grupo;
·         Conhecer a JMV seus documentos.



PARA SABER MAIS...

a)      Sugestão de metodologia de trabalho
Essa dinâmica pode ser aplicada a grupos de jovens que se reúnem uma vez por semana (periodicidade ideal, na opinião), de forma que pode se organizar mensalmente da seguinte maneira:
·         1ª semana/encontro: Espiritualidade - Cristã, Mariana, Vicentina, santos padroeiros, Oficio Divino da Juventude, etc.,
·         2ª semana/encontro: Formação - (Estudar um ponto da etapa que corresponde ao grupo, etc.). Orienta-se que os Encontros Semanais da JMV, principalmente os de formação, estejam estruturados na dinâmica do VER (a realidade atual), JULGAR (iluminação bíblica) e ATUAR (serviço concreto / compromisso). Um exemplo da eficácia do método é sua presença nos materiais oferecidos anualmente pela Campanha da Fraternidade;
·         Obs.: Fazer leituras de textos reflexivos, especialmente os que trazem histórias, a fim de melhor transmitir os valores para os jovens.
·         3ª semana/encontro: Ação - O grupo sai às quatro paredes e vai junto aos pobres – visitas domiciliares, colégios, hospitais, asilos de idosos, orfanato para crianças, casa de apoio, serviço a mulher marginalizada, drogadictos, imigrantes, etc. - Fazer um serviço concreto.
·         4ª semana/encontro: Celebração e/ou Lazer - Celebrar os aniversários do mês, o santo do mês, a vida – aniversário, ou um tema X, fazer algo de esporte - os jovens gostam muito, pequenas excursões, piquenique, etc.). Caso o mês haja uma 5ª semana, a 4ª para celebração e a 5ª para o Lazer.

b)      Cinco intervenções válidas:
                i.     Distribuir funções fixas e ou móveis ao maior número de jovens do grupo, ou seja, além dos cargos tradicionais da Associação, adicionar responsáveis e vices de comunicação, esportes, caridade, eventos, etc.
              ii.     Amizade é: profunda ressonância mutua, comunicação aberta, positividade, flexibilidade, durabilidade, liberdade, constância na alegria ou na dor (Rm 12, 15). Um amigo do peito deveria ser uma pessoa sábia, experiente e com uma fé profunda.
             iii.     Nada segura, marca, amadurece, sensibiliza, atrai o jovem para Cristo, Igreja, JMV que ricas experiências missionárias.
            iv.     Sintonia - Observar as agenda e diretrizes da JMV nas estâncias: eclesial (JMV e Igreja em geral) e social
              v.     São Vicente e muitos outros santos aprenderam a seguinte regra do Senhor: primeiro faça e depois ensine! Como seguir essa regra? Através das obras (obras de justiça e de misericórdia), das palavras (Verdade) e dos relacionamentos (seu um com outro – pobre). Resumindo através do testemunho.

c)       Etapas da vida do grupo:
·         Nascimento: (Iniciação) o grupo nasce como nasce a pessoa, e ao princípio é bastante dependente do(a) coordenador/a, necessita de muitos cuidados.
·         Infância: Pouco a pouco, o grupo vai crescendo e seus membros vão descobrindo que podem chegar a fazer algo em comum, aprofundam a comunicação, vão definindo objetivos e vislumbram os caminhos que podem seguir.
·         Adolescência: É o momento das crises de integração, de lutas pela liderança, de uma nova busca de sentido do grupo e dos caminhos concretos para realizar sua identidade.
·         Juventude: Superada a crise, o grupo alcança maior estabilidade, vai obtendo uma personalidade no grupo mais definida, adquire mais autonomia e respeito do Coordenador/a, aprofunda seus relacionamentos, assume compromissos com mais seriedade, se abre para a realidade social e começa a tomar opiniões importantes
·         Maturidade: Um grupo jovem é maduro quando seus membros decidem viver mais fortemente possível a experiência de comunidade, com objetivos muito claros e definidos, com níveis de comunicação profunda e com aceitação mútua incondicional, com um projeto de serviço realmente ligado em sua realidade.
·         Morte / Vida Nova: O grupo não pode permanecer para sempre, pois não é imortal... uma vez que encontram seu próprio caminho e fazem uma eleição na vida. Seus membros que já não são jovens, mas sim adultos, se dispersam...

PARABÉNS!!!
Os felicitamos pelo interesse de fundar um grupo JMV. Assim você começa a fazer parte dos milhões de homens e mulheres que apostam nos jovens, como motivo de esperança para o mundo.
Venha fazer parte desta família!


