Contemplando os passos da paixão de Cristo presente nos
pobres crucificados, à luz do testemunho de
São Vicente de Paulo e do Bem-Aventurado Antônio Frederico
Ozanam
Apresentação
A
Via-sacra é um dos exercícios de oração mais tradicionais da fé cristã. Usada
especialmente no tempo da Quaresma, é uma forma de contemplar e rezar os passos
da paixão de Jesus, aprendendo a seguir seus passos e assumindo o compromisso
de superar tudo aquilo que faz com que a paixão de Cristo se prolongue hoje nas
pessoas.
Queremos aqui contemplar e
rezar o caminho de entrega total de Jesus a Deus pela salvação da humanidade a
partir do evangélico testemunho de São Vicente de Paulo e do Bvdo. Antônio
Frederico Ozanam. À luz da vocação
vicentina, queremos rezar e aprofundar nosso amor a Cristo no serviço aos
pobres e humilhados. Pretendemos atualizar o permanente significado da paixão
de Cristo que se identifica com a paixão dos pobres e excluídos de nosso tempo.
Seguindo os passos da dolorosa
paixão de Cristo, nosso amor afetivo se torne efetivo, cheio de solidariedade,
de misericórdia e de ardorosa paixão e compromisso com a causa da justiça e da
vida para todos. Nos pobres queremos amar e servir Cristo, cuja paixão se
prolonga hoje na paixão do povo pobre e excluído.
Algumas
recomendações práticas:
Os organizadores, com a devida antecedência, procurem
preparar bem a Via-sacra, distribuindo as diversas funções e preparando o
material necessário.
Seja preparada uma Cruz e dois símbolos vicentinos
(cartazes, ou faixas, ou estandartes com frases ou figuras alusivas à realidade
dos pobres), que possam seguir à frente da caminhada da Via-sacra.
Procurem ser criativos, podendo introduzir novos textos,
cantos e símbolos apropriados, tornando este momento de oração fervoroso, fecundo e
participativo.
1a. Estação – Jesus é condenado à
morte
Canto: A morrer crucificado / Meu Jesus é condenado.
Por
teus crimes, pecador,/ Por teus crimes pecador.
Com
Vicente e Ozanam, / nós queremos celebrar
O
caminho de Jesus, / de amor fiel aos pobres.
Leitor 1 – Do Evangelho segundo São Marcos
(15, 10-15): “Pilatos bem sabia que os chefes dos sacerdotes haviam
entregado Jesus por inveja. Por isso, perguntou de novo: ‘O que farei então com
Jesus que vocês chamam de rei dos judeus?’ Mas eles gritaram de novo:
‘Crucifica-o!’. Pilatos perguntou: ‘Mas que mal fez ele?’ Eles, porém, gritavam
com mais força: ‘Crucifica-o!’ Pilatos queria agradar à multidão. Soltou
Barrabás, mandou flagelar Jesus e o entregou para ser crucificado”.
Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e
vos bendizemos.
TODOS: Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
Leitor 2 – Vivemos hoje num mundo que promove
a exclusão e condena milhares de pessoas ao sofrimento e à morte. A lógica
excludente presente na organização e funcionamento da sociedade atual cria
inúmeras cruzes de injustiça, de sofrimento e de morte e condena milhões de
pessoas a carregá-las. Em seu tempo, São Vicente, vendo o abandono social e
pastoral dos pobres, percebeu que o pobre povo se condena e morre de fome.
No rosto desfigurado do pobre São Vicente descobriu o rosto de Cristo, a quem
devemos amar e servir. Ele nos ensina que: “Não
devo considerar um pobre camponês ou uma pobre mulher segundo o seu exterior,
nem conforme o que aparece ao alcance do seu espírito; tanto mais que, muitas
vezes, quase não têm a aparência nem o espírito de pessoas racionais, tão rudes
e terrestres que são. Mas virai a medalha e vereis, pelas luzes da fé, que o
Filho de Deus, que quis ser pobre, nos é representado por estes pobres. ... Ó
Deus, como é belo ver os pobres, se os consideramos em Deus e na estima que por
eles teve Jesus Cristo!”
TODOS – Senhor, ajudai-nos a descobrir-vos e amar-vos hoje
na pessoa dos pobres excluídos e condenados ao sofrimento e à morte.
Pai Nosso...
- Canto
2a. Estação – Jesus abraça
e carrega sua cruz
Canto: Com a cruz é carregado/ E do peso acabrunhado
Vai
morrer por teu amor. / Vai morrer por teu amor.
Com Vicente e Ozanam, / nós queremos celebrar
O
caminho de Jesus, / de amor fiel aos pobres.
Leitor 1 – Do Evangelho segundo João (19,17): “Carregando
ele mesmo a sua cruz, Jesus sai e foi para o lugar dito do crânio (calvário),
que em hebraico se chama Gólgota”.
Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e
vos bendizemos.
TODOS: Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
Leitor 2 – Jesus abraçou a cruz em fidelidade
ao seu compromisso de anúncio da Boa Nova aos pobres. Ele a abraçou livremente
por amor, em solidariedade com os pobres e na fidelidade à sua Boa Nova de amor
e liberdade. São Vicente nos lembra que “A
Evangelização dos pobres é um ofício tão importante que foi, por excelência, o
ofício do Filho de Deus. A ele nós nos aplicamos como instrumentos dos quais se
serve o Filho de Deus que continua a fazer no céu o que fez na terra”. Também o Bvdo. Frederico Ozanam nos indica
a caridade, realizada de modo evangélico, como a melhor forma a carregar a cruz
com Jesus: “A filantropia é uma
ação orgulhosa para quem as boas ações são uma espécie de enfeite e que gosta
de se olhar no espelho. A Caridade é uma terna mãe que mantém os olhos fixos
sobre uma criança que leva no seu colo, que não pensa mais em si mesma e que
esquece a beleza por seu amor”.
TODOS – Senhor, ajudai-nos servir sempre os pobres e
sofredores, assumindo suas cruzes de dor e de luta pela vida e transformando-as
em sacramento de libertação, de vida justa e solidária para todos.
