A glória do maciço de Baturité
APRESENTAÇÃO
“Sede Santo, como eu sou santo” I Pd 1,16
Este instrumento, é uma profissão de fé, pois “Creio na comunhão dos santos”.
Recordar a vida de Irmã clemência é refletir o Evangelho vivo, meditando o quanto Deus é misericordioso. A meditação que faremos nos leva a contemplar os desígnios de Deus na vida do ser humano que se abre a graça de Deus.
De acordo com a Palavra de Deus, dos escritos dos fundadores: Santa Luisa de Marillac e São Vicente de Paulo e da orientação da Igreja, os que se prontificarem a seguir este itinerário, estarão se comprometendo a descobrir a beleza que é doar-se totalmente a Deus no serviço dos pobres.
Nesta ocasião, proclamamos “Graças te dou, ó Pai, Senhor dos céus e da terra, pois escondeste estas coisas aos sábios e cultos, e as revelaste aos pequeninos... ó Pai, pois assim foi do teu agrado! …A verdade de que Deus revela na vida desta Serva de Deus, deve ser anunciada, testemunhada e proclamada nos púlpitos de nossas comunidades, nos grupos e movimentos de fé.
Irmã Adriana Felipe Duarte, fc
NOVENA À SERVA DE DEUS IRMÃ CLEMÊNCIA
INVOCAÇÃO AO ESPIRITO SANTO (Cantada ou rezada)
Com. Rezemos com a Irmã Clemência a Oração dos Fundadores.
ORAÇÃO INICIAL
Deus eterno e todo-poderoso, autor da caridade de São Vicente de Paulo e Santa Luísa de Marillac, escutai a nossa prece e dai-nos o vosso amor.
A seu exemplo, disponde-nos a reconhecer e servir Jesus Cristo, vosso Filho, em nossos irmãos, os pobres e infelizes.
À sua escola, ensinai-nos a amar com o suor de nossas frontes e a força de nossos braços, na humildade, simplicidade e caridade.
Por seu intermédio, libertai nossos corações da vaidade e do egoísmo. Lembra-nos que, um dia, seremos todos julgados sobre o amor.
Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém!
CONHECENDO IRMÃ CLEMÊNCIA
1º dia - A alegria da família Saraiva Oliveira ao sopé da montanha
Francisca Benícia de Oliveira, hoje Serva de Deus, Irmã Clemência, nasceu em 23 de agosto de 1896. Natural da cidade de Acarape, hoje chamada Redenção. Seus pais eram José Joaquim de Oliveira e Francisca Saraiva de Oliveira. O casal atingiu o número de 14 filhos, eram eles: Benícia, José (Zeca), Maria do Carmo, Antônia, Rosa de Lima (Rosilda), Eliezer, Cristeta, Maria da Natividade, Aristeu, Alzira, João, Francisco, Jorge e Maria dos Anjos. Viviam do cultivo da terra e da criação de rebanhos e aos sábados fazia fretes em carros de boi. Piedosos e zelosos da prole, preocuparam-se em conduzir os filhos à vida de fé e escolarização, mesmo que para isso fosse grande o sacrifício.
Benicinha, destacou-se nos estudos, passando a se responsabilizar pela alfabetização dos irmãos. Ao mesmo tempo se interessava pela vida religiosa e servia no coro. Para ajudar a família, desenvolveu a habilidade da costura o que gerou muita credibilidade e competência, tornando-se modista na cidadezinha. Vivendo vida cristã de trabalho, entreajuda a família, vivia feliz até que dona Francisca faleceu no seu 14º parto. É de perceber a repercussão que este luto causou na família e na comunidade. Aceitando os desígnios de Deus, aos 18 anos, Benícia, assume a responsabilidade da direção da casa com zelo e desenvoltura, diligência e força.
De joelhos, diariamente rezava o terço, aos sábados recitava o oficio de Nossa Senhora, não faltava as missas aos domingos. Grande devota do Coração de Jesus, se afeiçoou às práticas da Adoração ao Santíssimo Sacramento e às primeiras sextas-feiras. Alegre e de fácil trato, apostólica. Com a ajuda dos párocos, foi aperfeiçoando-se sobre o verdadeiro amor de Deus, fazendo cada vez mais tomar sua cruz e segui Lo.