REFERÊNCIA
JMV, Como iniciar um grupo, Ed. La Milagrosa, Madrid, 2006 (Cadernos Vicentinos)
Estatuto da JMV Brasil aprovado pelo superior geral Pe. Gregory Gay, CM, Roma, 2011  

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Entrevista con los Superiores Generales CM - Entrante y Saliente

By Jorge Luis Rodriguez on Jul 14, 2016 04:18 am
El nuevo Superior General de la Congregación de la Misión, P. Tomaz Mavric, ha concedido una entrevista al P. Luis Chávez para Radio Vicentina y www.vicentinos.cl:
Estimados auditores estamos en Chicago, Estados Unidos, donde se desarrolla la Asamblea General de la Congregación de la Misión, la 42° asamblea general.
Estamos con el Padre Tomaz Mavric, nuevo Superior General de la Congregación de la Misión y de la Compañía de las Hijas de la Caridad. Queremos felicitarle y agradecerle por haber aceptado gustoso esta entrevista para Radio Vicentina online, creada y dirigida por el Padre Carlos de la Rivera, anterior Visitador de la Provincia de Chile.

Esta entrevista es también para la página web de la Congregación de la Misión en Chile y para toda la Familia Vicentina, que la espera con ansias.
En primer lugar, quiero mandar un cordial saludo a todos los cohermanos de la Congregación de la Misión, a las Hijas de la caridad, a toda la Familia Vicentina de Chile y de otros países… de todo el mundo. Es una gran alegría la que quiero expresar -en primer lugar- la que siento, por tantas cartas que están llegando, donde los cohermanos, las hijas de la caridad, otros miembros de la familia vicentina prometen la oración y eso da una base tremenda, una base segura, que me ayuda y me da confianza de que juntos podemos hacer algo lindo para Dios, para los pobres. 
Cómo me siento después de la elección?… yo diría que estoy todavía como un poco en las nubes… y eso está todavía presente en mí… pero hablando de las nubes uno también puede pensar en el Espíritu que se siente, el Espíritu de Dios, el Espíritu de Jesús, el Espíritu Santo que se siente que está en medio de nosotros, que nos está acompañando, que la Providencia nos va guiando a toda la Asamblea General y también la atmósfera tan fraterna, tan hermosa que siento entre nosotros… es una apoyo más que puedo en este momento mencionar para el camino que nos va a ir mostrando la Providencia.

Y Cuando salió Ud. de su Provincia rumbo a la Asamblea ¿se imaginó que esto se le pude venir encima? 
Uno nunca sabe de antemano como es que el Espíritu nos va a guiar. Pero es así… por aquí y por allá había unas palabras, pero uno no puede decir que sabe, ni estar completamente seguro. Es así que lo mejor es estar abierto al Espíritu. Lo que esperaba antes de llegar a la asamblea era que nos guiara el Espíritu y que lo que la providencia nos fuese mostrando, lo supiésemos aceptar.

Padre, esta entrevista, entre estas cosas, tiene por finalidad conocerlo mejor, Ud. podría contarnos algo de su historia personal, en lo familiar, en lo vocacional y lo que ha sido su vida misionera.
Sí. Yo nací en la Argentina, en Buenos Aires. Mis padres vinieron de Eslovenia, huyendo del comunismo en 1945, con sus familias y estuvieron, en un principio, tres años en un campo de refugiados en Austria y a la Argentina llegaron en 1948. Ahí se conocieron, se casaron. En nuestra familia somos tres hermanos y dos hermanas. Mi padre murió en 1989, pero mi mamá vive aún, en el sur de la Argentina, en la ciudad de San Carlos de Bariloche, donde también los vicentinos tenemos una parroquia, la Parroquia de la Medalla Milagrosa. 
Hice los últimos años de la primaria y los de secundaria en el Colegio María Reina, en la Provincia de Buenos aires, es un colegio fundado por nuestros cohermanos que vivieron de Eslovenia. Al lado del colegio había un internado, un colegio misional y yo pasé ahí algunos años… íbamos a casa después cada dos semanas más o menos, o bien estábamos todo el tiempo ahí. 
Así, después de la secundaria pedí unirme a la Congregación de la Misión y entré a la Provincia, que en ese momento se llamaba la Provincia de Yugoslavia, de la que eran parte los cohermanos de Eslovenia, Croacia y Macedonia. 
Hice el Seminario Interno en Belgrado, Serbia y en 1977 comencé la filosofía en Liubliana, la capital de Eslovenia, donde también hice la teología. Fui ordenado en 1983. Después mis superiores me mandaron a Canadá donde los vicentinos tenemos parroquias y estuve en Toronto 10 años y luego estuve 3 años en Eslovenia y después yo pedí en ese momento al Superior General el Padre Robert Maloney que aceptara para ir a las misiones internacionales y así justo en ese momento estaban contemplando abrir una misión internacional en Rusia en los Urales y así el Padre Robert Maloney me designó junto a un cohermano polaco a esa misión… eso fue en el año 1997 , ahí estuve 4 años en la ciudad de Niutalagil en los Urales. Durante esos años, en 2001, se fundó la viceprovincia de los Santos Cirilo y Metodio, la que incluye tres países: Bielorusia, Ucrania y Rusia. Mi Visitador me mandó a un curso de formación a Irlanda, estuve ahí en Dublín un año y después estuve un año acompañando a nuestros seminaristas en Eslovaquia .En 2004 me mandaron a la casa central, que entre nosotros se llama la “Casa Don de Dios”… ésta fue una idea de nuestro primer Visitador… que no se llame casa provincial o casa central, sino Don de Dios… en esa casa me quedé hasta hoy. Estuve en un principio en la formación, en el Seminario Interno y después fui elegido en 2009 como Vice Visitador de la Viceprovincia. 