Pai Nosso...
- Canto
3a. Estação – Jesus cai
pela primeira vez
Canto: Pela cruz tão oprimido, / Cai Jesus
desfalecido,
Pela
tua salvação, / Pela tua salvação.
Com Vicente e Ozanam, / nós queremos celebrar
O
caminho de Jesus, / de amor fiel aos pobres.
Leitor 1 – Do Livro do profeta Isaías (53,5): “Como
ovelhas, estávamos todos perdidos, cada qual ia em frente por seu caminho. Foi
então que o Senhor fez cair sobre ele o peso dos pecado de todos nós”.
Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e
vos bendizemos.
TODOS: Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
Leitor 2 – Enfraquecido pelas
torturas, sedento e faminto, Jesus caiu sob o peso da cruz. Cair é reconhecer
com sinceridade os limites de nossas forças diante das dificuldades e desafios
que nos rodeiam. São Vicente nos mostra que, na força do amor de Cristo,
heróico é reerguer-se após as quedas, continuar caminhando, com esperança, com
fé e com firme disposição de amar e servir:“Amemos a Deus, meus irmãos,
amemos a Deus com a força de nossos braços e com o suor de nosso rosto”. “O que
a Igreja precisa é ter pessoas evangélicas que trabalhem para purificá-la,
iluminá-la e uni-la ao seu Divino Esposo”.“Marchemos, com segurança, no caminho
real da cruz, onde Jesus será nosso guia e nosso condutor”. “Deus nunca deixa
de nos socorrer em tempo oportuno, quando de nossa parte, fizermos tudo o que
podíamos”. “Deus nos ilumina e nos dá força para podermos realizar nossa
missão”.
TODOS – Senhor, renovai nossas forças e aumentai nosso ânimo
para amar e servir a Cristo nos pobres. Sem lamúrias e ressentimentos,
ajudai-nos a reerguer-nos de nossas quedas e continuar firmes no caminho da
caridade.
Pai Nosso...
- Canto
4a. Estação – Jesus se encontra com
sua mãe
Canto: Vê a dor da mãe amada, / Que se encontra
desolada
Com
seu filho em aflição, / Com seu filho em aflição.
Com Vicente e Ozanam, / nós queremos celebrar
O
caminho de Jesus, / de amor fiel aos pobres.
Leitor 1 – Do Evangelho segundo Lucas (2,
34-25): “Simeão disse a Maria, mãe de Jesus: ‘Eis que este menino será um
sinal de contradição. Quanto a você, uma espada há de atravessar-lhe a alma.
Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações”.
Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e
vos bendizemos.
TODOS: Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
Leitor 2 – Maria é modelo de plena adesão a
Cristo e de compromisso com sua missão. Maria é o sacramento da opção de Deus
pelos pobres e modelo de fé comprometida com a justiça do Reino. Mãe e presença
solidária junto a Jesus no caminho do Calvário, ela é nossa companheira e
modelo em nossa vida de seguimento a Cristo no serviço aos pobres. São Vicente
dizia que “sendo invocada a Mãe de Deus e sendo tomada como padroeira das
coisas importantes, tudo não poderá deixar de caminhar bem, redundando para a
glória de seu Filho Jesus”.
TODOS: Ó Maria, mãe das Dores, nossa mãe e companheira de
todas as horas, intercedei junto a Deus forças e luzes para podermos carregar
nossas cruzes e servir os pobres, até lá onde acaba o sofrimento e irrompe a
plena libertação.
Pai Nosso...
- Canto
5a. Estação – Simão
Cirineu ajuda Jesus a carregar sua cruz
Canto: No caminho do calvário / Um auxílio necessário
Não
lhe nega o Cirineu, / Não lhe nega o Cirineu.
Com Vicente e Ozanam, / vamos juntos renovar
nosso
amor fiel aos pobres,/ e a justiça promover.
Leitor 1 – Do Evangelho segundo Lucas (23,26):
“Enquanto levavam Jesus para ser crucificado, pegaram um certo Simão, da
cidade de Cirine, que voltava do campo, e o forçaram a carregara cruz atrás de
Jesus. Uma grande multidão do povo o seguia”.
Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e
vos bendizemos.
TODOS: Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
Leitor 2 – Já quase desfalecendo, Jesus teve a
ajuda de Simão Cirineu. Mesmo a contragosto, ele fez um gesto de solidariedade
efetiva. Simão Cirineu foi o bom samaritano para Jesus penando na estrada. São
Vicente nos ensina, com fé e amor, a repetir o gesto de Simão Cirineu: “A caridade está acima de todas as regras e
é preciso, pois, que todas as coisas a ela se relacionem. É uma grande dama, é
preciso fazer o que ela ordena. Empreguemo-nos, pois, com um novo amor a servir
os pobres e também procurar os mais pobres e abandonados; reconheçamos diante
de Deus que eles são nossos senhores e nossos patrões”. Nas pegadas de São Vicente, o Bvdo.
Frederico Ozanam nos convida a uma atitude samaritana: “Tomemos partido dos pobres, miseráveis da
classe operária. Em vez que fazer aliança com os interesses da burguesia
egoísta, voltemos-nos para o povo que tem necessidade demais e não tem
suficientemente direitos” “a terra se
esfriou e a nós católicos compete reanimar o calor vital que se extingue”. “Que
fazer para sermos verdadeiros católicos? Fazer o que agrada mais a Deus:
Socorramos nosso próximo como fazia Jesus Cristo e coloquemos nossa fé sob a
proteção da caridade. Vamos aos pobres!”
TODOS: Senhor, dai-nos um coração samaritano, sensível e
servidor de todos os que, ao longo da estrada da vida, são oprimidos pelo peso
das cruzes da pobreza, da injustiça e do desamor. A caridade evangélica, que
requer assistência emergencial, promoção humana e libertação integral, seja o
fundamento de nosso agir cristão!
Pai Nosso...
- Canto
6a. Estação – Verônica enxuga a face
de Jesus
Canto: Eis o rosto ensangüentado, / Por Verônica
enxugado,
Que
no pão apareceu, / Que no pano apareceu.