OUVINDO OS FUNDADORES - Cristo, adorador do Pai
“Que vem a ser o espirito de Nosso Senhor? É um espírito de caridade perfeita, cheio de maravilhosa estima para com a divindade e de um desejo infinito de honrá-la dignamente, um conhecimento das grandezas de seu Pai, para admirá-las e enaltecê-las incessantemente. Jesus Cristo tinha dele uma estima tão alta que lhe prestava homenagem em todas as coisas que havia em sua sagrada pessoa e em tudo o que fazia atribuía tudo a ele: não queria dizer que era sua a sua doutrina, referindo-a sempre ao Pai. “Minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou, ou seja, do Pai. Jo 7,16. (São Vicente de Paulo)
O ECO DA IGREJA
A ALEGRIA DO AMOR que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja. Apesar dos numerosos sinais de crise no matrimónio – como foi observado pelos Padres sinodais – «o desejo de família permanece vivo, especialmente entre os jovens, e isto incentiva a Igreja». Como resposta a este anseio, «o anúncio cristão sobre a família é verdadeiramente uma boa notícia». (Amoris Lætitia, Nº 1)
ESCUTANDO A PALAVRA DE DEUS – Lc 2,51-52
Então foi com eles para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, guardava todas essas coisas em seu coração. Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens.
ORAÇÃO FINAL - Oração a Ir Clemência.
Ó SS. Trindade, fonte de toda a santidade e todas as riquezas temporais e espirituais! Nós, confiantes, humildemente, vos pedimos a glorificação da Vossa serva, Irmã Clemência, que pelo Vosso amor soube testemunhar-Vos, servindo aos doentes, pobres, indigentes. Na observância às Regras da sua Congregação, no amor à Santa Missa, a Jesus Sacramentado e na sincera devoção à Virgem Imaculada, viveu e morreu.
Ó Santíssimo Coração, de Jesus e Maria, concedei-nos a graça que vos pedimos, cheios de Fé (silêncio para pedir a graça) por intercessão de Vossa serva, para Vossa maior glória e nossa perfeição cristã.
Ave Maria... (3) Sagrado Coração de Jesus, tende piedade de nós!
(3) Oh! Maria Concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós!
Pai Nosso...
HINO A IR. CLEMÊNCIA (Ir Djesu)
Ir. Clemência, serva de Deus, o teu povo te canta feliz.
Louvando tua vida terrena, ao Senhor e a ti bendiz.
És modelo de Serva e de Santa, da cozinha, à capela, em missão,
Tão meiga, fraterna e serena, tão fiel na doação.
LOUVOR AO NOSSO DEUS, LOUVOR AO CRIADOR,
LOUVOR TAMBÉM A QUEM SERVIR COM AMOR.
Serva humilde, eleita do Pai,
Chama ardente, centelha de Amor,
Desvelo nas “Idas e Vindas”, vês no pobre o teu Senhor.
Testemunha fiel de bondade,
Dá-nos hoje audácia no bem,
Entre nós cresça a caridade e as vocações também.
Tua presença com os anjos no céu, fortalece a nossa missão.
É festa dos pobres na terra, verdadeira conversão.
Revivendo o carisma queremos, com Luiza e Vicente avançar
Nas idas e vindas fraternas, o amor transfigurar.
2º dia: A grandeza de sua alma piedosa – a vocação
Após triste relutância do Senhor Joaquim e com o consentimento dos irmãos, Benícia deixa o lar e segue o feliz desejo de ser Filha da Caridade. Mais tarde, Rosa de Lima e Maria da Natividade repetem o mesmo gesto: doar-se a Deus para o serviço dos pobres. Aos 23 anos, Benícia ingressa no Postulado no Colégio da Imaculada Conceição, em ocupações humildes, estudos e oração, vê se nessa pessoa muitos valores para tornar-se uma filha de São Vicente. Em 27 de março, após somente três meses, alcançou licença especial para fazer o seminário, que durou apenas nove meses. É que logo, percebeu-se virtudes extraordinárias para a Vida totalmente doada a Deus e ao próximo.
Sua mestra no Seminário fez a seguinte observação a seu respeito: Tem boa saúde, é de caráter sério, reflexivo, juízo reto, inteligente, embora com pouca instrução; notável aptidão para costurar, trabalhadora, ativa, piedosa e muito dedicada.
