quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

7 Janeiro: Bem-Aventurada Lindalva – Filha da Caridade



Lindalva em família

Lindalva Justo de Oliveira nasceu a 20 de outubro de 1953, num pequeno povoado do município de Açu (Rio Grande do Norte). Tendo ficado viúvo, seu pai, o lavrador João Justo da Fé, casara-se com Maria Lúcia de Oliveira e dessas núpcia nasceram 13 filhos, Lindalva era a sexta" filha do casal. O pai zelava pela educação dos filhos e insistia para que frequentassem regularmente a escola.

Junto aos pais, as crianças iam descobrindo o valor fundamental da fé, eram iniciados na vida cristã e aprendiam a balbuciar as primeiras preces. Lindalva recebeu o Batismo no dia 07 de janeiro de 1954 e, desde criança, mostrava -se inclinada à vida de oração e sensível diante das diferentes facetas do sofrimento humano, especialmente dos pobres. Tendo concluído o ensino médio, com habilitação em Assistente de Administração, começou a trabalhar para manter-se e para ajudar sua família. Seu cotidiano era o de uma jovem como as outras, marcado pela alegria, pela retidão e pela transparência em tudo o que fazia. Seu pai, já bastante idoso e debilitado pela enfermidade, precisou contar com os cuidados de Lindalva que, sem hesitar, se dedicou exemplarmente a essa tarefa de filial amor.

 

Sua vocação vicentina

A partir de 1986, nutrindo o desejo de consagrar-se inteiramente a Deus, começou a participar de encontros vocacionais para discernir, com maior clareza, sua própria vocação. Aqueles que a conheceram de perto falam" da convicção profunda que habitava o seu ser e que transparecia em seu semblante jovial: sentia-se amorosamente escolhida por Deus para empenhar toda a sua vida no serviço aos pobres. "Estou feliz de ter recebido a graça de ser chamada por Dei/s", Foi assim que, em 1987, ano em que recebeu o sacramento da Crisma, pediu para iniciar o seu percurso formativo na Companhia das Filhas da Caridade. íí Quero ter uma felicidade celestial, transbordar de alegria e ajudar o próximo, ser incansável em fazer o bem/\ Pouco a pouco, ia capacitando-se para a vida fraterna em comunidade e para o serviço aos mais abandonados, edificando a todos com o seu testemunho de autenticidade vocacional.

“O que mais impressionava suas companheiras e todos que se relacionavam com ela era a sua firmeza na vocação e o seu dom no serviço aos pobres"...


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“Que alegria poder seguir Jesus! Que privilégio, que amor, é impossível resistir a tanto bem" Beata Lindalva

 

A 16 de julho de 1989, Lindalva, juntamente com cinco companheiras, ingressa no Seminário (Noviciado), coração da formação da Companhia e tempo privilegiado da intensidade espiritual. Foi o dia mais feliz da sua vida, de acordo com o relato que fez à sua mãe. "Vale a pena esforçar-se na procura de sua realização, consagrando a própria vida, tornando-se Filha da Caridade. Custe o que custar, a felicidade do Encontro com Deus será triunfante!”

 

Desde o dia 06 de abril de 2014, a Urna Relicária da Bem-Aventurada Lindalva encontra-se na capela a ela dedicada na rua do Salete, 47 Barris - Salvador BA

Sua missão

No dia 26 de janeiro de 1991, foi enviada ao Abrigo Dom Pedro II, em Salvador (Bahia), assumindo a responsabilidade de uma enfermaria no pavilhão masculino com aproximadamente 40 idosos. Todos se sentiam iluminados pela contagiante alegria que brotava do seu coração e reconfortados pelo bálsamo de sua caridade que se derramava, de um modo especial, sobre os mais vulneráveis e esquecidos. Sua ternura no cuidado dos idosos aliviava-lhes as dores e os consolava. Onde havia necessidade, lá estava Irmã Lindalva com as mangas arregaçadas.

