Testemunho...
Meu nome é Laísa Valéria Rocha Salmón, tenho 17 anos, sou
filha adotiva, a 11ª filha de minha mãe biológica, o último parto da mesma,
havia acontecido há apenas 10 meses atrás, nasci raquítica, cabia na palma da
mão da minha tia, minha mãe não tinha condições de me criar, me deixando com
uma Irmã do Convento, depois disso perdemos o contato, só sei que ela mora numa
serra e mais nada. A irmã me entregou para minha mãe adotiva no 2º dia de
nascida.
Meus pais sempre trabalharam em bancos. Todos os dias,
ligava desesperada para minha mãe, pedindo atenção e união dentro da família.
Não suportava ter que passar todo o dia com a secretária doméstica, eu não
podia dar um risinho, que ela batia na minha boca com chinela, vassoura ou o
que ela encontrasse, “a vida dela era me maltratar”. Ela me falava que se eu
dissesse para minha mãe, eu apanharia na frente dela. O sofrimento e ameaças
continuaram por muito tempo, até que criei coragem e falei o que estava
acontecendo comigo. Dito e feito! Apanhei da secretária na presença da minha
mãe, que ficou brava e despediu-a, só não deu queixa na delegacia, porque a
Secretária estava grávida.
Meu pai, toda vida, foi mulherengo. Uma vez me levou com ele
para uma de suas farras, fomos para bares, onde ele bebeu, se encontrou com
mulheres, etc; chegando em casa, ele mandou minha mãe me arrumar para sairmos
novamente e ela não permitiu; meu pai ficou zangado, colocou o carro na garagem
e quebrou tudo dentro de casa, até a geladeira. Um dia meu pai nos levou à
Fortaleza. Ele é impaciente e só dirige rápido, a certa altura da estrada ele
tentou ultrapassar um carro, ao fazer isso, percebeu um caminhão que vinha na
direção contrária e derrapou o carro na pista de madeira que por pouco não nos
matou.
Um dia eu estava andando de patins e minha mãe chamou para
casa e me pediu o telefone que ficava em uma mesa de vidro, junto a uma imagem
de N. Sra. de Fátima e outros objetos, ao pegar o telefone, o fio arrastou a
imagem e os objetos da mezinha e quebrou tudo. Meu pai viu e veio me bater, eu
parei e, com medo, soltei o telefone, que também quebrou, ele acabou não me
batendo, mas pegou um facão e cotou todo o meu patins e ateou fogo. Certa vez
quando voltávamos de Iguatu a caixa de macha do nosso carro quebrou, no outro
dia o meu pai chamou um mecânico para consertar o carro na minha casa e saiu
para beber.
O mecânico levou o carro para consertar na casa dele, eu e
minha mãe fomos para o supermercado, mas tarde minha mãe ligou para o meu pai
informado o fato, ele ficou bravo e disse que ia pegar o facão e um cacete de
policial, que ele tinha, e ia, naquele momento, matar o mecânico. Eu, minha mãe
e minha avó pagamos um táxi e fomos até a casa do mecânico, que também era
cigano. Meu pai já tinha chegado e quebrando tudo na casa dele, queria matá-lo
e o irmão dele queria matar meu pai; minha mãe o taxista e minha avó ficaram
apartando a briga, uma cigana ia me carregando, então eu gritei alto e minha
mãe saiu correndo e me tomou dela. Os policiais chegaram e resolveram a
situação. Meu pai acabou com todo o dinheiro da família com farras, hoje é
separado de minha mãe e mora em Caucaia com outra. Ele diz que me ama muito,
mas nem me liga e nem me visita.
Sempre estudei em escola particular. Na 8ª série tive muitos
problemas, atingindo nota 02 nas provas; mudei de colégio algumas vezes. Em
2012 meus problemas psicológicos me impediram de estudar. Nesse ano de 2013
estou cursando o 3º Científico. Há 03 anos recebo tratamento psicológico no
CAPS Geral em Sobral, onde sou atendida pela Psiquiatra, Psicóloga e Pedagoga,
além de ser acompanhada pela Psicopedagoga do meu colégio. Tomo remédios
controlados 02 comprimidos pela manhã e quatro à noite.
Minha mãe inventou de me levar no Centro Espírita de
Groaíras, os espíritas disseram que estou sendo perturbada por vários espíritos
e que preciso fazer desobsessões, tomar água fluidificada, etc.
Mês passado estive internada por 04 dias, com diagnóstico de
depressão, síndrome do pânico e começo de anorexia. Tudo que como, provoco.
Meço 1,50, pesava 50 kg e hoje 12 kg a menos. Não tenho vontade de comer. Já
tentei me matar 11 vezes, de todas as formas, mas Deus me livrou; quer que eu
continue na terra. Desde os 10 anos de idade, sonho em ser Freira formada em
Psicologia. “Eu nunca vou desistir!” Quero ajudar os pobres, fazer caridade e
semear o bem. Amo meu grupo, a Juventude Marial Vicentina e me sinto muito bem
nele. Estou me recuperando. Em breve estarei curada, se Deus quiser, e Ele
quer!
