Aquele que vos chamou
Aquele que vos chamou
É fiel, é fiel
É fiel, é fiel
Aquele que vos chamou
é fiel...
Oração
Inicial
"Senhor, mandai bons operários
à vossa igreja, mandai missionários e missionárias, como convêm que sejam, para
que trabalhem de modo eficaz na vossa vinha; pessoas, meu Deus, desapegadas de
si mesmas, das suas comodidades e dos bens terrenos. Não importa se em pequeno
número, contanto que sejam bons. Senhor, concedei esta graça à vossa
Igreja." –
São Vicente de Paulo (cf. Coste, XI,
357).
Leitura Partilhada e Meditada:
86. ─ CONFERÊNCIA DE 29 DE OUTUBRO
DE 1638[1]
SOBRE
A PERSEVERANÇA NA PRÓPRIA VOCAÇÃO
(São
Vicente indica os motivos de nos fortalecer em nossa vocação; depois, os meios
para o conseguirmos).
1º. Foi Deus que nos chamou e que,
desde toda a eternidade, nos destinou para sermos missionários. Não nos fez
nascer nem cem anos antes nem cem anos depois, mas precisamente no tempo da
instituição desta profissão. Por conseguinte, não devemos procurar nem contar
com tranquilidade, contentamento e bênçãos em outra parte, senão na Missão. É
nela que Deus nos quer, nos deseja, presumindo-se, bem entendido, que nossa
vocação seja autêntica, e não fundada sobre interesse, nem seja por intuito de
nos isentarmos dos incômodos da vida, ou por qualquer outro motivo humano.
2º. Fomos os primeiros chamados.
Chamam-se os primeiros de uma Congregação os que entram durante o primeiro
século de sua fundação. Nós somos então os primeiros escolhidos para reconduzir
ao redil as ovelhas desgarradas. O que
será, se disto fugirmos? Para onde pensamos ir? Para onde ir, longe do teu espírito? Para onde fugir, longe de tua face[2]1?
Se um Rei tivesse escolhido alguns soldados entre outros, para serem os
primeiros no ataque, esta honra não lhes seria um motivo poderoso para levá-los
a perder a vontade de desertar?
3º. Nesta vocação somos muito
semelhantes a Jesus Cristo que, a meu ver, vindo ao mundo, tinha por finalidade
principal assistir os pobres e cuidar deles: “Evangelizare pauperibus[3]2 misit
me” (“O Senhor me enviou para anunciar o Evangelho aos pobres”). Se
perguntássemos a Nosso Senhor: “Que vieste fazer na terra?” ─ “Assistir os
pobres”. ─ “O que mais?” ─ “Assistir os pobres”, etc. Ora, ele tinha por
companhia somente os pobres e se ocupava muito pouco com as cidades, vivendo
quase sempre no meio dos camponeses, dedicando-se a instruí-los. Não somos nós,
por isto, muito felizes de estar na Missão pelo mesmo fim que levou Deus a se
fazer homem?...! E se perguntassem a um missionário (sobre isso), não lhe seria
uma grande honra poder dizer com Nosso Senhor “Evangelizare pauperibus misit me?” É para catequizar, instruir,
confessar, assistir os pobres que aqui estou. Ora, esta conformidade com Nosso
Senhor que trará consigo senão a predestinação? Os que de antemão ele conheceu, esses também predestinou a serem
conformes à imagem do seu Filho[4]3.
Se abandonarmos nossa vocação, é de
se temer muito que seja a carne ou o diabo que dela nos retire. Quereríamos
obedecer-lhes? Como foi Deus que nos chamou, não parece ser ele que dela nos
retire. Deus não se contradiz. Contudo, não conhecemos os segredos de Deus e
não queremos fazer juízo sobre nada; mas sempre diremos que esta saída é
suspeita e duvidosa.
MEIOS. ─ 1º. É preciso pedir a Deus
esta confirmação ou fortalecimento em nossa vocação; é um dom de Deus.
2º. É preciso ter grande estima por
nossa vocação.
3º. Observar pontualmente todos os
regulamentos da casa, porquanto, embora haja poucos, não há um só que não seja
importante.
4º. Não permitir que se fale, nem
contra os superiores nem contra os modos de procedimento ou da direção da casa.
5º. Viver juntos com grande caridade
e cordialidade.
Ele acrescentou, para consolar os
Irmãos coadjutores em sua vocação, que eles, tanto como os padres, levavam uma
vida conforme à de Nosso Senhor e imitavam a vida oculta de Nosso Senhor,
durante a qual ele se entregava aos exercícios corporais, trabalhando na tenda
de um carpinteiro e arranjando a casa, como um empregado assalariado. Imitavam deste
modo uma vida de trinta anos, e os padres, em suas funções, imitavam da vida de
Jesus apenas três anos e meio. Eles (os Irmãos) honravam a vida de Nosso Senhor
como trabalhador e os padres, o seu sacerdócio. Contudo, a conformidade com
Nosso Senhor se encontrava em ambas as vocações. Além disso, a união entre os
membros de um mesmo corpo faz com que, na operação de um deles, o outro também
participe: é certo que os Irmãos confessam com os confessores, pregam com os
pregadores, evangelizam os pobres quando os padres da Missão os evangelizam e,
por conseguinte, estão nessa sobredita conformidade com Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Momento de Partilha ou Preces
espontâneas: a cada prece vamos cantar:
Tua voz me fez
refletir, deixei tudo pra te seguir, nos teus mares eu quero navegar.
Oração
Final
Senhor da Messe e pastor do rebanho, faz ressoar em nossos ouvidos teu Forte e suave convite: “Vem e segue-me”. Derrama sobre nós o teu Espírito, que ele nos dê sabedoria para ver o caminho e generosidade para seguir tua voz.
Senhor, que a messe não se perca por falta de operários, desperta nossas comunidades para a missão, ensina nossa vida a ser serviço, fortalece os que querem dedicar-se ao Reino na vida religiosa e consagrada.
Senhor, que o rebanho não pereça por falta de pastores. Sustenta a fidelidade de nossos bispos, padres, e ministros. Dá perseverança aos nossos seminaristas. Desperta o coração de nossos jovens para o ministério pastoral em tua Igreja.
Senhor da Messe e pastor do rebanho, chama-nos para o serviço de teu povo.
Maria, Mãe da Igreja, modelo dos servidores do Evangelho, ajuda-nos a responder “SIM”. Amém.
São Vicente de Paulo, rogai por nós!
[1]Colóquio
86. ─ Coleção de diversas exortações, p. 03.