Em 5 de dezembro de 1919 recebeu o hábito de filha da Caridade e deixou o Seminário, com as seguintes palavra escritas: “Jesus, eu desejo antes morrer do que vos ser infiel e concedei-me a graça de vos amar cada vez mais”
ECOS DA IGREJA
Sentir-se chamado por Deus e consagrar-lhe a vida é uma das decisões mais importantes que alguém pode tomar. “O que fazer da minha vida? O que Deus quer de mim? ” As indagações iniciais são muitas, numa atmosfera em que encantamento e luta crucial se entrelaçam, em busca de um ideal a ser atingido. Por fim, o tempo - esse aliado importantíssimo do discernimento - mostra que o amor, acompanhado de abnegada entrega, é sempre a melhor resposta aos questionamentos da existência de cada um. (J F – Jornal O São Paulo)
OUVINDO OS FUNDADORES
Quão felizes sois em comparação com tantas outras pessoas de vossa condição! Não me refiro, apenas, às pobres jovens, mas também, as senhoras de alta posição que desejariam tanto ser empregadas no serviço de Deus e dos pobres, que têm grande desejo de realizar a vontade de Deus e serem ajudadas nisso. Entretanto, não conseguem essa consolação. E a vós, nada vos falta; entretanto parece não estardes contentes; em lugar se servir-vos dos meios que Deus vos oferece para vossa perfeição, os menosprezais. (Santa Luisa de Marillac, 191)
ESCUTANDO A PALAVRA DE DEUS (Mt 9,9-13)
Passando por ali, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria, e disse-lhe: "Siga-me". Mateus levantou-se e o seguiu. Estando Jesus em casa, foram comer com ele e seus discípulos muitos publicanos e "pecadores".
Vendo isso, os fariseus perguntaram aos discípulos dele: "Por que o mestre de vocês come com publicanos e ‘pecadores’? "Ouvindo isso, Jesus disse: "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes.
Vão aprender o que significa isto: ‘Desejo misericórdia, não sacrifícios’. Pois eu não vim chamar justos, mas pecadores".
3º dia: Sorriso Contagiante
Tendo realizado o sonho de ser Filha da Caridade retorna ao Ceará para o colégio da Imaculada Conceição, lugar onde recebeu o nome de Ir. Clemência, assumindo a direção da cozinha, dizendo: “Sim, lá está Deus”. Enfrenta com zelo a árdua tarefa edificando a todos. Com fogão à lenha preparava enorme quantidade de refeição diariamente.
Dela se ouvia as companheiras dizer: “Considero-a uma irmã semelhante às santas Irmãs do tempo de São Vicente: simples, humilde, boa, totalmente desprendida de si mesmo”. Era de temperamento calmo, serviçal e muito piedosa”. Ela, voluntariamente, tornou-se, por assim dizer, escrava do próximo, tão somente pelo amor de Deus. Ir Ferraz, sua Irmã servente em Pacoti-CE, assim expressou-se: “Ir Clemência é uma santa, mesmo. Trabalhou e sofreu muito nos seus primeiros 20 anos de vocação.
ECOS DA IGREJA
«A vida consagrada está colocada no coração da Igreja, como elemento decisivo para a sua missão, visto que “exprime a íntima natureza da vocação cristã” (n. 3). «Vós não tendes apenas uma história gloriosa para recordar e narrar, mas uma grande história a construir! Olhai o futuro, para o qual vos projeta o Espírito a fim de realizar convosco ainda grandes coisas ». (João Paulo II, I dia da VC)
OUVINDO OS FUNDADORES
“Dai-vos a Deus, minhas queridas irmãs, para realizar perfeitamente o que ides fazer. Pedi-lhe o espírito de seu Filho, para que possais executar vossas ações, da mesma forma como ele executou as suas; porque, minhas irmãs, tendes a dita de imitar a vida que o filho de Deus levou na terra com seus apóstolos. Peço a ele filhas minhas, que queira encher-vos de seu espirito, dando-vos as virtudes de que necessitais para serem verdadeiras Filhas da Caridade. É o que peço a ele com todo o meu coração” (São Vicente de Paulo,179)
ESCUTANDO A PALAVRA DE DEUS (Atos 1,1-14.)