¿Qué sueños tiene o que anhela Ud. para la Congregación de la Misión? ¿se ha hecho ya alguna idea de cuáles serían los énfasis que Ud. quisiera resaltar en su gestión? 
Una reflexión que compartí hace algunos días, tomada de un cohermano de la Provincia de Italia, que empezó a desarrollar la idea de Vicente como Místico de la Caridad. En los años recientes otro cohermano, Hugh O´Donnell, de Estados Unidos, siguió profundizando esa idea …Vicente como Místico de la Caridad… Creo que es una maravillosa oportunidad para nosotros como vicentinos, como Familia Vicentina, profundizar esta idea. El teólogo Karl Rahner, al final del siglo XX , escribió estas palabras que suenan proféticas,: “el cristiano en el siglo XXI va a ser místico o no lo va hacer”. Yo veo esto como una hermosa invitación para nosotros también de pensar en nuestro Fundador en su carisma, en su espiritualidad y profundizar justamente esta frase , esta idea: Vicente de Paúl, Místico de la Caridad y cómo nosotros podemos también serlo en nuestras propias vidas.

Cada Superior General tiene su estilo propio. Algunos se han destacado por su enseñanzas y prácticas espirituales, otros por sus cualidades administrativas y organizativas, otros como el padre que le antecede por su ímpetu misionero y sencillez, cuál cree que Ud. que va a ser su impronta en el servicio al cual ha sido llamado? 
Ud. me preguntó anteriormente si tengo algún plan, si tenía algunas ideas concretas para estos seis años… es lo mismo que se podría decir ante esta pregunta acerca del estilo que voy a seguir… Quiero seguir a la providencia… que Jesús nos vaya guiando y estar abiertos a la Providencia. Pienso que eso va a ser el mejor plan: darle la prioridad a Dios, a Jesús… que vayamos descubriendo juntos la misión que nos quiere confiar de hoy en más. Una cosa que quiero compartir, entre nosotros, cohermanos, y en las diferentes ramas de la Familia Vicentina, de las Hijas de la Caridad, de otras religiosas y religiosos, de laicos… ¡hay tantos dones, tantos talentos!… Mirando sólo lo que estoy experimentando en la Asamblea, ¡cuántos dones!… es un potencial tremendo para hacer y desarrollar el Reino de Dios, para este mundo en que vivimos para los pobres, a los que estamos llamados a servir… es la colaboración… hace poco terminamos el año de la colaboración en la Familia Vicentina… es un año que terminó oficialmente, pero tenemos que seguir este camino más y más… en eso veo como nuestro futuro.

¿Hay algo que le quitaría a la Congregación o que le añadiría a la Congregación? 
En este momento es difícil hablar concretamente de qué añadir o de qué sacar algo. Yo pienso que Jesús, que su Espíritu, la intercesión de la Virgen de la Medalla Milagrosa, de San Vicente, nos van a guiar, nos van a mostrar concretamente y nos van a dar algunas señales acerca de qué hay que mejorar y qué no corresponde a nuestro carisma, o qué deberíamos agregar. Pienso que tenemos que mirar con mucha esperanza al futuro, justamente porque dándonos a la gracia de la providencia, pienso que no nos vamos a equivocar.