Era muito simples com todas as pessoas; e, sobretudo, procurava o melhor para os seus pacientes.

A serenidade e a alegria que Irmã Lindalva sentia nos seus afazeres em prol dos outros eram tamanhas que não passavam despercebidas pelas outras Irmãs que estavam ao seu lado. Aqueles que com ela conviveram falam da sua criatividade e do seu zelo no serviço aos pobres, sempre à procura de caminhos novos para ajudar as pessoas a superarem a dor, recobrarem a esperança e reencontrarem a alegria de viver

Seu cotidiano, fecundo por um visceral amor ao carisma vicentino, era, para Lindalva, o lugar privilegiado do encontro com Cristo.

 

Ela O encontrava no silêncio da capela, na oração pessoal e comunitária, em sua meditação diária e, particularmente, na Eucaristia; ela o encontrava nas idas e vindas do seu serviço de amor, por entro os leitos de sua enfermaria, nos rostos sofridos dos seus idosos. Foi ai, em seu ambiente de doação diária, que, naquela Sexta-feira Santa, 09 de abril de 1993, sua vida foi impiedosamente ceifada e sua liberdade amorosamente entregue nas mãos do seu Senhor.

 


Seu martírio

Naquela manhã, Lindalva sobe as escadas como se fosse para o Calvário que havia contemplado na via-sacra que acabara de celebrar. Cinge-se com o avental do seu serviço, como se estivesse pronta para lavar os pés dos seus idosos, seguindo o exemplo do Mestre Jesus, "que veio para servir" (Mt 20, 28). Poucos minutos depois, recebe o terrível golpe que a prostra banhada em seu próprio sangue inocente, 44 fundas chagas. Suas últimas palavras foram "Deus me proteja". E Deus a protegeu, confirmando a oferta que fizera da sua própria vida para manter ilibada a integridade da sua vocação, da sua consciência e do seu corpo.

Dom Lucas recolhendo as inspirações que o nome de Lindalva encerra, prosseguiu: "Linda alva é a branca veste que ela, como cada cristão, recebeu no seu batismo; Linda alva é o seu hábito azul de Irmã de Caridade, agora alvejado no Sangue do Cordeiro (Ap 7, 14), ao qual se misturou o seu sangue; Linda alva é a límpida aurora da Páscoa de Jesus, que raiou para ela três dias depois da sua trágica Sexta-feira Santa. Límpida aurora - linda alva - da sua própria Páscoa!" (Dom Lucas Moreira Neves)

 


"À Irmã Lindalva, bastaram-lhe poucos anos de vida religiosa para coroá-la com o martírio, pois de martírio se trata, uma vez que ela simplesmente deu a vida, se não in odium fidei (por causa da fé), certamente como prova de grande amor a Deus e aos irmãos" (Dom Lucas M. Neves).

 

Oração para pedir graças e a Canonização Bem-Aventurada Lindalva

Ó Deus, que infundistes no coração de Lindalva a chama da caridade e da fidelidade à vocação junto aos mais abandonados, concedei-nos a graça que vos pedimos (..) para que em breve seja reconhecida oficialmente entre os santos do céu. Sua vida ganhou, numa sexta-feira santa a coroa do martírio. Sua morte é a do justo e do inocente como a de Cristo. Na hora do holocausto, doloroso, mas fecundo, ela se apresenta a servir tal qual o Mestre que disse: "Não vim para ser servido, mas para servir." Concedei-nos, Senhor, por intercessão da Bem-aventurada Lindalva, novas e santas vocações para o serviço de Cristo nos pobres. Isto vos pedimos, pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém.

Pai Nosso, Ave Maria e Gloria ao Pai.

Informações e graças alcançadas por intermédio da Beata Lindalva comunicar a Província das Filhas da Caridade do Recife. Rua Henrique Dias,208, B. Boa Vista, Recife-PE. CEP.: 50070-140 ou a qualquer Filha da Caridade no Brasil.