“João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui a poucos dias”. Assim reunidos, eles o interrogavam: “Senhor, é porventura agora que ides instaurar o reino de Israel? ”. Respondeu-lhes ele: “Não vos pertence a vós saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou em seu poder, mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até os confins do mundo”. Dizendo isso, elevou-se da (terra) à vista deles e uma nuvem o ocultou aos seus olhos. Enquanto o acompanhavam com seus olhares, vendo-o afastar-se para o céu, eis que lhes apareceram dois homens vestidos de branco, que lhes disseram: “Homens da Galileia, por que ficais aí a olhar para o céu? Esse Jesus que acaba de vos ser arrebatado para o céu voltará do mesmo modo que o vistes subir para o céu”. Voltaram eles então para Jerusalém do monte chamado das Oli-veiras, que fica perto de Jerusalém, distante uma jornada de sábado. Tendo entrado no cenáculo, subiram ao quarto de cima, onde costumavam permanecer. Eram eles: Pedro e João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelador, e Judas, irmão de Tiago. Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele."
4º dia: Os Desígnios de Deus – Pacoti-CE
Ir. Clemência era uma violeta escondida, para o mundo e elevada para Cristo, como a Virgem Maria em Nazaré, afastando-se do mal e afeiçoando-se ao bem.
Aquela dedicação esfuziante, comunicação encantadora foi abalada por uma infecção renal que exigia uma sonda para funcionamento da bexiga. Para repouso, foi transferida à Pacoti, uma fundação para moças, junto com Ir Vicência Matos.
Quis a providência apresentá-la aos pobres, logo vendo-se cercada de gente de todas as idades, acometida de muitas doenças que deveria ser assistida por uma equipe médica especializada. Mas nada existindo de assistência à saúde na região, sem espaço físico, equipamentos técnicos e sem recursos, dispôs-se Irmã Clemência a colocar de lado suas enfermidades a pedir esmolas para conseguir donativos: roupas, alimentos, remédios e equipamentos para tratamento das enfermidades.
Fazendo tratamentos repugnantes, pronunciando palavras de conforto, arrancava da morte muitos enfermos, encontrando solução para os males do corpo e do espirito.
Enchia-se de muita coragem para tratar as enfermidades, conseguir ajuda nos sítios, nas redondezas e até na capital. Tinha ela mãos abençoadas, diziam: “Feliz da pessoa que, mesmo desenganada dos médicos encontrasse a Irmã Clemência para cuidar, que após alguns cuidados se recuperava”. Isso fazia lembrar as palavras de Cristo: “Imporão as mãos sobre os enfermos e serão curados”. (Mc 16,18)
Sem formação superior, agia com a sua inteligência. A Divina Providência lhes capacitara com um carisma especial, o dom do amor ao próximo, numa entrega total, e fidelidade aos exercícios espirituais e sociais da recém fundada comunidade.
ECOS DA IGREJA
Deus tem desígnios insondáveis sobre nós. Só ele sabe o que necessitamos. O sofrimento que, às vezes, tanto nos revolta, é, podemos crê-lo, misericórdia, pura misericórdia Divina. Na Eternidade, louvaremos mil vezes a mão que nos feriu. Dor bendita! Digamos com Santo André: “Ó boa cruz! ” Peçamos a Nosso Senhor que se cumpra a Sua Santíssima Vontade.
“Oh! Se compreendêssemos os desígnios de Deus e os nossos verdadeiros interesses, não poderíamos ter outro desejo senão o de Lhe obedecer, outro temor senão o de não Lhe ser bastante obediente. Suplicaríamos e haveríamos de importunar a Deus com as nossas orações para que se faça a Sua vontade e não a nossa, porque abandonar a sábia e tão poderosa mão de Deus para seguirmos as nossas luzes tão pobres, e vivermos ao gosto de nossas fantasias, seria verdadeira loucura e supremo infortúnio” (D. Lehodey)
OUVINDO OS FUNDADORES
“Quisera, de todo o coração, prestar e fazer com que outros dessem muita glória a Deus para corresponder, como o creio, ao desígnio que teve de tirá-la, ao permitir o que nos aconteceu; por isso, parece-me dever empregar toda a minha vida em me lembrar disso e dar-lhe graças pelos sentimentos interiores que me comunicou. Todas as nossas irmãs pratiquem algum exercício interior... honrando os desígnios que o Filho de Deus teve quando ordenou a seus Apóstolos que permanecessem, passivamente à espera do Espírito Santo. (Santa Luísa de Marillac, E. 53
ESCUTANDO A PALAVRA DE DEUS (Nm 9,23)
“Segundo a ordem do Senhor, se alojavam, e segundo a ordem do Senhor, partiam; cumpriam o seu dever para com o Senhor, segundo a ordem do Senhor por intermédio de Moisés”.