Com Vicente e Ozanam, / vamos juntos renovar
nosso
amor fiel aos pobres,/ e a justiça promover
Leitor 1 – Do Livro do profeta Isaías
(53,2-4): “Ele não tinha aparência nem beleza para atrair nosso olhar, nem
simpatia para que pudéssemos aprecia-lo. Era desprezado e rejeitado pelos
homens, homem do sofrimento e experimentado na dor; como indivíduo de quem a
gente esconde o rosto”.
Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e
vos bendizemos.
TODOS: Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
Leitor 2 – Verônica enxuga o rosto de Jesus,
um generoso e corajoso gesto de solidariedade. Na toalha ficou estampado o
retrato de Jesus, um rosto ferido e desfigurado. Jesus nos legou um rosto de
Servo sofredor, um rosto desfigurado que se reproduz hoje nos muitos rostos
sofridos dos pobres, a quem devemos enxugar e servir. Por isso, São Vicente nos
lembra:“Nossa herança são os pobres, os
pobres!” E o Bvdo Ozanam completa:“Os pobres, nós os enxergamos com os olhos
da carne. Eles estão aí! Podemos tocar com o dedo suas chagas: aqui a
incredulidade não é mais possível – É preciso cair de joelhos aos seus pés e
gritar: MEU SENHOR E MEU DEUS! Vocês são nossos mestres e seremos seus servos.
Vocês são para nós imagens sagradas do Deus que não enxergamos. Não podendo
amá-lo de outro jeito, nós O amaremos em vocês”.
TODOS: Ó Divino Salvador, ajudai-nos a buscar e a servir o
verdadeiro Deus, cujo rosto se revela não no poder, no prazer e no ter e sim
nos muitos rostos de mulheres, e homens, crianças e jovens, adultos e idosos
abandonados e excluídos. Enxugando vosso rosto ensangüentado e desfigurado nos
pobres, possamos transfigurar nossa vida e nossa sociedade, fazendo exalar o
perfume do amor e da solidariedade.
Pai Nosso...
- Canto
7a. Estação – Jesus cai
pela segunda vez
Canto: Outra vez desfalecido, / Pelas dores abatido,
Cai
por terra o Salvador, / Cai por terra o Salvador.
Com Vicente e Ozanam, / vamos juntos renovar
nosso
amor fiel aos pobres,/ e a justiça promover
Leitor 1 – Do Livro das Lamentações (1,11-12):
“Gemendo, o povo luta em busca de pão; trocam sua jóias por comida o que os
possam reanimar. Olha, Senhor, e presta atenção: como me tornei desprezível!
Vocês todos, que passam pelo caminho, olhem e prestem atenção: haverá dor
semelhante à minha dor? Como me maltratam!”
Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e
vos bendizemos.
TODOS: Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
Leitor 2 – Extenuado em suas forças pela
terrível flagelação, Jesus cai pela segunda vez. No chão, Jesus participa da
condição dos que são golpeados e derrubados pela maldade humana. Ele nos ensina
a sabedoria da cruz assumida por amor, que requer a humildade, a e a
mortificação para reerguer-nos com mais força na solidariedade com os pobres
injustiçados e empobrecidos. São Vicente nos recomenda: “Jesus foi humilde,
e se sentia feliz em ser considerado o último dos homens. A humildade é a arma
com a qual vencemos o diabo, o orgulho”. “Nunca percamos de vista a
mortificação de Nosso Senhor, porque para segui-lo temos que nos mortificar,
seguindo seu exemplo” Cultivemos
este espírito de humildade e mortificação em favor dos pobres, rezando esta
bela oração do Bvdo. Frederico Ozanam:
TODOS: “Meu Deus, vos dou graças pelos sofrimentos e
pelas aflições que me enviastes. Fazei que sirvam para a reparação dos meus
pecados. Meu Deus, quisestes morrer por nós. É muito justo que saibamos sofrer
por vosso amor”.
Pai Nosso...
- Canto
8a. Estação – Jesus
encontra e consola as mulheres
Canto: Das mulheres que choravam, / Que fiéis o
acompanhavam,
É
Jesus consolador, / É Jesus Consolador.
Com Vicente e Ozanam, / vamos juntos renovar
nosso
amor fiel aos pobres,/ e a justiça promover
Leitor 1 – Do Evangelho segundo Lucas
(23,27-29): “Seguia-o uma grande multidão do povo, bem como de mulheres, que
batiam no peito e choravam por ele. Jesus, porém, voltou-se para elas e disse:
‘Mulheres de Jerusalém, não choreis por mim! Chorai por vós mesmas e por vossos
filhos. Porque dias virão em que se dirá: Felizes das mulheres que nunca
tiveram filhos, dos ventres que nunca deram à luz e dos seios que nunca
amamentaram”.
Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e
vos bendizemos.
TODOS: Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
Leitor 2 – Diante das piedosas mulheres que choram
por ele, Jesus mostra que mais lastimável do que seu estado é a situação dos
que oprimem e fazem os pequenos sofrer e lhes tiram a vida. Ele nos convida a
estar do lado dos que sofrem e lutar contra todas as lastimáveis situações que matam
e ferem a dignidade humana. Por isso, São Vicente nos convida a ser
compassivos, fazendo nossa a dor alheia e servindo os necessitados com
misericórdia: “Existe entre todos os membros tanta simpatia e ligação que o
mal de uns se torna o mal do outro. Com maior razão, os cristãos sendo membros
de um mesmo corpo e membros uns dos outros, devem mostrar compaixão. Ora, como
alguém pode ser cristão e ver a aflição de seu irmão, sem chorar com ele, sem
ser doente com ele! É não ter caridade; é ser cristão na aparência; é ser
desumano; é ser pior que os animais”. Nas pegadas de São Vicente, o Bvdo.
Frederico Ozanam nos orienta para sair da simples indiferença e da inércia: “É
muito pouco aliviar o indigente dia-a-dia; é necessário pôr as mãos nas raízes
do mal e, por prudentes reformas, diminuir as causas reais da miséria pública”.