En este último tiempo se habla mucho de la reconfiguración, ¿cuál cree Ud. que es modelo que mejor se ajusta dentro del modelo de reconfiguración: si la fusión de provincias o la colaboración?
Seguramente si la reconfiguración la entendemos sólo como fusión de provincias eso no es suficiente, eso, al final del día no resulta en nada positivo, porque jla idea es colaborar. Si se hace algunos cambios en la provincia como tal y entre las provincias como tales es para el bien espiritual, en primer lugar, es para el bien de las personas que estamos llamados a servir, para los pobres. Ese tiene que ser nuestro fin, cómo servirlos mejor. Es por esta razón que en la Congregación – y no sólo en la nuestra- sino que este proceso se da también en otras congregaciones… Es porque en algunos lugares del mundo hay menos vocaciones, hay menos cohermanos o están disminuyendo, que se está tomando estas decisiones… pero la colaboración es la base para servir mejor.

¿Que le diría Ud. a nuestras hermanas, las Hijas de la Caridad?, como Ud. es Superior General de ellas también… por mi experiencia… mi vocación se las debo a ellas. ¿Qué mensaje les daría?
Les agradezco de todo corazón por sus oraciones, cuantas casas y provincias ya mandaron sus felicitaciones donde en primer lugar está la oración, la promesa de oración y esa oración regular y diaria. Por eso a todas las Hijas de la Caridad va un gran saludo, un cariñoso saludo, un abrazo a cada hermana… y como dijo Ud. su vocación se la debe también a las Hijas de la Caridad y eso es también una señal concreta de colaboración, de que nos ayudamos los unos a otros. Todos estamos alegres si estamos desarrollando más y más la colaboración y Dios nos da a través de nuestros hermanos y hermanas, sin lugar a dudas. El tremendo trabajo que las Hijas de la Caridad están haciendo y han hecho por tantos años, por tantas décadas y siglos, desde la fundación de nuestro carisma, del que el año que viene vamos a celebrar 400 años. Les deseo a ustedes, como a nuestros cohermanos y a todos los miembros de la Familia Vicentina, que sigamos dando ejemplo de servicio y con mucha esperanza y así Dios nos va a dar vocaciones, para que no sigamos disminuyendo, sino al revés creciendo y desarrollándonos. Si Dios quiere, pronto nos veremos… En unas semanas o meses, probablemente ya comenzaré con visitas y con mucha alegría también espero encontrarme con ustedes.

El próximo año celebramos 400 años del carisma vicentino. ¿Cuál cree Ud. que sea el signo más elocuente que debemos dar como Familia Vicentina al mundo de hoy? 
Nuestra espiritualidad está centrada en Cristo, y la Encarnación, la Trinidad, la Eucaristía, el amor a la Virgen María…son los fundamentos de nuestra espiritualidad… Profundizar en nosotros la espiritualidad a la que fuimos llamados a vivir… eso nos va a llevar a los pobres, más y más. Profundizar nuestra espiritualidad nos va a acercar más y más a los pobres. Vamos a encontrar más y más las respuestas que hoy el mundo necesita, especialmente los pobres. Es lo que veo como signo de nuestros tiempos, y nuevamente, la Providencia nos va a ir marcando las necesidades y pienso que también para las personas que nos rodean, a las que vamos a ir encontrando durante el año que viene, cuando vamos a festejar los 400 años… las personas que están con duda, que están alejadas de Dios, van a poder ver, por medio de nuestro vivir y de nuestro actuar que sí, que es algo que sale de Dios y también ellos van a ser atraídos a este camino y así se va agrandando el círculo más y más. Podemos ir incluyendo más gente en nuestro círculo, para que la familia se vaya agrandando y más bien, con la gracia de Dios, vamos a hacer.