5º dia: Abnegação total – O milagre?
Era vista cotidianamente nas idas e vindas pela serra, atendendo, sorrindo a muitos doentes, e, mesmo na dor, transmitia consolação.
Certo dia, foi chamada à Delegacia com urgência para ajudar a um homem que havia sido esfaqueado e estava com as vísceras expostas, correndo risco de morrer. Assustada com a intimação, foi à Delegacia, sendo recebida com muito respeito.
Sem nenhum médico no lugar, Irmã Clemência foi em casa, conseguiu o que tinha, pôs-se em oração, fez a higiene na ferida, e, com uma agulha de costurar saco e fio comum, fez a sutura com 48 pontos. Ao término, banhada em suor, ainda ajoelhada ao chão, exclamou! Deus é misericordioso!
Todos ali ficaram abismados com a tamanha coragem percebendo que aquele gesto envolvia uma coisa sobrenatural. Ela possuía o dom da cura. Deus ajudou, não houve nenhuma infecção e o homem ficou completamente curado. Daí, espalhou-se o fato de que foi um grande milagre, o feito desta Irmã.
Irmã Clemência é por nós admirada, difícil de ser imitada. Era uma enferma sondada cuidando dos enfermos. E a obra de Pacoti floresceu, regada por tão boas mãos e enfeitada com tão belas rosas. A preciosa flor das Filhas da Caridade.
ECOS DA IGREJA
No Reino de Deus, o Senhor conta com pessoas generosas, e generosidade não significa ter muitas posses ou muitos bens. Você pode não ter nada, pode ter só sua pobreza, sua indigência, mas você a dá toda para o Senhor, como fez a pobre viúva do Evangelho. Em contraposição ao ato da viúva, tantos que frequentavam o Templo, jogavam moedas nos cofres para fazer certo barulho e chamar a atenção, mas esses, na verdade, não deram nada ao Senhor, porque deram com desdém, deram o que lhes sobrava ou, muitas vezes, para chamar atenção sobre si e não com aquele esforço de dar de todo o coração. (Padre Roger Araújo)
OUVINDO OS FUNDADORES
“Vós minhas irmãs, vós haveis dado a Deus principalmente para viver como boas cristãs, para ser boas Filhas da Caridade, para assistir os pobres enfermos, em toda parte, como Nosso Senhor que não fazia distinção de pessoas... Vou dar-lhes nova missão: o cuidado dos meninos abandonados, que não tinham quem cuidar deles, por isso agradeço-lhes tanta bondade.
E logo ao ver sua caridade, deu-lhe a assistência aos pobres condenados das galés, que felicidade servir a esses pobres abandonados nas mãos de pessoas tão sem piedade deles! Ele teve dó deles e quis dispor que fossem servidos por suas próprias filhas, pois dizer Filha da Caridade é dizer filhas de Deus. E quis dar ainda uma nova ocupação: assistir os anciãos pobres, que perderam o uso da razão, é um meio tão belo de prestar serviço a Deus”. (São Vicente de Paulo, 208...)
ESCUTANDO A PALAVRA DE DEUS (Lucas 21, 1-4)
Jesus olhou e viu os ricos colocando suas contribuições nas caixas de ofertas.
Viu também uma viúva pobre colocar duas pequeninas moedas de cobre.
E disse: "Afirmo-lhes que esta viúva pobre colocou mais do que todos os outros.
Todos esses deram do que lhes sobrava; mas ela, da sua pobreza, deu tudo o que possuía para viver".
6º dia: A glória do maciço de Baturité
“Aonde mandar eu irei, seu amor eu não posso ocultar...” Este era o hino da Filha da Caridade. Designada a uma fundação em Baturité, cidade afamada pela sólida educação dos Jesuítas, Salesianos e Salesianas. No entanto, na saúde inexistiam médicos. Quem podia, ia a Fortaleza para se tratar. Os pobres morriam desassistidos, depois de muito sofrer.