TODOS: Senhor nosso, Pai misericordioso, ajudai-nos a ser
compassivos e generosos com nossos
irmãos e irmãs sofredores. Não nos deixeis ficar inertes, presos à lamentações
e indiferenças e fechados em nossos interesses próprios, mas dai-nos vossa
misericórdia para servirmos nossos irmãos com ternura e bondade e para
buscarmos um mundo justo e solidário.
Pai Nosso...
- Canto
9a. Estação – Jesus cai
pela terceira vez
Canto: Cai terceira vez prostrado, / Pelo peso
redobrado
Dos
pecados e da cruz, / Dos pecados e da cruz.
Com Vicente e Ozanam, / nosso amor fiel aos pobres
nos liberta do pecado / e nos anima no amor.
Leitor 1 – Do Livro do profeta Isaías (53,4): “Eram
na verdade os nossos sofrimentos que ele carregava, eram as nossas dores de
levava às costas. E a gente achava que ele era um castigado, alguém por Deus
ferido e massacrado”.
Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e
vos bendizemos.
TODOS: Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
Leitor 2 – Pela terceira vez prostrado no chão
sob o peso da cruz, Jesus, por um lado, anuncia na sua vida a infinita
misericórdia de Deus que assume e carrega nossos pecados; por outro lado, ele
denuncia todo pecado e todas as situações que massacram as pessoas. São Vicente
nos convida a seguir esse notável testemunho de Jesus: “A salvação das
pessoas é um benefício tão grande que merece qualquer esforço, qualquer que
seja o preço. Não importa se morremos, contanto que morramos com as armas na
mão. Seremos então mais felizes...” Profeticamente, Bvdo. Frederico Ozanam
denuncia as cruzes massacrantes dos nossos tempos: “E fiquei triste quando
andava meditando, como milhares de pessoas têm que trabalhar muito e
sufocantemente para ganhar um pedaço de pão, ao passo que se oferece a um
pequeno número de pessoas a oportunidade de viverem com uma ostentação de
opulência e como, no meio deste gigantesco esforço material, a razão se apaga e
o coração se petrifica”. “A ordem da sociedade repousa sobre duas virtudes:
Justiça e Caridade ... A caridade é o samaritano que derrama óleo nas feridas
do viajante despojado... cabe à justiça contudo prevenir aqueles assaltos”.
TODOS: Senhor Jesus, obrigado pelo vosso testemunho de amor
e abnegação em benefício da libertação e salvação da humanidade. Ajudai-nos a
revestir-nos de vossos sentimentos e atitudes para, na promoção da caridade e
da justiça, eliminar as situações que sufocam, derrubam e matam as pessoas,
especialmente as mais pobres.
Pai Nosso...
- Canto
10a. Estação – Jesus é
despido de suas vestes
Canto: Das suas vestes despojado, / Todo chagado e
pisado,
Eu
vos vejo, meu Jesus, / Eu vos vejo, meu Jesus.
Com Vicente e Ozanam, / nosso amor fiel aos pobres
nos liberta do pecado / e nos anima no amor.
Leitor 1 – Do Evangelho segundo João (19,23): “Quando
crucificaram Jesus, os soldados repartiram as roupas dele em quatro partes. Uma
para cada soldado. Deixaram de lado a túnica. Era uma túnica sem costura, feita
de uma peça única, de cima até embaixo”.
Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e
vos bendizemos.
TODOS: Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
Leitor 2 – No Calvário, Jesus teve
arrancadas as vestes que cobriam seu corpo todo chagado. Humilhado e desrespeitado,
ele continua a ser desnudado hoje nas muitas pessoas que são violadas em seus
sagrados direitos humanos, que são submetidas a toda forma de violência, de
tortura e de negação de sua dignidade de pessoa humana. São Vicente testemunha
e denuncia a violação dos direitos fundamentais da pessoa e convida ao serviço
respeitoso e terno aos necessitados: “A fome é tão terrível que chegamos a
ver pessoas comendo terra ou mato, arrancando cascas de árvores, despedaçando
os próprios farrapos de que se vestem, para devorá-los. Uma coisa, porém, não
ousaríamos dizer, se não a tivéssemos visto com os nossos próprios olhos e é
algo que causa horror: comem os próprios braços e mãos e morrem de desespero”.
“Eis o que vos obriga a servir os pobres com respeito, como a vossos senhores,
porque eles vos representam a pessoa de nosso Senhor, que disse: O que fizerdes
ao menor dos meus é a mim que o fazeis”.
TODOS: Senhor, ajudai-nos a respeitar a pessoa humana em sua
dignidade e em seus sagrados direitos humanos. Dai-nos coragem e um coração
grande para servir todos os desnudados de nosso tempo. Com a vossa força e com
a participação ativa dos pobres, ajudai-nos a lutar pela construção de uma
sociedade de partilha e vida gina para todos, que resgate, respeite e promova os
legítimos direitos dos pobres.
Pai Nosso...
- Canto
11a. Estação – Jesus é
pregado na cruz
Canto: Sois por mim na cruz pregado, / Insultado e
blasfemado
Com
cegueira e com furor, / Com cegueira e com furor.
Com Vicente e Ozanam, / nosso amor fiel aos pobres
nos liberta do pecado / e nos anima no amor.
Leitor 1 – Do Evangelho segundo Lucas
(23,33.49): “Quando chegaram ao lugar chamado ‘lugar da caveira’, aí
crucificaram Jesus e os criminosos, um à sua direita e outro à sua esquerda.
Todos os conhecidos de Jesus, assim como as mulheres que o acompanhavam desde a
Galiléia, ficaram à distância, olhando essas coisas”.
Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e
vos bendizemos.