Padre, en estos tiempos en que la tecnología ha abierto muchos campos, sobre en toda la comunicación, las redes sociales hay muchos jóvenes que visitan las redes sociales y han tenido la oportunidad de conocer a la Familia Vicentina a través de ella. En Chile se formó recientemente, motivado por un seminarista, una red juvenil de servicio que abarca a jóvenes de todo Chile y ellos comparten ese anhelo de también dar un servicio y ese servicio se ha hecho efectivo en las catástrofes naturales que hemos tenido y que han sido muchas en los últimos años. Como decía Ud. estos tiempos van a ser de místicos y yo percibo en esos jóvenes ese sentido místico del cristiano. Me gustaría que Ud. envíe unas palabras de ánimo a todos esos jóvenes que están dispuestos a involucrarse en el servicio.
Estoy tan contento de escuchar esto, de que los jóvenes, ustedes jóvenes, están viviendo con un corazón tan abierto, que están usando las redes sociales, las diferentes formas de comunicación para el bien. Veo una gran posibilidad y pienso que más y más tenemos que ir también desarrollando este campo de los medios. Los medios están, las herramientas están aquí, los podemos usar para el mal o los podamos usar para el bien. Los medios como tal no son malos, son medios. Depende de nosotros y veo un gran potencial: más gente va a ver y escuchar ejemplos como ustedes, queridos jóvenes… lo que están haciendo, el servicio que están prestando, su corazón abierto a la ayuda que hacen a los pobres, en diferentes campos y de diferentes formas, y es de esperar que otros van a estar y a otros se les van a abrir los corazones y se van a decidir… yo también puedo hacer algo así… claro que yo también podría ayudar de esta forma o se le van a agregar nuevas ideas… 
De todo corazón les digo, sigan para adelante, traten de invitar a otros que los sigan, que se avecinen y que su servicio sea fundado en Jesús, en nuestro Dios, en nuestro hermano, que nos da un fundamento sólido, el más sólido de todos, porque van a venir momentos difíciles … cuando uno ve que las cosas no van como uno deseó o planeó o hay tantas necesidades, que uno empieza a perder la esperanza, es justamente el acompañamiento de Jesús, es ir siempre con la mente con el corazón abierto, sabiendo que Jesús está con nosotros y es Él quien nos está abriendo las puertas y es la Madre, la Virgen, que nos está acompañando y ellos nos llevan a los pobres, no vamos nunca solos… Y Dios quiera que entre ustedes, entre los jóvenes, estoy seguro, que entre ustedes también Jesús llama a seguirlo, como sacerdote o misionero o hermana en la vida religiosa. Ustedes mismos van a sentirlo. Si su corazón empieza a palpitar en esa dirección, ábranle los corazones y díganle sí con mucha humildad, pero con mucha confianza, porque es él que quien está llamando.

Muy bien, muchas gracias Padre por haber accedido a esta entrevista, hay mucha gente que espera este entrevista, porque saben que la íbamos a realizar. Así que muchas gracias, que el Señor le bendiga y le acompañe en este ministerio que está comenzando.
Yo también quiero agradecer de todo corazón a Ud., al director de la Radio, y pido a todos oración, recen por mí, recen por nuestro Consejo General, recen por nuestra Asamblea, que todavía está en camino; recen por toda la Familia Vicentina por todo el mundo y con mucha confianza que juntos podamos hacer algo lindo para Dios y para los pobres.
Muchas gracias.

By Jorge Luis Rodriguez on Jul 14, 2016 12:38 am
Unos dias antes de terminar su mandato como Superior General, el padre Gregorio Gay concedió una entrevista al P. Luis Chávez de la Provincia de Chile, para la Radio Vicentina. El padre Carlos de la Rivera, director de ese medio de comunicación nos comparte la entrevista que damos a conocer a continuación:


 
Estamos con el P. Gregory Gay, Superior General de la Congregación de la Misión. Estamos en la Asamblea General, la 42ª. Asamblea General y el Padre termina también con esta Asamblea, su mandato como Superior General… así que queremos hacerle esta entrevista especial para la Radio Vicentina y también ´para la página web de la Provincia de Chile. Muchas gracias por acceder a esta pequeña entrevista.
Mucho gusto, Padre Lucho, por la oportunidad de hacer esta entrevista para Radio Vicentina y también para la página web de la Provincia de Chile. Es un gusto el poder compartir y responder lo mejor que pueda a las preguntas que tú tienes.

La primera pregunta que se me viene a la mente es ¿Cómo se siente Ud. En el inicio de esta Asamblea -aunque ya llevamos un par de días- y también a unos pocos días de concluir su mandato? 
Bueno, al principio de la Asamblea siempre hay un poco de ansiedad… pero no mucho… Yo sé que entre el Consejo General y la Comisión Preparatoria y todo el trabajo que ha realizado la Comisión técnica junto con el equipo aquí de la Universidad De Paul, está bien organizado. Y cuando está bien organizado uno se siente más tranquilo y puede entrar en pleno en lo que estamos realizando. Siempre el primer día y también el segundo puede ser un poco difícil porque tenemos que ir aprobando directorios y cambios que, a veces, puede ser difícil, porque hay cohermanos que no entienden bien los cambios o no se han preparado bien para la Asamblea o tienen una visión diferente de los demás, en cuanto a la dirección que queremos dar a la Asamblea… entonces hay, yo siento, en este momento, un poco de tensión, pero gracias a Dios, hemos pasado esta etapa más tranquilamente, más fácil de lo que yo esperaba… 
Y ahora estoy acercándome a los días de la elección del nuevo superior General, aunque no he tenido mucha oportunidad de pensarlo, porque entre el principio de la AG y el día de la elección, el General tiene muchas intervenciones… He tenido la misa de apertura, he dado una conferencia hoy acerca de toda la Congregación: dónde estamos y a dónde vamos; luego tengo que dar unas orientaciones referente a la elección del superior General, vicario general y asistentes y una intervención más que tendré respecto de un proyecto que yo quiero presentar a la Congregación por los 400 años… Todavía tengo mucho trabajo por realizar, lo que es bueno porque ocupa un poco de tiempo… y siendo el presidente de la Asamblea y por lo tanto presidente de la Comisión Central, eso ocupa tiempo; por ejemplo ahora tuvimos una reunión que comenzó a las 8.15 y terminó después de 1 hora y 45 minutos… Pero me siento bien y tranquilo. Vamos adelante, porque está todo bien preparado y yo siento que los cohermanos están entrando (en el ritmo de la Asamblea) y sobre todo, me llama la atención el intercambio de unos con otros, de diferentes culturas e idiomas y hay un sentido de familia entre nosotros. Es bonito ver que cada uno no se va a quedar sólo con su propio grupo, sino que se hace el intento de conocer otras realidades… es bonito eso…