Seu novo campo de ação é cuidar dos idosos na Vila São Vicente. Às quatro da manhã, rezava com a comunidade, participava da missa, tomava café, ia para a vila, atender os doentes, fazendo curativos, dando remédios, aplicando injeções, ouvindo as suas necessidades e paciente anotando-as, prometendo atendê-las.
Refletindo seu ato heroico, parece que ela vivia entre as estrelas, recebendo flores e homenagens. Mas Irmã Clemência era vista como “irmã pidona” pelos comerciantes, imprudente pelas companheiras, ignorada pelas autoridades que quase nada faziam pelo bem do próximo. Desdenhada pelos que excluem os pobres. Para muitos é normal que haja pobres, é natural se acomodar em seu recanto, fechar os olhos para a realidade, ignorando as possibilidades.
Ela fechava os olhos e os ouvidos, movia os membros para visitar cada comunidade do município, abria o coração, como faz a verdadeira caridade. Parecia ser de ferro, mas sofria silenciosamente as humilhações. E havia quem atribuísse todo o bem que ela fazia à obra de um chefe político que desejava conquistar benfeitorias.
ECOS DA IGREJA - Esperanças e temores
Para levar a cabo esta missão, é dever da Igreja investigar a todo o momento os sinais dos tempos, e interpretá-los à luz do Evangelho; para que assim possa responder, de modo adaptado em cada geração, às eternas perguntas dos homens acerca do sentido da vida presente e da futura, e da relação entre ambas...
O Povo de Deus, movido pela fé com que acredita ser conduzido pelo Espírito do Senhor, o qual enche o universo, esforça-se por discernir nos acontecimentos, nas exigências e aspirações, em que participa juntamente com os homens de hoje, quais são os verdadeiros sinais da presença ou da vontade de Deus. Porque a fé ilumina todas as coisas com uma luz nova, e faz conhecer o desígnio divino acerca da vocação integral do homem e, dessa forma, orienta o espírito para soluções plenamente humanas.
(GAUDIUM ET SPES,4/11)
OUVINDO OS FUNDADORES
“Sabeis, minhas irmãs, que tomei conhecimento de que essas pobres pessoas estão muito agradecidas à graça que Deus lhes fez e, vendo que alguém vai em seu socorro e que essas irmãs não têm nisso outro interesse que o amor a Deus, dizem que percebem, então, que Deus é o protetor dos pobres. Vede como é belo ajudar essas pobres pessoas a reconhecer a bondade de Deus! (...) soube de pessoas que foram atendidas por nossas irmãs, como também de muitas outras, que se sentiam muito edificadas vendo como essas irmãs se preocupavam em visitá-las, reconhecendo, nisto, a divina bondade, vendo-se obrigadas a dar graças a Deus. (São Vicente de Paulo, 512)
ESCUTANDO A PALAVRA DE DEUS - (Mc 16,15-18)
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão.
7º dia: Uma experiência ecumênica que cura
A verdadeira caridade não faz distinção de pessoas. Seguindo os preceitos evangélicos, a doação da Irmã Clemência não fazia acepção de cor, raça, nacionalidade, sexo ou qualquer condição social. A necessidade das pessoas justificava a sua atitude de acolhimento e dedicação.
Certa vez, foi procurada por uma senhora protestante, fervorosa presbiteriana, e muito influente entre “os crentes” com uma criança de mãos queimadas. Ao vê-lo, exclamou: “Estou com muita pena! São queimaduras de segundo grau”. Como estava sem leito, pediu permissão para atender na casa desta senhora. Obtendo o consentimento, em quinze dias a criança recebia alta. A Senhora foi com a mãe da criança agradecer. Ela respondeu: “Foi Deus quem a curou, não eu”.
A referida Senhora Maria Lúcia Carneiro, deu disso o seu testemunho por escrito e acrescentou que fatos semelhantes eram comuns, e ela atendia com maior carinho, sendo perceptível a cura milagrosa de todos.