TODOS: Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
Leitor 2 – Ao se identificar com os pobres e
assumir sua causa de libertação, Jesus é pregado na cruz pelos que defendem os
poderes geradores de morte e injustiça. Na pessoa de Jesus são também pregados
na cruz os pobres crucificados na história e os que lutam por um mundo novo de
partilha e fraternidade. O martírio de Jesus, livremente assumido na fidelidade
ao amor do Pai e no perdão aos seus algozes, liberta-nos do pecado e nos aponta
um novo modo de viver o amor efetivo, na doação até mesmo da própria vida. Este
exemplo de Jesus que fascinou São Vicente: “Olhemos o Filho de Deus! Que
coração tão caritativo! Que chama de amor! (...) Fonte de amor humilhado para
nós e até ao suplício infame! Só Nosso Senhor pôde deixar-se arrastar pelo amor
às criaturas... para assumir um corpo sujeito às debilidades. E para que? Para
estabelecer entre nós, por seu exemplo e sua palavra, a caridade para com o
próximo. Este amor foi o que o crucificou e o que fez esta obra admirável de
nossa redenção!. O Bvdo Frederico mostra concretamente nosso compromisso
com Jesus crucificado nos pobres e nos trabalhadores: “Abramos os olhos ao
mundo que nos circunda... Se compararmos as condições dos escravos na
antiguidade com as dos nossos operários, estes são de lamentar mais... A terra
se esfriou novamente... cabe a nós católicos reanimar o calor vital: cabe a nós
recomeçar a era dos mártires. Ser mártir significa dar a própria vida por Deus
e pelos irmãos... Nós, pobres samaritanos, ousemos aproximar-nos deste grande
doente (...) para restituir-lhe a esperança de um mundo melhor. Eis a sublime
vocação que a Providência nos deu”.
TODOS: Senhor Jesus, vós continuais hoje sendo crucificado
de muitas formas; sois crucificado nas pessoas submetidas a condições
subhumanas de vida e trabalho, nos milhões de indivíduos que passam fome, nos
mutilados das guerras, nos condenados a morrer por falta de atendimento de
saúde, nos discriminados por causa de sua pobreza, nos excluídos das cidades e
dos campos... Em espírito de doação, de perdão e de compromisso com a justiça,
ajudai-nos a empenhar nossas vidas em favor dos crucificados de nosso tempo!
Pai Nosso...
- Canto
12a. Estação – Jesus morre
na cruz
Canto: Meu Jesus, por mim morrestes, / Por nós todos
padecestes.
Oh!
Que grande é vossa dor, / Oh! Que grande é vossa dor!
Com Vicente e Ozanam, / nosso amor fiel aos pobres
nos liberta do pecado / e nos anima no amor.
Leitor 1 – Do Evangelho segundo Lucas
(23,46-48): “Então Jesus deu um forte grito: ‘Pai, em tuas mãos entrego o
meu espírito’. Dizendo isso, expirou. O centurião viu o que tinha acontecido,
glorificou a Deus dizendo: ‘De fato! Esse homem era justo!’ E todas as
multidões que estavam aí, e que tinham vindo para assistir, viram o que havido
acontecido e voltaram para casa, batendo no peito”.
Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e
vos bendizemos.
TODOS: Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
Leitor 2 – No alto da cruz, soltando um
grande grito, Jesus morre. O grito de Jesus, no alto da cruz, retoma o grito do
povo escravo no Egito, o grito dos órfãos, das viúvas e dos estrangeiros de que
tanto fala o AT e manifesta a confiança no Deus da Vida que desce e vem
libertar. Jesus encarna, se identifica com o grito do faminto, do nu, do
prisioneiro, do sedento, dos milhões e milhões de pobres sofridos e
abandonados. Na cruz, ele se faz carne e sangue com os pobres em seu grito de
socorro, por vida. O grito revela, na dor e fracasso, uma confiança no Pai e
nisso já exprime a fé na ressurreição. São Vicente nos ensina que devemos viver
e morrer como Jesus, sempre renunciando a nós mesmos e sintonizados com a
vontade de Deus presente nos gritos dos pobres: “Vivemos em Jesus Cristo,
pela morte de Jesus Cristo. Devemos morrer em Jesus Cristo, pela vida de Jesus
Cristo. Nossa vida deve estar escondida em Jesus Cristo e cheia de Jesus Cristo
e que, para morrer como Jesus Cristo, é preciso viver como Jesus Cristo”.
TODOS: Senhor
Jesus, sede a vida de nossa vida e a única aspiração dos nossos corações. Que
possamos viver e morrer como vós, sempre sintonizados com os clamores dos
pobres e com uma firme confiança na bondade do Pai, que nunca nos esquece e nem
nos abandona.
Pai Nosso...
- Canto
13a. Estação – Jesus é
descido da cruz
Canto: Do madeiro vos tiraram / E à mãe vos entregaram.
Com
que dor e compaixão, / Com que dor e compaixão
Com Vicente e Ozanam, / vamos juntos construir,
na justiça e com ardor, / mundo novo de partilha.
Leitor 1 – Do Evangelho segundo Lucas
(23,50-53): “Havia um homem bom e justo, chamado José. Ele era de Arimatéia.
José foi a Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Desceu o corpo da cruz, enrolou-o
num lençol e o colocou num túmulo escavado na rocha, onde ninguém ainda tinha
sido colocado”.
Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e
vos bendizemos.
TODOS: Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
Leitor
2 – Morto,
Jesus é descido da cruz. Seus ideais, sua causa, seu projeto de implantar o
Reino e sua justiça parece ter acabado. No entanto, seu corpo lacerado pela
injustiça se transforma em sementeira de novos seguidores, que assumem o
projeto de Deus, tirando das cruzes da injustiça, da fome e do pecado os muitos
crucificados pelo egoísmo humano e construindo uma nova irmandade onde todos
sejam, finalmente, irmãos e irmãs. São Vicente foi alguém que assumiu
exemplarmente a bandeira do projeto de Jesus e nos convida a seguir os passos
de Jesus: “Sigamos como filhos a
Jesus Cristo, nosso bom Pai, desprezado, esbofeteado e perseguido (...) Oh!
Salvador de nossas almas, que nos chamaste ao seguimento de teus ensinamentos e
à imitação de tua vida humilde e desprezada! Coloca em nós as disposições
necessárias para sofrer, da maneira como desejas, as perseguições que julgares
bem nos enviar”. “Nosso Senhor Jesus Cristo é o modelo verdadeiro e o grande
quadro invisível com que temos de conformar todas as nossas ações”. “Ó
Senhores, se nós tivéssemos um pouco deste amor, ficaríamos de braços cruzados?
