domingo, 15 de agosto de 2021

Retiro e Assembleia da Província do Rio de Janeiro - Brasil




De 10 a 15 de agosto de 2021, aconteceu o Retiro e a Assembleia Provincial da Província Brasileira da Congregação da Missão, cujos temas: “Rezar, abraçar a vida vicentina como ela é, numa visão prospectiva de revitalização” e “Revitalizar a nossa identidade no início do V centenário do CM”, respetivamente.


Os eventos aconteceram no Complexo do Santuário do Caraça (Primeira Casa do CM no Brasil), na Fazenda do Engenho.


O retiro foi orientado pela Comissão de Espiritualidade da Província, que ajudou os participantes a rezar, descansar e revitalizar-se física e espiritualmente.


O objetivo da assembleia foi preparar a 43ª Assembleia Geral da CM Roma 2022; eleger delegado e suplente da mesmo, bem como, discutir assuntos próprios da Província.


O encontro aconteceu em clima de oração, alegria e fraternidade. Os assuntos discutidos e as ideias apresentadas transformaram-se em compromissos que serão assumidos na missão local de cada comunidade da Província e talvez em toda a Congregação.


A assembleia foi encerrada com uma Eucaristia, presidida pelo Visitador Provincial, Pe. Eli Chaves, CM, onde toda a experiência foi confiada a Deus, por meio de Nossa Senhora, na Solenidade da Assunção de Maria, que também se celebra, no Brasil, a vocação das Religiosas e Religiosos e Pessoas de Vida Consagrada.


segunda-feira, 2 de agosto de 2021

A PERSEVERANÇA NA PRÓPRIA VOCAÇÃO


Aquele que vos chamou

Aquele que vos chamou

É fiel, é fiel


É fiel, é fiel

Aquele que vos chamou

é fiel...


Oração Inicial

"Senhor, mandai bons operários à vossa igreja, mandai missionários e missionárias, como convêm que sejam, para que trabalhem de modo eficaz na vossa vinha; pessoas, meu Deus, desapegadas de si mesmas, das suas comodidades e dos bens terrenos. Não importa se em pequeno número, contanto que sejam bons. Senhor, concedei esta graça à vossa Igreja." –

São Vicente de Paulo (cf. Coste, XI, 357).

Leitura Partilhada e Meditada:

86. ─ CONFERÊNCIA DE 29 DE OUTUBRO DE 1638[1]

SOBRE A PERSEVERANÇA NA PRÓPRIA VOCAÇÃO

(São Vicente indica os motivos de nos fortalecer em nossa vocação; depois, os meios para o conseguirmos).

1º. Foi Deus que nos chamou e que, desde toda a eternidade, nos destinou para sermos missionários. Não nos fez nascer nem cem anos antes nem cem anos depois, mas precisamente no tempo da instituição desta profissão. Por conseguinte, não devemos procurar nem contar com tranquilidade, contentamento e bênçãos em outra parte, senão na Missão. É nela que Deus nos quer, nos deseja, presumindo-se, bem entendido, que nossa vocação seja autêntica, e não fundada sobre interesse, nem seja por intuito de nos isentarmos dos incômodos da vida, ou por qualquer outro motivo humano.

2º. Fomos os primeiros chamados. Chamam-se os primeiros de uma Congregação os que entram durante o primeiro século de sua fundação. Nós somos então os primeiros escolhidos para reconduzir ao redil as ovelhas desgarradas.  O que será, se disto fugirmos? Para onde pensamos ir? Para onde ir, longe do teu espírito? Para onde fugir, longe de tua face[2]1? Se um Rei tivesse escolhido alguns soldados entre outros, para serem os primeiros no ataque, esta honra não lhes seria um motivo poderoso para levá-los a perder a vontade de desertar?