Y el hecho de estar en mesas redondas y cada día en una mesa distinta, enriquece lo que se puede compartir… la experiencia.
Sí, ésa es una metodología que hemos mejorado, porque antes tuvimos mesas redondas en la reunión de visitadores en Nueva York hace tres años, pero la idea es continuar con las mesas redondas, pero haciendo cambios de mesa, cada día, para que uno vaya conociendo mayormente a otra gente. Hay algunos cohermanos que pueden manejar uno, dos o tres idiomas y se ha apuntado a eso, a que se tenga la oportunidad de comunicarse con grupos más grandes…

Bueno, ésa ha sido mi experiencia, he podido retomar por ejemplo el francés he podido compartir con más gente… me he hecho muy amigo del visitador de Vietnam, por ejemplo, que también habla francés…
Otra pregunta, ¿Qué balance hace de su gestión? ¡Qué es lo más negativo que experimentó en estos años y qué fue lo más positivo?
Lo más negativo… bueno no sé si tan negativo… fue la frustración que uno va sintiendo al querer ir moviendo la Congregación a una visión más amplia de lo que somos: una Congregación internacional y una Congregación misionera, como he mencionado claramente hoy… Y como he mencionado, tal vez hay dos factores, porque apareció también en el diálogo: la actitud muy provincialista de algunos y también el individualismo… esto hace más difícil vernos como una Congregación internacional… Pero algo concreto positivo es lo que yo decía antes: hay un intento de ir conociendo a otros, más allá de mi círculo, más allá de mi provincia, más allá de mi conferencia de visitadores, más allá de mi propio país… eso para mí algo muy significativo… pero (el individualismo) ha sido una frustración… Y entre las cosas positivas… bueno yo he sido animado, desde el principio, por los visitadores el 2004 y he continuado esto el 2010: el hacerme presente en las provincias con las visitas, porque he descubierto con mayor profundidad el carisma; he conocido mejor la Congregación de la Misión y muchas veces las provincias desde sus periferias y esta experiencia me ayuda a tener más elementos para discernir y tomar decisiones, cuando hay momentos difíciles en el Consejo, hablando de una situación u otra, de una provincia u otra, de un cohermano u otro.., Entonces las visitas han sido para mí, tal vez, unas de las cosas más positivas… Bueno, hay otras cosas, pero tú me dijiste lo más positivo y lo más negativo…

En breves palabras, ¿en qué estados e encuentra en este momento, la Congregación de la Misión?
Esta es una pregunta que me han hecho también otros “periodistas”, como el cohermano que me entrevistó anteriormente y bueno… son preguntas lógicas y uno tiene la oportunidad de hacer un comentario, después de 12 años, de cómo está la Congregación. Como ya dije, yo tengo esperanza, porque yo veo entusiasmo… yo veo una actitud de ir abriendo caminos, de tomar direcciones que no hemos tomado mucho hasta el momento… por ejemplo este reto que los del norte permitan a los del sur que vayan a evangelizarlos, tal como los del norte han evangelizado antes a los del sur… veo esto como un desafío y algo que va a suceder y está sucediendo. Esto me da mucha esperanza… Algunos, sobre todo los que (en sus provincias) tienen mayor número (de miembros), lamentan que estemos disminuyendo, pero es relativo, en algunas partes es así, pero en otras partes estamos creciendo. Cuando tenemos una visión más internacional, tenemos que alegrarnos, porque la Congregación no está muriendo, la Congregación está bien viva y (ha sido) gracias a los compromisos que ha tomado en diversos lugares, gracias a la creatividad, en colaboración con la Familia Vicentina.