Deixaríamos perecer aqueles aos quais pudéssemos assistir? Oh! não, a caridade
não pode ficar inativa; ela nos empenha na salvação e na consolação do
próximo”.
TODOS: Ó Deus Pai de bondade, queremos seguir vosso Filho
Jesus, mesmo que isso nos custe o sofrimento, a perseguição e a morte. Queremos
seguir e servir Jesus presente nos pobres, ajudando-os a descer da cruz injusta
criada pelo egoísmo humano. Queremos, Senhor, colaborar convosco na construção
de um mundo novo de liberdade, de vida e de amor.
Pai Nosso...
- Canto
14a. Estação – Jesus é
sepultado
Canto: No sepulcro vos puseram, / Mas os homens tudo
esperam
Do
mistério da paixão, / Do mistério da paixão.
Com Vicente e Ozanam, / vamos juntos construir,
na justiça e com ardor, / mundo novo de partilha.
Leitor 1 – Do Evangelho segundo João (12,24): “Em
verdade, em verdade, vos digo: se o grão de trigo, que cai na terra, não morre,
fica só. Mas se morre, produz muito fruto”.
Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e
vos bendizemos.
TODOS: Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
Leitor 2 - Colocado no sepulcro, o corpo do Senhor
morto configura o mais completo despojamento e esvaziamento. Totalmente
abandonado à vontade de Deus, Jesus é o grão de trigo que morre e produz muito
fruto. Morto e sepultado, Jesus mata e sepulta tudo o que nos impede e nos
afasta da vontade de Deus. Ele realiza a condição básica para ser todo de Deus
e ser repleto da divina riqueza. Neste sentido, São Vicente nos diz que “a
perfeição não consiste em êxtases, mas em fazer bem a vontade de Deus”. “Quanto
mais nos esvaziarmos de nós mesmos, tanto mais Deus vai nos encher”.
“Consumir-se por Deus, ter bem as forças para consumi-las por e para Deus, eis
o que fez o próprio nosso Senhor, que se consumiu pelo amor de seu Pai”. “Não
podemos assegurar melhor nossa felicidade do que morrendo a serviço dos pobres,
nos braços da Providência e numa total renúncia a nós mesmos, para seguir Jesus
Cristo.”
TODOS: Senhor Jesus, ajudai-nos a esvaziar-nos de nós
mesmos. Tirai de nossos corações todos os sentimentos e atitudes contrários à
vossa santa vontade. Convertei-nos sempre mais ao vosso amor, sepultando em nós
tudo o que gera egoísmo e desamor e, assim poderemos produzir muitos frutos de
vida e de amor.
Pai Nosso...
- Canto
15a. Estação – Jesus
ressuscita ao terceiro dia
Canto: Irá chegar um novo dia: / um novo céu, uma nova
terra, um novo mar.
E
nesse dia os oprimidos / A uma voz a liberdade irão cantar! (bis)
Leitor 1 – Do Evangelho segundo Mateus
(28,1-2.5-6): “Depois do sábado, ao raiar o primeiro dia da semana, Maria
Madalena e a outra Maria foram ser o sepulcro. De repente, houve um grande
terremoto: o anjo do Senhor desceu do céu e, aproximando-se, removeu a pedra e
sentou-se nela. Então o anjo falou às mulheres: ‘Vão não precisais ter medo!
Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou,
como havia dito! Vinde ver o lugar em que ele estava!”.
Animador: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e
vos bendizemos.
TODOS: Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
Leitor 2 – Cristo ressuscitou, venceu o pecado
e a morte. A palavra definitiva de Deus é a vida no amor e na doação. A
ressurreição é a concretização definitiva do reino de Deus na pessoa de Jesus,
reino de vida, de justiça e de bondade. A quem crê na ressurreição não é mais
permitido viver triste, fechado no egoísmo, na passividade e na desesperança.
São Vicente nos convida, na força da ressurreição, a viver e irradiar o amor
vitorioso e inventivo de Cristo: “O amor é inventivo ao infinito”. “A nossa
vocação é incendiar os corações das pessoas, fazer o que fez o Filho de Deus,
que veio à terra para abrasá-la com o seu Amor”. E o Bvdo. Frederico
Ozanam nos oferece pistas concretas para arder no amor de Cristo ressuscitado: “Nas
alturas é que está a realidade da vida”. “A única lei a seguir é a lei do
amor”. “Para a juventude que hoje sente fome e sede de justiça, oferecemos-lhe
a caridade fraterna em obras e em verdade”. “Nosso dever de cristão é fazer que
a igualdade se opere, quando possível, entre os homens”. “Gostaria de reunir o
mundo inteiro numa grande rede de caridade”.
TODOS: Deus de amor e bondade, nós vos louvamos pela
ressurreição de Cristo, que nos transforma, nos liberta e nos salva no amor.
Queremos, Senhor, viver a vida nova de Cristo Ressuscitado. Queremos, Senhor,
viver a ressurreição, fazendo crescer e triunfar, em nós e no mundo, a vida
digna e solidária para todos, a justiça, a caridade e a paz!
Pai Nosso...
- Canto
Cantos
1.
ENSINA-NOS AMAR, VICENTE
DE PAULO, / AO POBRE, NOSSO IRMÃO, COMO
AMASTE TU.
Não sabemos sofrer como os que sofrem,
/recusamos chorar com os que choram, / ignoramos a voz que nos suplica / e a
mão que, faminta, nos implora.
Vicente de Paulo, que descobriste / a Cristo
desvalido entre os pobres, / com palavras de Cristo e seu Evangelho, / que eles
são nossos amos e senhores.
Abafamos
às vezes com rezas / o clamor dos Pobres que nos gritam, / que à luz da tua
vida descubramos / que é só amor que dá a vida.