A presbiteriana D. Assis, dizia: “Na minha frente ninguém fala mal da Ir. Clemência! Se as pessoas do mundo fossem iguais a ela, o céu iria ficar cheio de santos, conforme Deus quer. Eu me sinto bem quando ela chega perto de mim ou quando vem à minha casa”.
ECOS DA IGREJA
Unidade dos cristãos e santidade não são duas realidades autónomas, independentes uma da outra. Ao contrário, elas constituem duas realidades intrinsecamente unidas entre si e absolutamente inseparáveis, dado que se compenetram e iluminam uma à outra. Trata-se de duas "características" essenciais da Igreja de Cristo, como se exprimem os manuais de eclesiologia. Ambas pertencem à mesma identidade da Igreja. (José Saraiva Martins, 2003, nº 2)
OUVINDO OS FUNDADORES
Olhemos para o filho de Deus. Quem neste ponto amou mais ao próximo que tu? Pode haver amor semelhante? Só nosso Senhor pôde deixar-se arrastar pelo amor as criaturas até deixar o trono de seu Pai para vir tomar um corpo sujeito às fraquezas. E para quê? Para estabelecer entre nós, por seu exemplo e por sua palavra, a caridade para com o próximo. Esse amor o crucificou, levando a efeito a obra admirável de nossa redenção. Se tivéssemos este amor, ficaríamos de braços cruzados? Deixaríamos morrer todos aqueles que poderíamos ajudar? Não, a caridade não pode permanecer ociosa, pelo contrário, ela nos leva a lutar pela salvação dos demais e ajudá-los”. (São Vicente de Paulo, 264)
ESCUTANDO A PALAVRA DE DEUS (Ef 2,8-9)
Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.
8º dia: Um dom sobrenatural para converter
Santidade, antes de tudo, é oração, trabalho, dedicação do forte para com o fraco, ou mesmo do fraco para com o forte na manifestação da humildade.
Chorou com os pobres, mesmo idosa, com diabete, pressão alta, calo seco nos pés e atingida por uma grande surdez, continuava Irmã Clemência fazendo curativos numa multidão de enfermos, afetados de cravo ou goma, doenças estas originárias de bouba, deixando as pessoas por elas atingidas quase inutilizadas para o resto da vida.
A seiva daquele coração era Jesus no coração. Por intermédio de Irmã Clemência Deus demonstrou seu poder e misericórdia aos pobres e ricos.
“Terças e sábados eram os dias em que eu vinha vender na feira. Ir. Clemência era a nossa cliente, não para comprar, mas para pedir, neste contato eu, contava-lhes os meus problemas. Ela de nada ficava surpresa. Era minha confidente, me ouvia como mãe. Meu coração estava cheio de infortúnio, de sentimentos maus. Ela foi a minha salvadora. A ela devo minha recuperação, minha felicidade. Não fora a Irmã Clemência, teria caído na obscuridade. Suas palavras eloquentes, transformou a minha vida, pondo-me curvado humildemente aos pés do Divino Mestre. Nunca mais deixei de amá-Lo. Trago dentro de mim, o mais precioso dos Tesouros Deus, Deus, Deus...” (Astrolábio Batista)
Ir Maria das Graças, assim testemunhou: Certa vez, no carnaval de 1958 quando íamos à missa, encontramos um folião, exageradamente fantasiado, que nos assustou. Ele ajoelhou-se aos pés de Irmã Clemência. O que aconteceu? Edificou-nos, segurando nas mãos dele, disse-lhe: “Meu filho, veja que você ofende a Deus. Volte para casa, peça perdão a Deus para poder ser feliz”.
ECOS DA IGREJA
Com efeito, essas obras e maravilhas sobrenaturais não dependem da graça santificante e da caridade naqueles que as exercitam; é Deus que as concede verdadeiramente, apesar da maldade humana, como fez ao ímpio Balaão e a Salomão, seja quando exercidos falsamente pelos homens, com a ajuda do demônio, como sucedia a Simão Mago; ou ainda pelas forças ocultas da natureza.