Una pregunta que puede ser difícil de responder es con respecto a la elección del próximo superior General… Según su opinión ¿cuáles deberían ser las principales fortalezas que debe tener el nuevo superior General para enfrentar los desafíos actuales?
Es difícil decirlo, es verdad, pero tengo que decirlo, porque en estos días debo dar una orientación a todos para la elección del superior General, del vicario general y de los asistentes. Y voy a plantear lo que yo veo, de acuerdo a las necesidades de hoy día… Puedo mencionar ahora mismo algunas cosas, porque además algo he dicho también al presentar mi visión d ela Congregación en este momento…. (El nuevo superior General), definitivamente, tiene que ser un cohermano “en salida”, dispuesto a salir, a ir a donde estamos, encontrarse con los cohermanos, con la Familia Vicentina y realmente a estar en medio de todos… yo he intentado en mis 12 años cambiar la imagen que se tiene del superior General, muchas veces en un pedestal… yo siento que debe ser visto como un hermano entre otros, con una misma misión, que es la de evangelizara los pobres, consciente de que es el responsable último de la Congregación, pero siempre bien apoyado, por un lado por la Congregación, por los visitadores, por el propio Consejo General y por los líderes de la Familia Vicentina, que se está consolidando cada vez más, por lo que (sus líderes)se sienten cada vez más libertad para expresar por donde tenemos que ir como Familia Vicentina.

Bueno, quizá Ud. lo tiene reservado para una homilía o discurso final, pero ¡cuál sería sus testamento o sus palabras para la Congregación de la Misión y para la Familia Vicentina?
Yo tengo una misa el día de la elección del nuevo superior general y en parte yo creo capto lo que tú estás preguntándome Lucho, pero yo soy un hombre lleno de entusiasmo y de mucho celo apostólico y con un deseo de trabajar en comunidad para la misión, comunidad en misión y junto con otros, especialmente de la familia vicentina. Mi esperanza es que el próximo superior general y su consejo sean personas que vienen de la misma línea de hace varios años, no sólo de mis 12 años, sino también desde los tiempos del Padre Maloney, la idea de trabajar más en conjunto, una misión compartida, donde podemos ir realizando lo que el Espíritu inspiró realizar a San Vicente, especialmente ahora que estamos celebrando 400 años (del carisma). Es increíble pensar que el carisma sigue vivo y nosotros tenemos la responsabilidad de seguir adelante, como yo mencioné en mi homilía al abrir la Asamblea. Vamos adelante! 

¿Durante estos 12 años hubo alguna cosa que Ud. se propuso y que no la pudo realizar?
Sí, bueno que yo no propuse pero mi consejo había propuesto basado en lo que habíamos escuchado en la asamblea general de 2010, uno era el deseo de hacer tal vez un proyecto o un centro para apoyar a cohermanos en dificultad. Existen en algunas partes en el mundo centros para ayudar a sacerdotes en estas situaciones, pero por ejemplo íbamos a comenzar con un proyecto piloto en América Latina donde hay programas, pero programas donde hay una abundancia de personas esperando entrar y nosotros habíamos pensado tal vez en que nosotros mismos hubiéramos podido ofrecer para poder ayudar, apoyar a nuestros cohermanos, a nuestros misioneros, pero aunque la idea fue bien aceptada, no ha fructificado porque a la hora de verdad no fue apoyado.
Otro proyecto, tal vez un poco más pequeño pero yo lo consideraba… a mí me gustó.. un proyecto donde las universidades de la Congregación que son cuatro, tres en los Estados Unidos y una en Filipinas… y también hay un colegio como un tipo de universidad que estás desarrollándose en la India. La idea es que ellos comiencen a apoyar de una manera estrecha a nuestros colegios en la Congregación que es un apostolado fuerte que tienen varias de las provincias y la idea nuestra es que si se han iniciado en el carisma vicentino en los colegios -ojalá que sí- que pueden darle continuidad en nuestras universidades. Hay un esfuerzo individual de la universidad DePaul con algunos colegios nuestros pero no en la amplitud que yo deseaba, esto no ha funcionado.
Una cosa que logramos es unir las universidades, ellos han formado ahora una conferencia de presidentes. Así como tenemos las conferencias de visitadores y conferencias de provincias. Se trata de una conferencia de presidentes (de Universidades), que se reúnen una o dos veces al año, para proyectar maneras de realizar acciones en conjunto, para profundizar el carisma en las universidades. Esto si está funcionando.
Otro proyecto que dejamos y que esperamos que siga creciendo, es el proyecto del SIEV, nuestro centro de Estudios Vicentinos. Ellos tienen proyectan crear un programa on line de espiritualidad vicentina y de historia vicentina, estableciendo un magister o un grado académico, para mantener y profundizar la preparación de nuestros expertos en vicencianismo, sea los mismos cohermanos o miembros de la Familia Vicentina. Esto no ha avanzado con la velocidad que hubiésemos querido, pero ahí está y esperamos que siga adelante.