2. HINO A FREDERICO OZANAM
Vicentinos nós brasileiros / numa festa só de
amores /Ao patrono da esperança / damos graças e louvores/ Paz aos necessitados
com Deus / no coração, ele ensinou assim? Em termos de amor / a Caridade do
Senhor
Salve, salve, Ozanam / nós vos desejamos paz e bem / vosso ideal sempre
será / em nome de Deus, nosso também. (bis)
Desfraldando nossa bandeira / São Vicente ao
meu lado / seguirei os vossos passos /
por Jesus Cristo adorado / Ensinastes na inspiração / luz do Senhor / ao nosso
Ozanam / o grande fundador,/ a paz e vem, paz e amor.
3. GLÓRIA E LOUVOR
ao ínclito Vicente / Oh meu bom pai e santo protetor / sois na Igreja um sol
resplandecente / louvar-vos-ei alegre e com fervor.
Ao nosso Deus, glória e louvor / eternamente ao Deus de São Vicente /
glória e louvor / por nos ter concedido protetor tão querido
Glória e louvor a grande caridade / É vivo
ardor do servo do Senhor /Pra consolar a pobre humanidade / Em todo mal e
infeliz labor.
Glória e louvor Vicente compassivo / Rogai
por nós ao nosso Salvador / E alcançai-nos no dia decisivo / Nos dê no céu da
glória o resplendor.
4. JESUS NOS CHAMA
à caridade / como nos chama à Eucaristia / É nossa força e nossa vida / A
vida toda e todo o dia.
Eu vou andar por este mundo / pelos caminhos
de Jesus / que nasceu pobre e morreu pobre / Pobre do berço até a cruz!
Se faço o bem a quem eu posso, e se trabalho
sem preguiça / ao meu irmão não vou fazer misericórdia, mas justiça.
No irmão que sofre e a quem ajudo / de quem
aprendo com amor / do outro lado da medalha
/ Eu vejo Cristo sofredor.
Pôr-nos na escola dos mais pobres / e
encontrar neles nosso Deus / que diz ser feito a ele mesmo / o que se faz a um
dos seus?
5. FAZER QUE DEUS DOS POBRES
seja amado / com zelo anunciar-lhes Jesus Cristo! / Dizer-lhes que o reino já
chegou / oh! como é sublime tudo isso!
É missão de Jesus Cristo / a missão que Deus nos deu / é por nós que Deus
faz hoje / o que fez o Filho seu
Louvores elevemos, meus irmãos, / a Deus que
nos chamou a tal missão./ Nós somos instrumentos do amor / de Cristo pelo pobre
seu irmão.
Ó que felicidade, meus irmãos, / Maior prazer
ninguém jamais terá / Nem mesmo o Santo Padre pode ter / a paz e o prazer que
Deus nos dá.
6. PERDÃO POR TER PÃO que ao pobre
faltou / fui eu que colhi p que ele plantou.
Será que ganhei o que vou comer / o pão que
custou o suor do pobre / que vive a sofrer.
Se eu vivo melhor e mais possuir / que o
pobre, meu mestre e senhor,/ só tenho que me confundir.
Serei infeliz se acumular / os bens que o
pobre não tem / pois dele não vou mais cuidar.
Com fome de Deus os pobres estão / se os deixo morrer sem
comer / receio não ter salvação.
7. O POVO DE
DEUS no deserto andava / mas à sua frente / alguém caminhava. / O povo
de Deus / era rico de nada. / Só tinha esperança / e o pó da estrada. / Também
sou teu povo, Senhor, / e estou nessa estrada. / Somente a tua graça / me basta
e mais nada.
O povo de Deus também vacilava / e às custava
/ a crer no amor. / O povo de Deus cantava e rezava, / pedia perdão e
recomeçava. / Também sou teu povo, Senhor,...
O povo de Deus também teve fome / e tu lhe
mandaste o pão lá do céu. / O povo de Deus, / cantando deu graças / provou teu
amor, amor que não passa. / Também sou teu povo, Senhor,...
O povo de Deus ao longe avistou / a terra
esperada que o Amor preparou. / O povo de Deus corria e cantava / e nos seus
louvores seu amor proclamava. / Também sou teu povo, Senhor,...
8. SEU NOME É JESUS CRISTO e
passa fome / e grita pela boca dos famintos / e a gente, quando vê, passa
adiante, / às vezes pra chegar depressa à Igreja./ Seu nome é Jesus Cristo e
está sem casa / e dorme pela beira das calçadas / e a gente, quando vê, aperta
o passo / e diz que ele dormiu embriagado.
Entre nós está e não o conhecemos / entre nós
está e nós o desprezamos. (bis)
Seu nome é Jesus Cristo e é analfabeto / e
vive mendigando um subemprego / e a gente, quando o vê, diz é um à toa / melhor
que trabalhasse e não pedisse./ Seu nome é Jesus Cristo e está banido / das
rodas sociais e das igrejas / porque dele fizeram um rei potente, / enquanto
ele vive como pobre.
Seu nome é Jesus Cristo e está doente / e
vive atrás das grades / e nós, tão raramente vamos vê, / e dizemos que ele é um
marginal. / Seu nome é Jesus Cristo e anda sedento / por um mundo de amor e de
justiça / mas logo que contesta pela paz, / ordem o obriga a ser de guerra.
.9. EIS-ME AQUI SENHOR, eis-me
aqui Senhor / Pra fazer tua vontade /
pra viver no teu amor./ Pra fazer tua vontade,/ pra vier no teu amor:/ eis-me
aqui Senhor.
O Senhor é o Pastor que me conduz / por um
caminho nunca visto me enviou./ Sou chamado a ser fermento, sal e luz / E por
isso respondi: aqui estou.
Ele pôs em minha boca uma canção, / me ungiu
como profeta e sonhado / da história e da vida do meu povo. / E por isso
respondi: aqui estou.
Ponho a minha confiança no Senhor./ Da
esperança sou chamado a ser sinal./ Seu ouvido se inclinou ao meu clamor / e
por isso respondi: aqui estou.
10. SANTA MÂE
MARIA, nesta travessia cubra-nos teu manto cor de anil / Guarda nossa
vida Mãe Aparecida, Santa Padroeira do Brasil.