Quando a alma concentra todo o seu gozo só em Deus, muito glorifica e engrandece ao Senhor que então lhe manifesta sua excelência e grandeza; porque nesta elevação de gozo, a alma recebe de Deus o testemunho de quem ele é. Isso, porém, não acontece sem a vontade estar vazia e pura quanto às alegrias e às consolações a respeito de todas as coisas, como o Senhor ainda o ensina por Davi: "Cessai, e vede que eu sou Deus" (Sl 45,11). (Veritatis Esplendor)
OUVINDO OS FUNDADORES
Parece-me que Deus colocou minha alma em grande paz e simplicidade durante a oração – de minha parte, muito imperfeita – que fiz sobre a necessidade de a Companhia das Filhas da Caridade permanecer sempre e sucessivamente, sob a direção que a Divina Providência aprouve conceder-lhe, tanto no que concerne ao espiritual como ao temporal. (Santa Luísa de Marillac, 228)
ESCUTANDO A PALAVRA DE DEUS (Joel 2,3)
Diante dele um fogo consome, e atrás dele uma chama abrasa; a terra diante dele é como o jardim do Éden, mas atrás dele um desolado deserto; sim, nada lhe escapará.
9º dia: Adorar servindo aos pobres.
A Irmã Clemência me fez ver a necessidade de levar o Ambulatório aos lares dos que não podiam ir lá. “- mas disse-lhe eu, o Ambulatório é um hospital onde se tratam os doentes que se podem locomover até ele”. – “Sim, doutor, mas há doentes que não podem vir aqui, respondeu ela. O Senhor não acha que deveríamos ir até a casa deles, ao menos um dia por semana, doutor?!” Bem, não podia resistir. E às quintas-feiras íamos, eu e a Irmã Clemência, visitar os doentes. Ela sempre me apreciou com entusiasmo e eu fui levado a fazer o que ela bondosamente queria.
O transporte das visitas foi cortado e tive que cancelar as visitas aos doentes. Então ela foi a minha residência desolada: “Eu vim aqui para pedir que o Senhor continue a visitar os doentes. Eles precisam, Doutor! Irritado, exprobrei o dono da viatura, ela ouviu pacientemente o extravaso do meu rancor. Eu não possuía a mesma grandeza d’alma de Irmã Clemência, era, descobridora de virtudes, não condenava ninguém. Sempre dizia: “Deus é misericórdia”. E foi a única vez que desatendi.
Nos quase oito anos que passei em Baturité, conheci muitos santos. Irmã Clemência foi uma delas. (Dr. Álcimo Cavalcante Aguiar. Generoso, humano e único médico que havia na cidade)
ECOS DA IGREJA
Neste sentido, a Igreja no Brasil se alegra com a proclamação do Ano Santo da Misericórdia. “Na Sagrada Escritura [...] a misericórdia é a palavra-chave para indicar o agir de Deus para conosco. Ele não se limita a afirmar o seu amor, mas torna-o visível e palpável” em seu Filho Jesus, que é “o rosto da misericórdia do Pai”. Por isso, “a Igreja tem a missão de anunciar a misericórdia de Deus, coração pulsante do Evangelho, que por meio dela deve chegar ao coração e à mente de cada pessoa”, especialmente atenta “àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais”.
A experiência do encontro transformador com Jesus Cristo insere seus discípulos na comunhão com a Santíssima Trindade e lhes comunica a missão de anunciar o Reino de Deus, com palavras e sinais. (D. G. A. E. I. NO BRASIL 2015 – 2019, nª 6/7)
OUVINDO OS FUNDADORES
A Sagrada Comunhão do corpo de Jesus Cristo faz-nos realmente participar do gozo da comunhão dos Santos do Paraíso, que a Encarnação e Morte do Filho de Deus nos mereceu; foi tão completa a reconciliação da natureza humana alcançada por este meio, que o Amor de Deus já não mais pode separar-se dela. E assim como no céu, Deus se vê no homem pela união hipostática do Verbo feito Homem, assim quis estar na terra, a fim de que os homens não estivessem separados d’Ele.
Oh! Amor infinito! Por que permites que os homens cegos esqueçam tão grande bem e o percam pelo pecado, o único que pode impedir a união da tua bondade com eles? Mas, ó, meu Deus, qual é a causa do desse pecado? É o amor próprio desordenado: impede que a tua santíssima vontade seja inteiramente realizada. A ele renuncio de todo meu coração, e escolho tua santa e divina vontade para ser o guia absoluto de minha vida.
ESCUTANDO A PALAVRA DE DEUS – (João 4,23-24)
“No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade".
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