Y en cuanto a ud., su sueño para el futuro, qué le gustaría hacer, en qué obra le gustaría insertarse después de terminado su mandato?
Eso va a aparecer varias veces, tú vas a leer esto, por ejemplo en Clapvi, que me ha hecho una entrevista y ésta fue la última pregunta que ellos me hicieron y que va ser publicado en esa revista y también en Vincentiana. Ahorita estoy inscrito en un programa, un año sabático, un programa de renovación de vida espiritual, que es un plan integral, donde se profundizará en temas teológicos, espirituales y psicológicos que hay que incorporar. Pondré todo mi ser en condiciones para renovarme. Son cuatro meses en San Antonio, Texas, y se trata de un programa creado por un oblato de María Inmaculada. Ellos son los que promueven este proyecto y mi idea es que a finales de octubre -porque el programa va desde agosto a diciembre- a finales de octubre, digo, espero haber escuchado lo que Dios quiere que yo haga- Tengo muchas ofertas… definitivamente va a ser en un lugar entre los pobres, sea en una misión internacional, sea en mi propio país, donde no he trabajado desde 1985 y donde hay diferentes lugares en que hay pobres bien marginados y me gustaría tener la oportunidad de servir. O sea, donde hay provincias que necesiten misioneros, porque yo sé cuáles son. Cada lugar que yo he visitado -y he visitado muchos lugares- siempre he ido con la idea de ver si este será el lugar donde Dios me quiere… Esto al final no me ha funcionado, porque en cada lugar yo he ido me hubiese gustado quedarme ahí, porque estuve presente en muchos lugares y he visto muchas posibilidades de vivir nuestra vocación de vicentino de miembro de la Congregación de la misión.

La última pregunta, no es pregunta en realidad, sino pedir un mensaje para esta joven provincia -digo joven por la edad (de sus miembros- porque ya desde 1854 que estamos en Chile, algún mensaje para esta pequeña provincia del fin del mundo.
Yo creo que se han dado cuenta en las diferentes visitas que he hecho a Chile, yo siento un gran cariño por los cohermanos (de Chile), yo siempre he experimentado (allí) una apertura. La primera que los visité, el P. Carlos era el visitador y ahora lo es Fernando. Tal vez como es más pequeño, se me hace más fácil la familiaridad con los cohermanos, y uno se siente acogido y se siente bien. Yo quiere animarles a todos, porque tienen buenos proyectos, buenas posibilidades, tienen un deseo –veo yo- yo de hacer lo que se hace desde la realidad de la comunidad. Hay un intento de unirse y refrescarse, reforzarse mutuamente en comunidad, periódicamente. Yo creo que eso es algo muy positivo… Pero siguen marcando claramente que los proyectos que los distinguen, son de algún miembro de la Congregación de la Misión. La última vez que fui me admiró la presentación que hicieron los jóvenes, en ese proyecto -acompañados por los cohermanos- de responder a las personas en situaciones de emergencia, me impresionó mucho porque muestra un deseo de ir, cuando nace la necesidad, de responder dando de sí mismo, de una manera bien organizada. Y no lo hacen encerrados en sí mismos… Ustedes tienen una buena relación con los laicos y espero que este espíritu continúe en el futuro. Compañeros de Chile, ¡ánimo y adelante! y aunque sean pequeños… Bueno San Vicente de Paúl nos llamaba a nosotros la Pequeña Compañía y como él mismo rezaba, no importa las grandes cantidades de cohermanos, lo que queremos son buenos y santos misioneros.

Muchas gracias, muy agradecidos por esta entrevista para (Radio) Vicentina de Chile y para la C.M. presente en esa larga y angosta faja de tierra. 
Ánimo y gracias por invitarme a hacer esta entrevista, Lucho, y gracias por tu presencia aquí, junto con Padre Fernando y bueno vamos a seguir rezando para que todo vaya bien en esta Asamblea, por el bien de la Congregación, por el bien de nuestra Familia Vicentina, pero por sobre, todo por nuestros amos y señores, los pobres. 
Dios les bendiga