Ave Maria, Ave Maria (bis)
Mulher peregrina força feminina, a mais
importante que existiu, com justiça queres nossas mulheres sejam construtoras
do Brasil.
Com amor divino guarda os peregrinos nesta
caminhada para o além. Dá-lhes companhia pois também um dia fostes peregrina de
Belém.
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Ladainha de São Vicente de Paulo
- Deus Pai Criador, Tende piedade de nós!
- Deus Filho Redentor,
- Deus Espírito Santo Santificador,
- Santíssima Trindade, Comunhão de amor,
- São Vicente de
Paulo, Rogai por nós!
- Modelo vivo e atual de seguimento a Cristo Evangelizador dos pobres,
- Chama ardente de vida cristã,
- Arauto da ternura e da misericórdia divina,
- Pai das crianças e conselheiro dos jovens,
- Consolador dos enfermos e alívio dos sofredores,
- Amparo dos idosos e de todos os desamparados,
- Animador e formador do clero e dos leigos,
- Inspiração para todos os cristãos,
- Todos os pobres e excluídos de nossa sociedade, Lembrai
ao Senhor!
- As crianças abandonadas e oprimidas,
- Os jovens, os adultos e os idosos marginalizados,
- Os encarcerados e todas as pessoas discriminadas,
- Os desamparados e os sofredores,
- As famílias em suas
lutas e em seus sofrimentos,
- As vítimas da guerra e do ódio,
- Os desempregados, os sem-terra e os famintos,
- Os injustiçados, os marginalizados e as vítimas da
violência,
- Os enfermos, todos os dependentes de substâncias químicas,
- As vítimas do materialismo e da falta de fé,
- Todos os servidores do Evangelho,
- As nossas comunidades e grupos pastorais
- Toda a Família Vicentina,
- Os que lutam por um mundo justo e solidário,
- Nossos benfeitores, familiares e amigos,
- Todas as pessoas de boa vontade,
- Toda a Igreja presente e atuante no mundo inteiro,
- Toda humanidade em suas esperanças e angústias,
- São Vicente de Paulo, exemplo de fé, Rogai a Deus por nós!
- São Vicente de Paulo, modelo de esperança,
- São Vicente de Paulo, espelho de caridade e de justiça,
Ó Deus, cheio de amor e de misericórdia, por intermédio de
São Vicente de Paulo, nós vos apresentamos as nossas alegrias e tristezas, as
nossas esperanças e angústias. Vós que sois nosso Pai, sentido e força de nossa
vida, fazei que todos nós, imitando São Vicente de Paulo, amando o que ele
amou, praticando o que ele praticou, possamos nos revestir dos sentimentos e
atitudes de Jesus Cristo Evangelizador dos Pobres e colaborar na construção do
vosso Reino de amor, de justiça e de paz. Amém.
Ladainha
do Bvdo. Frederico Ozanam*
- Senhor,
tende piedade de nós,
- Cristo,
tende piedade de nós,
- Senhor,
tende piedade de nós,
- Jesus
Cristo, ouvi-vos,
- Jesus
Cristo, atendei-nos,
- Deus Pai do
céu, tende piedade de nós!
- Deus Filho
Redentor,
- Deus
Espírito Santo,
- Santíssima
Trindade, que sois um só Deus,
- Santa
Maria, rogai por nós!
- São José,
- São Vicente
de Paulo,
-
Bem-aventurado Antônio Frederico Ozanam, rogai por nós!
- Ozanam,
filho obediente de pais piedosos,
- Ozanam, jovem
estudioso de questões sociais,
- Ozanam,
universitário convicto das verdades da fé,
- Ozanam,
literato embevecido pela causa do Evangelho,
- Ozanam,
advogado solidário com os desamparados,
-
Bem-aventurado Antônio Frederico Ozanam, rogai por nós!
- Ozanam,
fundador da Sociedade de São Vicente de Paulo,
- Ozanam,
perfeito imitador do Bom Samaritano,
- Ozanam,
filial devoto da Imaculada Conceição de Maria,
- Ozanam,
exímio seguidor do Pai da Caridade,
- Ozanam,
leal defensor do Santo Padre o Papa,
- Bem-aventurado
Antônio Frederico Ozanam, rogai por nós!
- Ozanam,
incansável defensor das famílias empobrecidas,
- Ozanam,
venerável promotor dos órfãos e dos idosos,
- Ozanam,
digno exemplo de pai e de esposo,
- Ozanam,
modelo de leigo dedicado à Mãe Igreja,
- Ozanam,
inflamado apóstolo e profeta da caridade,
-
Bem-aventurado Antônio Frederico Ozanam, rogai por nós!
- Ozanam,
sempre fiel ao maior mandamento do Senhor,
- Ozanam,
símbolo da autenticidade do amor a Deus e aos irmãos,
- Ozanam,
apaixonado por todos os pobres e necessitados,
- Ozanam,
difusor do espírito de serviço e de partilha entre os irmãos,
- Ozanam,
homem iluminado de pensamento e ação,
- Ozanam,
corajoso e lúcido político de primeira grandeza em seu tempo,
- Ozanam,
sinal profético do engajamento do cristão no caminho de Cristo,
- Ozanam,
sonhador de um mundo entrelaçado numa enorme rede de caridade,
- Cordeiro de
Deus que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós!
- Cordeiro de
Deus que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós!
- Cordeiro de
Deus que tirais o pecado do mundo, dai-nos a paz!
- Rogai por
nós Bem-Aventurado Antônio Frederico Ozanam, para que sejamos dignos
das
promessas de Cristo !
OREMOS –
Deus eterno, Pai todo-poderoso,/ que enriquecestes o gênero humano pela presença
de vosso filho Frederico e dele fizestes um sinal dos que buscam crescer no amo
cristão, concedei que, seguindo seu exemplo de caridade para com os irmãos e
sua heróica entrega pela salvação de todos, sejamos transformados pela mesma
caridade que ardia em seu coração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo. Amém!
(*) Oração
composta pelo Cfr. Gesiel Júnior, de Avaré (SP), com aprovação de Dom Aloysio
Penna, Arcebispo de Botucatu.