Experiencia de Deus...
Esse retiro foi ótimo! Pois Deus me fez conhecer mais, quem
sou eu. Deus é o amor e solução de minha vida. Diante d’Ele sinto-me pequena
como uma criança, Ele me acolhe com muito amor e carinho toda hora que preciso.
Deus está fazendo a obra que nasceu em meu coração brotar
mais ainda. Que é a maior vontade de ser freira, fazer caridades, partilhar com
o outro, ajudar a quem precisar. Meu coração almeja permanecer em Deus. Deus
está renovando-me, e agradeço-O por tudo que está acontecendo na minha vida.
Estou sentindo que uma multidão do Senhor está em torno de mim, fazendo cada
momento meu, mais feliz.
O Senhor está escutando minhas palavras e meus suspiros. Eu
invoco o Senhor toda hora e todo instante. Esse retiro está me impressionando
muito, porque Deus está fazendo uma obra nova em mim.
O Senhor é meu Deus, e é n’Ele que busco refúgio. Meu
coração O almeja, sempre. E junto de Jesus que procuro abrigo, amor, vida, paz
e tudo de bom; Ele é quem me guarda. Nesse retiro pude perceber mais, o amor
que Cristo tem por mim; que conviver com irmão é conviver com Ele; que me
coloquei ainda mais na presença de Deus e que Ele renovará a minha vida.
Confio que o Senhor é minha força, meu rochedo, minha
fortaleza, meu escudo, meu libertador, minha salvação e Dono de meu mundo. Esse
retiro foi um tempo de graça, fortaleceu ainda mais a minha fé e meu fervor em
Deus, descobri que se fizermos as coisas de Deus, Ele fará as nossas, hora,
numa brisa leve, senti o Senhor passear comigo, depois senti-me livre, com uma
onda no mar.
Compreendendo que a palavra Jesus quer dizer Humanidade, e
Deus, o Salvador. A grande proposta de Deus é revelar o amor, e amar é uma das
coisas mais importantes em nossa vida. Não devemos tão somente falar sobre
Deus, mas também silenciar seu nome, o silêncio também é anuncio, fé e
adoração. Devemos rezar, pois a oração é a respiração da alma, ela nos faz
meditar, pensar, contemplar, olhar para a realidade e ao mesmo tempo nos remete
a Deus. Hoje somos chamados a conversão, a encontrarmos um tesouro dentro de
nós mesmo. Precisamos de um relacionamento profundo com a Santíssima Trindade.
Todos os dias abraço a Deus, digo-Lhe que é Meu Amado, Ele
me pega no colo, me faz carinho e me dar conselhos; durmo nos braços dEle,
berço de confiança e amor. Sou apaixonada por Ele, pois só Sua força me ajuda a
livrar-me das tentações. Não devemos chorar pelo ontem, mas perdoar e aceitar;
devemos sim, viver intensamente o hoje, e também pensar no amanhã.
Não basta olhar para a imagem de Cristo, e apenas ver Seu
rosto, devemos acreditar nEle, conversar com Ele, agradecer por tudo de belo
que nos dar a cada dia. Ele é nosso Pai; foi Ele que nos criou; só nEle está a
verdade e só nEle encontramos conforto. Diante de Jesus tudo calava... Devemos
fazer penitência, pois Cristo sofreu para nos dar a salvação. Não ignoremos a
presença de Deus, mas sim invoquemos seu Santo Nome. Mesmo com o nosso pecado,
Ele nos acolhe. Agora é o tempo da conversão, da reconciliação e do amor,
lembremos os 40 dias e noites que Jesus passou no deserto, como Ele, vençamos
as tentações e superemos as provações. O inimigo é traiçoeiro, seus caminhos
são cheios de armadilhas, porém Deus é misericórdia e seus caminhos são de
felicidade verdadeira. Jesus poderia não ter sofrido tanto, mas seu amor foi
maior e Ele obedeceu o Projeto de Deus na sua vida. Cristo sofreu muito,
debaixo de dolorosas chicotadas, foi obrigado a levar uma pesada cruz até o
Calvário, foi cuspido, humilhado, despido, arrastado e pregado na cruz, onde
faleceu, ressuscitando no terceiro dia. Sua dor, por nós, foi incalculável.
Hoje quero sentir um porco da dor que Ele sofreu, pois sei que sua Paixão foi
por mim.
O Verdadeiro sentido da vida é viver com Deus, que é amor e
caridade. Não foi à toa que eu nasci! Não estamos aqui por acaso, Deus nos
escolheu e nos sugere um projeto, uma missão. Somos a obra prima do Criado, e
estamos aqui para dar uma resposta a Cristo.
Valéria Salmón
JMV REGIONAL SERRA
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