3º. Nesta vocação somos muito semelhantes a Jesus Cristo que, a meu ver, vindo ao mundo, tinha por finalidade principal assistir os pobres e cuidar deles: “Evangelizare pauperibus[3]2 misit me” (“O Senhor me enviou para anunciar o Evangelho aos pobres”). Se perguntássemos a Nosso Senhor: “Que vieste fazer na terra?” ─ “Assistir os pobres”. ─ “O que mais?” ─ “Assistir os pobres”, etc. Ora, ele tinha por companhia somente os pobres e se ocupava muito pouco com as cidades, vivendo quase sempre no meio dos camponeses, dedicando-se a instruí-los. Não somos nós, por isto, muito felizes de estar na Missão pelo mesmo fim que levou Deus a se fazer homem?...! E se perguntassem a um missionário (sobre isso), não lhe seria uma grande honra poder dizer com Nosso Senhor “Evangelizare pauperibus misit me?” É para catequizar, instruir, confessar, assistir os pobres que aqui estou. Ora, esta conformidade com Nosso Senhor que trará consigo senão a predestinação? Os que de antemão ele conheceu, esses também predestinou a serem conformes à imagem do seu Filho[4]3.

Se abandonarmos nossa vocação, é de se temer muito que seja a carne ou o diabo que dela nos retire. Quereríamos obedecer-lhes? Como foi Deus que nos chamou, não parece ser ele que dela nos retire. Deus não se contradiz. Contudo, não conhecemos os segredos de Deus e não queremos fazer juízo sobre nada; mas sempre diremos que esta saída é suspeita e duvidosa.

 

MEIOS. ─ 1º. É preciso pedir a Deus esta confirmação ou fortalecimento em nossa vocação; é um dom de Deus.

2º. É preciso ter grande estima por nossa vocação.

3º. Observar pontualmente todos os regulamentos da casa, porquanto, embora haja poucos, não há um só que não seja importante.

4º. Não permitir que se fale, nem contra os superiores nem contra os modos de procedimento ou da direção da casa.

5º. Viver juntos com grande caridade e cordialidade.

Ele acrescentou, para consolar os Irmãos coadjutores em sua vocação, que eles, tanto como os padres, levavam uma vida conforme à de Nosso Senhor e imitavam a vida oculta de Nosso Senhor, durante a qual ele se entregava aos exercícios corporais, trabalhando na tenda de um carpinteiro e arranjando a casa, como um empregado assalariado. Imitavam deste modo uma vida de trinta anos, e os padres, em suas funções, imitavam da vida de Jesus apenas três anos e meio. Eles (os Irmãos) honravam a vida de Nosso Senhor como trabalhador e os padres, o seu sacerdócio. Contudo, a conformidade com Nosso Senhor se encontrava em ambas as vocações. Além disso, a união entre os membros de um mesmo corpo faz com que, na operação de um deles, o outro também participe: é certo que os Irmãos confessam com os confessores, pregam com os pregadores, evangelizam os pobres quando os padres da Missão os evangelizam e, por conseguinte, estão nessa sobredita conformidade com Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Momento de Partilha ou Preces espontâneas: a cada prece vamos cantar:

Tua voz me fez refletir, deixei tudo pra te seguir, nos teus mares eu quero navegar.

Oração Final

Senhor da Messe e pastor do rebanho, faz ressoar em nossos ouvidos teu Forte e suave convite: “Vem e segue-me”. Derrama sobre nós o teu Espírito, que ele nos dê sabedoria para ver o caminho e generosidade para seguir tua voz.


Senhor, que a messe não se perca por falta de operários, desperta nossas comunidades para a missão, ensina nossa vida a ser serviço, fortalece os que querem dedicar-se ao Reino na vida religiosa e consagrada.


Senhor, que o rebanho não pereça por falta de pastores. Sustenta a fidelidade de nossos bispos, padres, e ministros. Dá perseverança aos nossos seminaristas. Desperta o coração de nossos jovens para o ministério pastoral em tua Igreja.


Senhor da Messe e pastor do rebanho, chama-nos para o serviço de teu povo.


Maria, Mãe da Igreja, modelo dos servidores do Evangelho, ajuda-nos a responder “SIM”. Amém.

São Vicente de Paulo, rogai por nós!



[1]Colóquio 86. ─ Coleção de diversas exortações, p. 03.   

[2]1. Sl 138, 7.

[3]2. Lc 4, 18.

[4]3. Rm 8, 29.